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12/12/2000
-
03h34
da Folha de S.Paulo
A Polícia Federal começou as investigações no inquérito que apura quem ajudou na fuga de Nicolau dos Santos Neto com a hipótese de que há uma rede de pessoas que transitam entre o Uruguai, o sul do país e São Paulo com identidades falsas. O ex-juiz permaneceu 227 dias foragido.
O principal indício é um homem que usa o nome de "Wilker" e que teria sotaque espanhol. Por meio de um rastreamento, a PF quase chegou a uma pessoa em São Paulo na quinta passada.
O cerco para chegar ao colaborador de Nicolau estava formado, mas "Wilker" teria sido mais rápido. Quando a polícia chegou ao escritório de advocacia Oliveira Neves e Associados, na região dos Jardins, o suposto colaborador de Nicolau já havia ido embora.
O escritório, especializado em direito tributário, recebe as autuações da Receita Federal por sonegação fiscal contra o ex-juiz. Nicolau é acusado de ter sonegado cerca de R$ 10 milhões. "Wilker" teria ido ao escritório para encontrar a filha mais velha de Nicolau, Maria Inês Bairão dos Santos.
Enquanto "Wilker", que segundo a PF arrecadava dinheiro em São Paulo para ajudar a fuga de Nicolau, na madrugada de sexta um homem também com sotaque espanhol registrava-se no hotel em Bagé com o
sobrenome "Winkler".
Uruguai
A PF suspeita que a ajuda ao ex-juiz tenha sido elaborada e efetuada por uruguaios ou por pessoas naquele país -o ex-juiz se rendeu próximo à fronteira do Brasil com o Uruguai. Nas investigações, a PF manteve dois agentes no Uruguai, com um agente da Interpol, e chegou a procurar o ex-juiz no Rio Grande do Sul.
Os homens que trabalhavam no Uruguai chegaram a checar a região da fronteira, mas centravam suas operações entre Montevidéu e o balneário de Punta del Este.
O Ministério Público Federal já sabe que parte dos R$ 169,5 milhões desviados da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo saiu do Brasil pelo Uruguai.
O advogado Raúl Cervini, supostamente contratado pelo ex-juiz no Uruguai, é um dos maiores especialistas no país na legislação sobre lavagem de dinheiro.
Nicolau já havia contratado o italiano Paolo Bernasconi, também um especialista em legislação sobre lavagem de dinheiro, para ajudá-lo a desbloquear a conta que mantém na Suíça -com saldo de cerca de US$ 3,8 milhões.
"Nicolau não ficou tanto tempo assim fugindo sozinho. Além de suas filhas, há uma rede de pessoas que o ajudaram na fuga", afirmou a procuradora-chefe da República em São Paulo, Janice Agostinho Barreto Ascari.
Buscas
Segundo o Ministério Público Federal, uma das principais metas depois da prisão de Nicolau é descobrir onde estão os US$ 5 milhões que ele mantinha em uma conta do antigo banco Noroeste nas ilhas Cayman (paraíso fiscal).
A conta atualmente tem o saldo negativo de US$ 28 mil e não pode ser bloqueada a pedido da Justiça brasileira. A procuradoria sabe que as contas na Suíça podem ter financiado a compra do apartamento do ex-juiz em Miami, nos Estados Unidos.
PF tenta identificar grupo que ajudou Nicolau na fuga
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A Polícia Federal começou as investigações no inquérito que apura quem ajudou na fuga de Nicolau dos Santos Neto com a hipótese de que há uma rede de pessoas que transitam entre o Uruguai, o sul do país e São Paulo com identidades falsas. O ex-juiz permaneceu 227 dias foragido.
O principal indício é um homem que usa o nome de "Wilker" e que teria sotaque espanhol. Por meio de um rastreamento, a PF quase chegou a uma pessoa em São Paulo na quinta passada.
O cerco para chegar ao colaborador de Nicolau estava formado, mas "Wilker" teria sido mais rápido. Quando a polícia chegou ao escritório de advocacia Oliveira Neves e Associados, na região dos Jardins, o suposto colaborador de Nicolau já havia ido embora.
O escritório, especializado em direito tributário, recebe as autuações da Receita Federal por sonegação fiscal contra o ex-juiz. Nicolau é acusado de ter sonegado cerca de R$ 10 milhões. "Wilker" teria ido ao escritório para encontrar a filha mais velha de Nicolau, Maria Inês Bairão dos Santos.
Enquanto "Wilker", que segundo a PF arrecadava dinheiro em São Paulo para ajudar a fuga de Nicolau, na madrugada de sexta um homem também com sotaque espanhol registrava-se no hotel em Bagé com o
sobrenome "Winkler".
Uruguai
A PF suspeita que a ajuda ao ex-juiz tenha sido elaborada e efetuada por uruguaios ou por pessoas naquele país -o ex-juiz se rendeu próximo à fronteira do Brasil com o Uruguai. Nas investigações, a PF manteve dois agentes no Uruguai, com um agente da Interpol, e chegou a procurar o ex-juiz no Rio Grande do Sul.
Os homens que trabalhavam no Uruguai chegaram a checar a região da fronteira, mas centravam suas operações entre Montevidéu e o balneário de Punta del Este.
O Ministério Público Federal já sabe que parte dos R$ 169,5 milhões desviados da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo saiu do Brasil pelo Uruguai.
O advogado Raúl Cervini, supostamente contratado pelo ex-juiz no Uruguai, é um dos maiores especialistas no país na legislação sobre lavagem de dinheiro.
Nicolau já havia contratado o italiano Paolo Bernasconi, também um especialista em legislação sobre lavagem de dinheiro, para ajudá-lo a desbloquear a conta que mantém na Suíça -com saldo de cerca de US$ 3,8 milhões.
"Nicolau não ficou tanto tempo assim fugindo sozinho. Além de suas filhas, há uma rede de pessoas que o ajudaram na fuga", afirmou a procuradora-chefe da República em São Paulo, Janice Agostinho Barreto Ascari.
Buscas
Segundo o Ministério Público Federal, uma das principais metas depois da prisão de Nicolau é descobrir onde estão os US$ 5 milhões que ele mantinha em uma conta do antigo banco Noroeste nas ilhas Cayman (paraíso fiscal).
A conta atualmente tem o saldo negativo de US$ 28 mil e não pode ser bloqueada a pedido da Justiça brasileira. A procuradoria sabe que as contas na Suíça podem ter financiado a compra do apartamento do ex-juiz em Miami, nos Estados Unidos.
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