Publicidade
Publicidade
22/01/2001
-
03h13
MARTA SALOMON, da Folha de S.Paulo
O presidente Fernando Henrique Cardoso foi informado ontem, ao visitar o território sagrado do templo Mengwi, na Indonésia, de que o estado de saúde do governador de São Paulo, Mário Covas, havia piorado e afirmou que oraria por ele.
"Eu acho que o Mário é muito religioso e tem muita fé. Ele acredita o tempo todo que vai vencer. Então vamos pedir para que ele vença mesmo a moléstia", disse o presidente.
O território sagrado do templo é uma espécie de topo do misticismo hindu que domina a ilha da Indonésia, onde FHC passou o fim-de-semana.
Esse foi o único momento do programa em que FHC ficou sério. A doença do amigo pode até apressar o retorno do presidente ao Brasil, previsto apenas para a madrugada de quinta-feira.
Hoje, ele visita o Timor Leste. Depois, vai a Jacarta. Faz ainda escala na Cidade do Cabo antes de encerrar o programa de volta ao mundo em dez dias.
No resto do tempo em que passou no templo real hindu, um dos maiores dos mais de 5.000 construídos em Bali, FHC alternou o papel de turista com o de sociólogo curioso.
"Ali é a transcendência. Vamos lá", animou-se o presidente com pose de turista ao falar do nível mais elevado do templo, depois de passar pelos inferiores, dedicados aos maus espíritos e aos seres humanos. O nível mais elevado é reservado a orações e a um número bastante restrito de pessoas.
É vedado a turistas. A comitiva de FHC deu um jeitinho quando o presidente já ensaiava dar meia volta diante do último portal do templo, construído no século 16 a céu aberto. "Não posso, é meio complicado o negócio lá".
Quando lhe perguntaram que oração faria no lugar, FHC disse que já estava fazendo a sua parte: ""Tenho bons pensamentos".
Logo na entrada de Mengwi, no nível ou terreno dedicado aos maus espíritos, FHC observou um campo dedicado a briga de galos, um ritual bastante comum ainda hoje na região.
O presidente recomendou a leitura de um ensaio do antropólogo Clifford Geertz, seu amigo, tido como um dos principais estudiosos sobre a cultura da Indonésia e de sua versão bastante peculiar da religião hindu.
"Ele faz uma interpretação da cultura de Bali a partir da briga de galos", comentou a mulher do presidente, Ruth Cardoso, também antropóloga.
Quem manda ali nesse primeiro terreno é a divindade Shiva, de ânimo destruidor. Logo em seguida, a própria Ruth posava para os fotógrafos a pedido do presidente. ""Vamos lá fazer gracinha", pediu FHC no portal que dava acesso ao segundo nível do templo -voltado ao relacionamento humano.
O presidente repetiu nos vários níveis do templo o gesto com que os hindus se cumprimentam. Juntou as mãos na altura do peito e abaixou a cabeça. O gesto de reverência era pose para os fotógrafos.
O turista FHC achou que Bali confirma a lenda de lugar místico. ""É mágico", disse. Mas, embora impressionado com a estrutura de turismo na ilha, insistiu em dizer que prefere as praias brasileiras.
Nas suas últimas 14 horas de descanso em Bali, FHC conseguiu uma folga até da cobertura dos jornalistas que acompanham sua viagem à Ásia. Por determinação da Presidência, os jornalistas seguiram antecipadamente para o Timor Leste.
A jornalista MARTA SALOMON e o repórter-fotográfico SÉRGIO LIMA viajam a convite no avião presidencial por falta de vôos comerciais adequados ao mesmo trajeto. As despesas de alimentação e hospedagem são custeadas pela Folha
FHC diz que rezaria pelo amigo Mário Covas
Publicidade
O presidente Fernando Henrique Cardoso foi informado ontem, ao visitar o território sagrado do templo Mengwi, na Indonésia, de que o estado de saúde do governador de São Paulo, Mário Covas, havia piorado e afirmou que oraria por ele.
"Eu acho que o Mário é muito religioso e tem muita fé. Ele acredita o tempo todo que vai vencer. Então vamos pedir para que ele vença mesmo a moléstia", disse o presidente.
O território sagrado do templo é uma espécie de topo do misticismo hindu que domina a ilha da Indonésia, onde FHC passou o fim-de-semana.
Esse foi o único momento do programa em que FHC ficou sério. A doença do amigo pode até apressar o retorno do presidente ao Brasil, previsto apenas para a madrugada de quinta-feira.
Hoje, ele visita o Timor Leste. Depois, vai a Jacarta. Faz ainda escala na Cidade do Cabo antes de encerrar o programa de volta ao mundo em dez dias.
No resto do tempo em que passou no templo real hindu, um dos maiores dos mais de 5.000 construídos em Bali, FHC alternou o papel de turista com o de sociólogo curioso.
"Ali é a transcendência. Vamos lá", animou-se o presidente com pose de turista ao falar do nível mais elevado do templo, depois de passar pelos inferiores, dedicados aos maus espíritos e aos seres humanos. O nível mais elevado é reservado a orações e a um número bastante restrito de pessoas.
É vedado a turistas. A comitiva de FHC deu um jeitinho quando o presidente já ensaiava dar meia volta diante do último portal do templo, construído no século 16 a céu aberto. "Não posso, é meio complicado o negócio lá".
Quando lhe perguntaram que oração faria no lugar, FHC disse que já estava fazendo a sua parte: ""Tenho bons pensamentos".
Logo na entrada de Mengwi, no nível ou terreno dedicado aos maus espíritos, FHC observou um campo dedicado a briga de galos, um ritual bastante comum ainda hoje na região.
O presidente recomendou a leitura de um ensaio do antropólogo Clifford Geertz, seu amigo, tido como um dos principais estudiosos sobre a cultura da Indonésia e de sua versão bastante peculiar da religião hindu.
"Ele faz uma interpretação da cultura de Bali a partir da briga de galos", comentou a mulher do presidente, Ruth Cardoso, também antropóloga.
Quem manda ali nesse primeiro terreno é a divindade Shiva, de ânimo destruidor. Logo em seguida, a própria Ruth posava para os fotógrafos a pedido do presidente. ""Vamos lá fazer gracinha", pediu FHC no portal que dava acesso ao segundo nível do templo -voltado ao relacionamento humano.
O presidente repetiu nos vários níveis do templo o gesto com que os hindus se cumprimentam. Juntou as mãos na altura do peito e abaixou a cabeça. O gesto de reverência era pose para os fotógrafos.
O turista FHC achou que Bali confirma a lenda de lugar místico. ""É mágico", disse. Mas, embora impressionado com a estrutura de turismo na ilha, insistiu em dizer que prefere as praias brasileiras.
Nas suas últimas 14 horas de descanso em Bali, FHC conseguiu uma folga até da cobertura dos jornalistas que acompanham sua viagem à Ásia. Por determinação da Presidência, os jornalistas seguiram antecipadamente para o Timor Leste.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice