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17/11/2000 - 04h01

Filha de Tarso critica escolha de Sayad e candidatura de Suplicy

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LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre

A deputada estadual gaúcha Luciana Genro (PT) disse ontem considerar a indicação do ex-ministro do Planejamento João Sayad para o secretariado da prefeita eleita de São Paulo, Marta Suplicy, uma demonstração "do lado do PT que deseja defender um setor da burguesia nacional".

Luciana, filha do prefeito eleito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), caracterizou como "um retrocesso" a eventual pré-candidatura do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), marido de Marta, à Presidência da República em 2002.

Recentemente, Suplicy afirmou que gostaria de concorrer à Presidência, lançando-se como uma alternativa interna a Lula.

A deputada integra a corrente Movimento Esquerda Socialista, que defende a candidatura do líder petista Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência, por considerar que ele encarna "o PT classista, nascido das greves".

Para Luciana, uma eventual eleição de Lula traria mudanças para o país, diferentemente de outros candidatos do PT, que, segundo ela, "se ganharem, nada muda": "A indicação de Sayad é a forma que essa maioria existente na direção do PT, seu núcleo majoritário, arranjou para mostrar às elites que faria um governo confiável, que não realizaria uma ruptura", disse Luciana.

"É mais grave do que ser uma simples indicação em São Paulo, pois mostra o governo que teríamos nacionalmente. Sayad é um banqueiro, cuja trajetória não tem nada a ver com as bandeiras que o PT sempre defendeu.
O lado dele é o dos banqueiros, ele representa as elites, o continuísmo." Luciana declarou que, "dessa forma, não vale a pena ganhar as eleições".

"Este grupo majoritário da direção do PT quer romper resistências, e isso é errado. O PT só chegará ao poder se encabeçar uma luta de classes entre as elites e a classe trabalhadora, representando os
trabalhadores", disse.

"Com o apoio da burguesia, nem vale a pena. A candidatura de Suplicy seria um retrocesso, enquanto a do Lula é a chegada de um operário ao poder. Suplicy dá roupagem burguesa ao PT, e Lula é quem tem mais chances de ganhar", afirmou Luciana.

Luciana não faz a mesma crítica ao conselho político que Tarso oficializou em Porto Alegre (RS), integrado por representantes do empresariado. "O conselho é um mero órgão consultivo".

Há oito meses, Luciana Genro foi punida pelo PT por ter adotado a defesa do magistério estadual no conflito trabalhista que opôs os professores ao governo também petista do Rio Grande do Sul.

O partido havia se dividido entre aqueles que diziam entender as dificuldades financeiras enfrentadas pelo governo Olívio Dutra e os que defendiam vantagens imediatas para o magistério.

Na segunda votação de Luciana contra o governo, a bancada e a Executiva Estadual resolveram desautorizá-la a falar pelo partido e determinaram que ela deixasse a vice-presidência da Comissão de Educação do Legislativo gaúcho.
 

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