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14/12/2000
-
04h03
SERGIO TORRES, da Folha de S.Paulo
O general da reserva Agenor Homem de Carvalho, chefe do Gabinete Militar da Presidência no governo Fernando Collor (1990-92), disse que o órgão verificava com as presidências dos Tribunais Regionais do Trabalho a idoneidade de juízes classistas indicados por sindicatos.
Segundo o general, essa pode ser a razão de o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT de São Paulo, ter telefonado de 78 a 96 vezes, entre 1991 e 1994, para a Subchefia do Exército do Gabinete Militar.
O telefone era usado pelo então coronel Alberto Cardoso, hoje general e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, conforme revelou, anteontem, o jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha.
Em nota oficial, Cardoso nega ter mantido "contato telefônico com o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto em qualquer época". Os contatos seriam feitos pelo general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Gabinete Militar.
Carvalho defendeu os dois. "Garanto que o Gabinete Militar nunca teve nenhum tipo de injunção, de ingerência de qualquer tipo de verba, muito menos relacionada ao TRT de São Paulo."
As presidências dos TRTs davam ao Gabinete Militar informações sobre os classistas indicados por sindicatos, afirmou o general.
Segundo o general, o gabinete procurava saber se havia sido feita investigação sobre a origem dos indicados. Ele citou como medidas necessárias a verificação da legalidade do sindicato e a checagem "nas polícias locais" da existência de antecedentes criminais.
Carvalho disse que levava as conclusões ao Ministério da Justiça. "Ele (o ministro) fazia uma triagem, e o presidente, ao nomear, sabia a quem estava atendendo ou deixando de atender."
Para ele, o número de telefonemas não surpreende. "Muitos deles foram dados, provavelmente, de secretária para secretária".
General diz que ligações visavam verificar juízes
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O general da reserva Agenor Homem de Carvalho, chefe do Gabinete Militar da Presidência no governo Fernando Collor (1990-92), disse que o órgão verificava com as presidências dos Tribunais Regionais do Trabalho a idoneidade de juízes classistas indicados por sindicatos.
Segundo o general, essa pode ser a razão de o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT de São Paulo, ter telefonado de 78 a 96 vezes, entre 1991 e 1994, para a Subchefia do Exército do Gabinete Militar.
O telefone era usado pelo então coronel Alberto Cardoso, hoje general e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, conforme revelou, anteontem, o jornalista Janio de Freitas, colunista da Folha.
Em nota oficial, Cardoso nega ter mantido "contato telefônico com o juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto em qualquer época". Os contatos seriam feitos pelo general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do Gabinete Militar.
Carvalho defendeu os dois. "Garanto que o Gabinete Militar nunca teve nenhum tipo de injunção, de ingerência de qualquer tipo de verba, muito menos relacionada ao TRT de São Paulo."
As presidências dos TRTs davam ao Gabinete Militar informações sobre os classistas indicados por sindicatos, afirmou o general.
Segundo o general, o gabinete procurava saber se havia sido feita investigação sobre a origem dos indicados. Ele citou como medidas necessárias a verificação da legalidade do sindicato e a checagem "nas polícias locais" da existência de antecedentes criminais.
Carvalho disse que levava as conclusões ao Ministério da Justiça. "Ele (o ministro) fazia uma triagem, e o presidente, ao nomear, sabia a quem estava atendendo ou deixando de atender."
Para ele, o número de telefonemas não surpreende. "Muitos deles foram dados, provavelmente, de secretária para secretária".
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