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17/11/2000 - 03h55

Dados dos EUA podem levar a novos nomes no caso TRT-SP

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da Folha de S.Paulo

A procuradora-chefe da República em São Paulo, Janice Ascari, afirmou ontem que apenas com o envio do Departamento de Justiça norte-americano do resultado da quebra de sigilo das contas de Luiz Estevão nos EUA é que se deve chegar aos nomes de outros envolvidos com o desvio da construção do Fórum Trabalhista de São Paulo.

A procuradora é responsável pela denúncia criminal, que já ultrapassa 33 volumes, em quase 10 mil páginas. Leia abaixo trechos da entrevista com a procuradora.

Folha - Como o MP chegou aos depósitos de Luiz Estevão para o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto?
Janice Ascari -
Nós partimos da conta de Nicolau, na Suíça, que já era conhecida, e fizemos o caminho inverso. Apuramos que banco enviou e qual o correntista. Foi a partir daí que nós descobrimos que Leo Green e James Tower eram os apelidos das contas de Luiz Estevão.

Folha - Qual a importância da nova descoberta?
Ascari -
É mostrar documentalmente, de uma forma contundente, o caminho das verbas públicas: o tesouro depositava para a Incal, que repassava para o Estevão e daí para o Nicolau. Comprovadamente já temos US$ 1 milhão desse esquema.

Folha - É a descoberta mais importante?
Ascari -
Documentalmente, sim.
A documentação que dizia ser Estevão um dos donos da Incal, que até então não sabíamos, também foi muito importante.

Folha - O MP vai pedir prisão preventiva de Estevão?
Ascari -
Esse pedido já foi feito e está em andamento no TRF. Nós vamos analisar se é o caso de informar os depósitos nesse pedido de prisão ou fazer um outro pedido. Analisaremos na semana que vem, depois que conseguirmos analisar toda a documentação.

Folha - Há outros envolvidos no envio do dinheiro para o exterior?
Ascari -
Isso está sendo investigado pelo Departamento de Justiça dos EUA, que, em conjunto com a promotoria de lá e um escritório de advocacia contratado pelo Brasil, está promovendo as quebras de sigilo bancário.

Folha - O que falta para achar o resto do dinheiro?
Ascari -
Vão surgindo novas contas na medida em que empresas de fachada vão sendo descobertas. Apenas quebrando o sigilo no Judiciário é que chegamos aos verdadeiros donos. É um trabalho muito detalhado. Não temos controle nenhum, pois está tudo sendo feito fora do Brasil.

Folha - O MP tem de aguardar?
Ascari -
Nossa principal finalidade é identificar essas contas em todos os países e recuperar o dinheiro. Vamos aguardar os próximos passos do Departamento de Justiça norte-americano.

Folha - Quantas contas o ex-juiz mantém no exterior?
Ascari -
O que a gente sabe é que ele tem uma conta apelidada de Nissan no banco Santander em Genebra, com US$ 3,8 milhões bloqueados, e a conta 1.117 nas Ilhas Cayman, que está zerada.
 

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