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24/12/2000
-
20h39
da Folha de S.Paulo
Leia abaixo a íntegra da mensagem de Natal de FHC:
Boa noite:
A noite de Natal é sempre muito especial. Por isso, quero falar com você, com sua família, inspirado no sentimento de confraternização. Há 2.000 anos, com o nascimento de Jesus, o mundo viu nascer também uma palavra de amor, de perdão e de solidariedade.
Hoje, 2.000 anos mais tarde, essas mensagens continuam válidas: a crença na capacidade humana de amar, de saber esquecer o que deve e pode ser esquecido e de lembrar o que deve ser lembrado.
Temos enfrentado dificuldades que não são pequenas. Sei que nem tudo é fácil na vida de cada brasileiro. Mas, pouco a pouco, vamos vencendo os obstáculos. Alguns de ordem material, no Brasil, como em cada família.
Lutamos contra a carestia, defendemos nossa moeda, a economia voltou a crescer, o desemprego começa a diminuir. Recobramos um horizonte de esperanças.
Imagino o que tenha sido a luta no dia-a-dia de milhões de homens e mulheres por este país afora: encontrar trabalho, arranjar escola para os filhos, receber atendimento médico, ter acesso a um pedaço de terra para trabalhar. Mas não enfrentamos apenas dificuldades materiais. Vivemos num mundo áspero e cheio de incertezas.
Por isso, hoje, mais do que no passado, precisamos de coesão social. É preciso que os valores básicos da convivência democrática, a crença na capacidade humana de buscar sempre caminhos mais iluminados e, sobretudo, a solidariedade, existam em nossos lares e na sociedade como um todo.
É isso que faz uma nação coesa e forte: o valor de sua gente, o desprendimento pessoal para a realização do que possa ser útil aos semelhantes, o amor ao próximo que, na linguagem contemporânea, repito, se chama solidariedade.
Ás vezes, a ação simples da ajuda voluntária às pessoas que têm dificuldades no bairro ou na comunidade é tão importante quanto a própria solução dos problemas. E está ao alcance de cada um de nós fazer isso.
A violência, a droga, o crime, infelizmente, ainda campeiam em muitos lugares do Brasil. Por mais que os governos façam - e temos a obrigação de fazer o máximo possível - serão impotentes se os valores básicos a que me referi deixarem de orientar nossas vidas.
Eu poderia falar-lhes hoje sobre o que meu governo fez no ano 2000. Mas não é o que sinto como meu dever na noite de Natal.
Registro apenas que, com a ajuda do Congresso, foi possível definir, responsavelmente, um novo salário mínimo, 20% superior ao atual. Por minha iniciativa, o país agora dispõe de uma Lei de Responsabilidade Fiscal que dá os marcos morais para o bom uso do dinheiro público.
E foi possível, com a aprovação do Fundo de Pobreza, destinar recursos para o Projeto Alvorada que levará, a partir de janeiro do ano que vem, à realização de programas de saúde, de educação, de saneamento, de luz no campo e de apoio financeiro para as crianças pobres. Programas que atenderão as populações carentes em proporção nunca antes alcançada no Brasil.
Tenho a certeza de que estamos iniciando o novo milênio com o pé direito. Você não quer, eu não quero, ninguém quer atravessar outros 500 anos de desigualdade e de oportunidades perdidas. As condições para que isso não se repita, graças ao sacrifício e aos esforços de todos, estão dadas. Vamos consolidá-las, com o trabalho e o empenho de todos.
Mas, sobretudo, com o mesmo espírito que paira sobre nós no Natal: de paz, amor e solidariedade.
Eu lhes desejo felicidades. Boas Festas e feliz Ano Novo. Que Deus nos proteja e ao Brasil na entrada do século 21.
Leia a íntegra da mensagem de Natal de FHC
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Leia abaixo a íntegra da mensagem de Natal de FHC:
Boa noite:
A noite de Natal é sempre muito especial. Por isso, quero falar com você, com sua família, inspirado no sentimento de confraternização. Há 2.000 anos, com o nascimento de Jesus, o mundo viu nascer também uma palavra de amor, de perdão e de solidariedade.
Hoje, 2.000 anos mais tarde, essas mensagens continuam válidas: a crença na capacidade humana de amar, de saber esquecer o que deve e pode ser esquecido e de lembrar o que deve ser lembrado.
Temos enfrentado dificuldades que não são pequenas. Sei que nem tudo é fácil na vida de cada brasileiro. Mas, pouco a pouco, vamos vencendo os obstáculos. Alguns de ordem material, no Brasil, como em cada família.
Lutamos contra a carestia, defendemos nossa moeda, a economia voltou a crescer, o desemprego começa a diminuir. Recobramos um horizonte de esperanças.
Imagino o que tenha sido a luta no dia-a-dia de milhões de homens e mulheres por este país afora: encontrar trabalho, arranjar escola para os filhos, receber atendimento médico, ter acesso a um pedaço de terra para trabalhar. Mas não enfrentamos apenas dificuldades materiais. Vivemos num mundo áspero e cheio de incertezas.
Por isso, hoje, mais do que no passado, precisamos de coesão social. É preciso que os valores básicos da convivência democrática, a crença na capacidade humana de buscar sempre caminhos mais iluminados e, sobretudo, a solidariedade, existam em nossos lares e na sociedade como um todo.
É isso que faz uma nação coesa e forte: o valor de sua gente, o desprendimento pessoal para a realização do que possa ser útil aos semelhantes, o amor ao próximo que, na linguagem contemporânea, repito, se chama solidariedade.
Ás vezes, a ação simples da ajuda voluntária às pessoas que têm dificuldades no bairro ou na comunidade é tão importante quanto a própria solução dos problemas. E está ao alcance de cada um de nós fazer isso.
A violência, a droga, o crime, infelizmente, ainda campeiam em muitos lugares do Brasil. Por mais que os governos façam - e temos a obrigação de fazer o máximo possível - serão impotentes se os valores básicos a que me referi deixarem de orientar nossas vidas.
Eu poderia falar-lhes hoje sobre o que meu governo fez no ano 2000. Mas não é o que sinto como meu dever na noite de Natal.
Registro apenas que, com a ajuda do Congresso, foi possível definir, responsavelmente, um novo salário mínimo, 20% superior ao atual. Por minha iniciativa, o país agora dispõe de uma Lei de Responsabilidade Fiscal que dá os marcos morais para o bom uso do dinheiro público.
E foi possível, com a aprovação do Fundo de Pobreza, destinar recursos para o Projeto Alvorada que levará, a partir de janeiro do ano que vem, à realização de programas de saúde, de educação, de saneamento, de luz no campo e de apoio financeiro para as crianças pobres. Programas que atenderão as populações carentes em proporção nunca antes alcançada no Brasil.
Tenho a certeza de que estamos iniciando o novo milênio com o pé direito. Você não quer, eu não quero, ninguém quer atravessar outros 500 anos de desigualdade e de oportunidades perdidas. As condições para que isso não se repita, graças ao sacrifício e aos esforços de todos, estão dadas. Vamos consolidá-las, com o trabalho e o empenho de todos.
Mas, sobretudo, com o mesmo espírito que paira sobre nós no Natal: de paz, amor e solidariedade.
Eu lhes desejo felicidades. Boas Festas e feliz Ano Novo. Que Deus nos proteja e ao Brasil na entrada do século 21.
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