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30/11/2000
-
03h48
da Folha de S.Paulo
A campanha derrotada de Paulo Maluf (PPB) custou 34% do que o PT gastou para vencer as eleições para a Prefeitura de São Paulo, segundo as declarações dos dois partidos ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
"Tivemos uma campanha barata. O empresariado todo foi apoiar a outra candidata", disse o presidente municipal do PPB, deputado estadual Salim Curiati, responsável pela declaração de gastos do partido.
De acordo com os dados apresentados à Justiça Eleitoral, Maluf arrecadou nos dois turnos R$ 2.248.675,06. No seu acerto de contas, o PPB declarou ter gasto exatamente o valor que arrecadou. Isso significa que não há sobras nem dívidas de campanha.
É um valor baixo ao ser comparado com as campanhas de outros candidatos da eleição paulistana. Além de ser o equivalente a um terço das despesas do PT, a campanha malufista custou menos do que a do PSDB, que nem sequer foi para o segundo turno. Geraldo Alckmin (PSDB), derrotado no primeiro turno, declarou ao TRE ter gasto R$ 3,2 milhões -30% a mais do que Maluf.
Todos os dados apresentados pelos candidatos ainda serão analisados pelo TRE. Num cálculo hipotético, eles significam que Maluf recebeu um voto para cada R$ 1,02 gasto, enquanto Marta Suplicy gastou R$ 2,00 por voto.
Votorantim e Vega
Mais da metade da campanha de Paulo Maluf foi bancada pelo grupo Votorantim e pela empresa de coleta de lixo Vega Ambiental.
O grupo Votorantim contribuiu com R$ 730.800,00, o equivalente a 32% do arrecadado por Maluf.
As doações para Maluf foram decididas pelo presidente do grupo, o empresário José Ermírio de Moraes. No primeiro turno, as indústrias Votorantim e a empresa Papel e Celulose Votorantim haviam doado R$ 360 mil à campanha de Alckmin, o candidato preferido por Antônio Ermírio de Moraes, vice-presidente do Conselho de Administração do grupo.
O segundo maior doador malufista foi a Vega Ambiental, que contribuiu com R$ 500 mil. A empresa participou da megaconcorrência de coleta e varrição de lixo na gestão Maluf. Desde 1998, ela presta serviços à prefeitura por contratos de emergência. A empresa doou o mesmo valor para a campanha de Marta Suplicy.
A terceira maior doadora foi a empreiteira OAS, com R$ 200 mil. A OAS foi responsável por algumas das principais obras da gestão malufista em São Paulo, como o túnel Ayrton Senna.
A prestação de contas do PPB registra concentração das doações, um reflexo das poucas possibilidades de vitória do candidato. O quarto maior doador, por exemplo, foi a Eucatex, com R$ 134 mil. A empresa pertence à família Maluf.
O quinto maior doador é o próprio PPB, que repassou R$ 110 mil do Fundo Partidário e de contribuições individuais. A campanha malufista recebeu apenas R$ 54,5 mil de contribuições de pessoas físicas.
(THOMAS TRAUMANN)
Maluf afirma ter usado um terço do que Marta gastou
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A campanha derrotada de Paulo Maluf (PPB) custou 34% do que o PT gastou para vencer as eleições para a Prefeitura de São Paulo, segundo as declarações dos dois partidos ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
"Tivemos uma campanha barata. O empresariado todo foi apoiar a outra candidata", disse o presidente municipal do PPB, deputado estadual Salim Curiati, responsável pela declaração de gastos do partido.
De acordo com os dados apresentados à Justiça Eleitoral, Maluf arrecadou nos dois turnos R$ 2.248.675,06. No seu acerto de contas, o PPB declarou ter gasto exatamente o valor que arrecadou. Isso significa que não há sobras nem dívidas de campanha.
É um valor baixo ao ser comparado com as campanhas de outros candidatos da eleição paulistana. Além de ser o equivalente a um terço das despesas do PT, a campanha malufista custou menos do que a do PSDB, que nem sequer foi para o segundo turno. Geraldo Alckmin (PSDB), derrotado no primeiro turno, declarou ao TRE ter gasto R$ 3,2 milhões -30% a mais do que Maluf.
Todos os dados apresentados pelos candidatos ainda serão analisados pelo TRE. Num cálculo hipotético, eles significam que Maluf recebeu um voto para cada R$ 1,02 gasto, enquanto Marta Suplicy gastou R$ 2,00 por voto.
Votorantim e Vega
Mais da metade da campanha de Paulo Maluf foi bancada pelo grupo Votorantim e pela empresa de coleta de lixo Vega Ambiental.
O grupo Votorantim contribuiu com R$ 730.800,00, o equivalente a 32% do arrecadado por Maluf.
As doações para Maluf foram decididas pelo presidente do grupo, o empresário José Ermírio de Moraes. No primeiro turno, as indústrias Votorantim e a empresa Papel e Celulose Votorantim haviam doado R$ 360 mil à campanha de Alckmin, o candidato preferido por Antônio Ermírio de Moraes, vice-presidente do Conselho de Administração do grupo.
O segundo maior doador malufista foi a Vega Ambiental, que contribuiu com R$ 500 mil. A empresa participou da megaconcorrência de coleta e varrição de lixo na gestão Maluf. Desde 1998, ela presta serviços à prefeitura por contratos de emergência. A empresa doou o mesmo valor para a campanha de Marta Suplicy.
A terceira maior doadora foi a empreiteira OAS, com R$ 200 mil. A OAS foi responsável por algumas das principais obras da gestão malufista em São Paulo, como o túnel Ayrton Senna.
A prestação de contas do PPB registra concentração das doações, um reflexo das poucas possibilidades de vitória do candidato. O quarto maior doador, por exemplo, foi a Eucatex, com R$ 134 mil. A empresa pertence à família Maluf.
O quinto maior doador é o próprio PPB, que repassou R$ 110 mil do Fundo Partidário e de contribuições individuais. A campanha malufista recebeu apenas R$ 54,5 mil de contribuições de pessoas físicas.
(THOMAS TRAUMANN)
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