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12/12/2000 - 03h52

PT vai fazer pesquisas sobre Lula

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THOMAS TRAUMANN, da Folha de S.Paulo

O PT irá encomendar pesquisas para avaliar a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva e de outros petistas à Presidência antes e durante as prévias internas, que devem ocorrer em outubro.

"Vamos fazer pesquisa antes das prévias, inclusive porque, se o Lula não for o candidato, é evidente que ela não será disputada só pelo Suplicy e pelo Cristovam Buarque. O Tarso Genro já lançou o José Genoino, se o Lula não for candidato", disse o presidente nacional do PT, José Dirceu.

Folha - Lula vai se inscrever nas prévias para escolher o candidato?
José Dirceu -
O Lula está indefinido. Ele estabeleceu um prazo até março para se definir porque parte da decisão depende de critérios pessoais, do seu estado de espírito. Acredito que o Lula pode abrir mão se o cenário indicar que ele não é o melhor nome.

Folha - O que pode mudar no quadro eleitoral até março?
Dirceu -
Primeiro, a manutenção ou não da coalização governista: as divergências já estão se manifestando na eleição da mesa da Câmara e do Senado. Segundo, a situação econômica. Terceiro motivo, a disposição do PT em apoiar o Lula. E o quarto, como a sociedade vê a candidatura Lula. Isso está em aberto, vamos fazer pesquisa antes das prévias, inclusive porque se o Lula não for o candidato é evidente que ela não será disputada só pelo Suplicy e ou pelo Cristovam Buarque. O Tarso Genro já lançou o José Genoino, se Lula não for candidato.

Folha - Como serão as pesquisas?
Dirceu -
Teremos pesquisa eleitoral nos moldes do que se fez durante o processo municipal. Vamos fazer pesquisas sobre a candidatura do Lula, dos outros candidatos, da imagem do partido e levar os resultados em consideração. Vamos começar o ano com todo um projeto de imagem do PT, de propaganda, de transparência das ações dos nossos governos municipais, de reorganização do partido em vários Estados e preparação das candidaturas de governador e senador.

Folha - Desde 1994, as pesquisas mostram a candidatura Lula com índices em torno de 30%. Isso é um teto para o Lula ou para o PT?
José Dirceu -
É um problema dos nomes que a centro-esquerda tem. Nem Lula, nem Ciro Gomes, nem Itamar Franco, nem Anthony Garotinho e tenho certeza que nem Suplicy e Genoino passam esse teto. Não é fácil. O único que teve mais votos do que isso em um primeiro turno foi o FHC.

Folha - Qual a dimensão da resistência à candidatura Lula?
José Dirceu -
O PT é um partido totalmente permeado pela opinião pública. Muitos setores do eleitorado querem que o PT apresente outro nome. Mas é uma medição difícil saber se a troca do Lula por outro candidato não é um risco maior do que a manutenção do Lula. Vamos supor que o PT tem 15% das intenções de votos e o Lula tem 25%. Um outro candidato deve garantir os 15% do PT e ter potencial para passar dos 25%, porque o argumento (da substituição de Lula) é que o outro candidato vai passar desse índice.

Folha - Qual o reflexo para o PT do antipetismo usado pelos adversários no segundo turno das eleições?
José Dirceu -
Esse ataque da direita, indiretamente, fortalece o Lula a ser candidato. Porque sofreram esse ataque candidatos tão diferentes quanto a Marta Suplicy (São Paulo), João Paulo (Recife) e o Ângelo Vanhoni (Curitiba). Isso mostra que o problema da direita não é o nome, mas o que o PT representa. A direita tentou manipular um medo da sociedade que em 2000 não funcionou e pode não funcionar em 2002. Isso fortalece o nome do Lula porque se o candidato for Suplicy ou Genoino, eles sofrerão o mesmo ataque.

Folha - Mas o antipetismo não pode ser decisivo num 2º turno?
José Dirceu -
A direita não entendeu que o PT ocupou grande parte do centro politico.Existe um eleitorado de centro disposto a votar num candidato mesmo sendo ele de esquerda. Acho que o Lula pode sim, ampliar (receber votos de centro). O que não significa que o candidato seja o Lula.

Folha - De quem o PT estaria ganhando esses eleitores de centro?
José Dirceu -
O PT começou a ocupar o eleitorado do PSDB. Eles vão ter que se deslocar para o centro, o que cria um problema grande para o Ciro. Se o PT ocupar uma parte do centro e o PSDB apresentar um candidato que quer disputar o centro, e se ele for o Tasso Jereissati, o Ciro fica ensanduichado. Agora, acho que não é fácil formar uma coalizão PSDB-PFL-PMDB com o Tasso.
 

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