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02/01/2001 - 08h25

Polícia Federal não controla a fronteira uruguaia

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CARLOS ALBERTO DE SOUZA
da Agência Folha
em Bagé

A Polícia Federal considera ser impossível controlar a passagem de pessoas em Aceguá, cidade gaúcha na fronteira com o Uruguai, por onde o ex-juiz Nicolau dos Santos Neto teria entrado no Brasil, segundo testemunhas, antes de se entregar à PF.

"Essa região é um verdadeiro queijo suíço", disse o agente da PF Francisco Paz, referindo-se aos vários acessos secundários existentes na fronteira seca, que permitem ingressar no Brasil (ou até mesmo sair do país), sem passar pelo posto de controle da Polícia Federal.

A Agência Folha comprovou a vulnerabilidade da fronteira, passando várias vezes do lado brasileiro para o uruguaio e vice-versa, sem jamais ser abordada.

Tanto a PF como os policiais uruguaios disseram que não têm como norma parar os carros que circulam pela região. Os postos de controle fornecem permissão de até três meses para os estrangeiros que querem viajar e que estejam com a documentação em dia.

O posto da PF em Aceguá, onde também funciona a Receita Federal, situa-se a cerca de 800 m do início do território uruguaio onde também existe um posto da polícia uruguaia. Lá, existia um cartaz de "Procura-se" do ex-juiz.

Do local, não é possível ver se os carros que se dirigem ao Brasil vêm de Aceguá (RS) ou do Uruguai (a cidade limítrofe uruguaia também se chama Aceguá).

O carro Mondeo que trouxe Nicolau para o local onde ele se entregou pode ter passado em frente à PF e à Receita Federal antes de chegar ao posto de gasolina Ipiranga, a poucos metros da PF, no território brasileiro, onde o ex-juiz passou para o táxi conduzido pelo motorista Airton Jardim Fontes, que o levou ao motel Fliper, em Bagé.

Em cumprimento a acordos internacionais, surgiram, há cerca de três anos, as aduanas integradas dos países do Mercosul. No caso dessa região, os policiais uruguaios deveriam trabalhar na Aceguá gaúcha, junto com seus colegas brasileiros.

Há cerca de três meses, porém, eles abandonaram o local e voltaram para o lado uruguaio, reclamando da falta de um banheiro exclusivo. Eles não aceitaram dividir o sanitário existente com os funcionários brasileiros e com os usuários do serviço de aduana.

Os habitantes da região convivem com situações insólitas. Por exemplo, o carro brasileiro anuncia para uruguaios que faz "flete" (transporte de pequenas cargas). Há comerciantes que possuem lojas no Brasil e no Uruguai, na rua que divide os dois países.



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