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10/11/2000
-
04h00
WLADIMIR GRAMACHO, da Folha de S.Paulo
"A platéia é toda sua, e o Brasil também", anunciou ontem o mestre-de-cerimônias ao introduzir palestra do ministro da Fazenda, Pedro Malan, em um seminário sobre pobreza promovido pela Câmara dos Deputados.
Era a deixa para Malan voltar a testar suas habilidades de candidato -ainda que insista em negar a hipótese de sê-lo. Por quase uma hora, ele discursou sobre medidas de combate à pobreza, tentou seduzir a platéia e incomodou outros presidenciáveis.
O tema era convidativo: programas de renda mínima como incentivo à educação. E a platéia, qualificada: estavam lá o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ambos pretendentes ao Palácio do Planalto em 2002.
Malan usou suas primeiras palavras para, sutilmente, alfinetar seu colega de governo. "Estou aqui cumprindo o pequeno papel de entretê-los enquanto o ministro da Educação não chega", disse, arrancando risos.
Paulo Renato, recém-chegado de uma viagem a Paris, estava meia hora atrasado para o evento e só chegaria minutos depois. Malan fez mais duas referências ao colega, uma delas para falar sobre a "brilhante" palestra que faria.
Paulo Renato não sorriu nem aplaudiu o discurso de Malan. Mais tarde, disse, por meio de sua assessoria, que "gostou muito" da palestra e que não aplaudiu porque "estava cansado da viagem".
Malan foi interrompido duas vezes pela platéia. Na primeira, dizia: "acredito que a mulher é muito importante, na verdade é importante para a maioria das coisas", numa demonstração de que só não aceita o populismo como ingrediente de sua política econômica.
Na segunda vez, Malan foi veemente ao criticar "os pedágios, a corrupção e as comissões (propinas)" que desviam recursos públicos de seus trajetos originais rumo a programas de combate à pobreza. Ganhou o auditório.
Nem mesmo a tentativa do senador Eduardo Suplicy de interrogá-lo surtiu efeito. Ao comentar lei que autoriza o governo federal a financiar programas de Bolsa-Escola para municípios pobres, Malan cortou o debate. "Eu conto com sua ajuda, senador, que, tenho certeza, não faltará."
As mãos de Malan pousaram uma sobre a outra durante quase toda sua participação no seminário. Não usou lápis nem caneta. Muito menos a famosa Mont Blanc, que não tinha, mas que provocou acalorada polêmica com o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) no mês passado.
Malan discursa sobre combate à pobreza
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"A platéia é toda sua, e o Brasil também", anunciou ontem o mestre-de-cerimônias ao introduzir palestra do ministro da Fazenda, Pedro Malan, em um seminário sobre pobreza promovido pela Câmara dos Deputados.
Era a deixa para Malan voltar a testar suas habilidades de candidato -ainda que insista em negar a hipótese de sê-lo. Por quase uma hora, ele discursou sobre medidas de combate à pobreza, tentou seduzir a platéia e incomodou outros presidenciáveis.
O tema era convidativo: programas de renda mínima como incentivo à educação. E a platéia, qualificada: estavam lá o ministro da Educação, Paulo Renato Souza, e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ambos pretendentes ao Palácio do Planalto em 2002.
Malan usou suas primeiras palavras para, sutilmente, alfinetar seu colega de governo. "Estou aqui cumprindo o pequeno papel de entretê-los enquanto o ministro da Educação não chega", disse, arrancando risos.
Paulo Renato, recém-chegado de uma viagem a Paris, estava meia hora atrasado para o evento e só chegaria minutos depois. Malan fez mais duas referências ao colega, uma delas para falar sobre a "brilhante" palestra que faria.
Paulo Renato não sorriu nem aplaudiu o discurso de Malan. Mais tarde, disse, por meio de sua assessoria, que "gostou muito" da palestra e que não aplaudiu porque "estava cansado da viagem".
Malan foi interrompido duas vezes pela platéia. Na primeira, dizia: "acredito que a mulher é muito importante, na verdade é importante para a maioria das coisas", numa demonstração de que só não aceita o populismo como ingrediente de sua política econômica.
Na segunda vez, Malan foi veemente ao criticar "os pedágios, a corrupção e as comissões (propinas)" que desviam recursos públicos de seus trajetos originais rumo a programas de combate à pobreza. Ganhou o auditório.
Nem mesmo a tentativa do senador Eduardo Suplicy de interrogá-lo surtiu efeito. Ao comentar lei que autoriza o governo federal a financiar programas de Bolsa-Escola para municípios pobres, Malan cortou o debate. "Eu conto com sua ajuda, senador, que, tenho certeza, não faltará."
As mãos de Malan pousaram uma sobre a outra durante quase toda sua participação no seminário. Não usou lápis nem caneta. Muito menos a famosa Mont Blanc, que não tinha, mas que provocou acalorada polêmica com o deputado Aloizio Mercadante (PT-SP) no mês passado.
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