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12/12/2000 - 03h35

Investigação ainda ignora homem no RS

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CARLOS ALBERTO DE SOUZA, da Agência Folha, em Bagé

A Polícia Federal, até o final da tarde de ontem, não tinha ido buscar informações no hotel Fenícia, em Bagé (RS), onde se hospedou na sexta-feira o homem que ajudou o juiz Nicolau dos Santos Neto em sua rendição.

O delegado da PF na cidade, Pio Alonso, disse que seus agentes não estão investigando o caso. Segundo ele, o assunto está com policiais de São Paulo e Brasília.

A gerência e os funcionários do hotel Fenícia disseram que nenhum policial pediu informações sobre Ernesto Winkler Martinez ou Ernesto de Souza, os dois nomes que o homem registrou ao acertar sua hospedagem.

Segundo os funcionários, na primeira ficha fornecida, o hóspede escreveu de próprio punho o nome: Ernesto Winkler Martinez. A seguir, pediu ao funcionário que o atendeu na madrugada de sexta que preenchesse o resto da ficha, alegando ser "cegueta".

Ele disse ser comerciante, solteiro, argentino, nascido em 16/7/ 1957, portador da carteira de identidade 1.323.271, morador da rua Andraus, 193, em São Paulo, e funcionário da empresa Plastron. A rua não existe na cidade.

Ele vestia camisa pólo amarela e calça jeans. Tinha cabelos brancos, cerca de 1,75 m de altura e forte sotaque espanhol. A impressão dos funcionários da portaria é que seu sotaque era forçado.

Ele subiu para o apartamento e dormiu até por volta das 9h30. Desceu à portaria e pediu que fosse preenchida uma nova ficha, por ter cometido um engano ao fornecer os dados da primeira.

Pediu que o funcionário preenchesse, mudando o nome para Ernesto de Souza, vendedor, nascido em 17/ 9/57, com carteira de identidade 12.203.057. Deixou o número do celular (11) 9971-2030.

O hóspede perguntou se tinha vaga para um amigo. Os funcionários do hotel disseram que sim.

De acordo com os funcionários, as assinaturas nas duas fichas não coincidem. A gerência separou-as do fichário geral de hóspedes.

O homem insistiu para que a primeira ficha fosse rasgada, mas os funcionários grampearam as duas. Desconfiados, pediram que ele apresentasse a identidade.

Ele subiu para buscar o documento. Ao descer, tinha uma sacola de couro marrom, sua única bagagem. Disse que faria uma viagem rápida e voltaria logo. Deixou o hotel e não retornou.

Celular
Em Bagé, contratou o taxista Airton Jardim Fontes para levar Nicolau de Aceguá -60 km ao sul, na fronteira com o Uruguai- para o motel Fliper, onde o ex-juiz ficou na suíte número 1 por duas horas. O homem tinha um celular, segundo o taxista, mas não conseguia fazer a ligação, talvez indicando que a linha do aparelho fosse de outro país.

A Agência Folha esteve domingo na região de Aceguá, incluindo o lado uruguaio, e nenhum dos entrevistados disse ter visto o juiz ou notado seu deslocamento.

O policial uruguaio Mario Rosa, cujo posto fica perto da rodovia 8, que liga Aceguá a Montevidéu, e por onde Nicolau teria passado, disse não lembrar de ter visto nenhum carro modelo Mondeo. Os moradores da cidade ficaram sabendo da passagem de Nicolau pela região por meio da imprensa.
 

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