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23/01/2001 - 04h10

Anti-Davos: Entidades se mobilizam contra fórum

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LÉO GERCHMANN, da Agência Folha, em Porto Alegre

Entidades civis e partidos políticos que se dizem excluídos do Fórum Social Mundial preparam ações contra o evento, que começa depois de amanhã em Porto Alegre com a proposta de ser uma ""anti-Davos" -em referência ao Fórum Econômico Mundial, que ocorre naquela cidade suíça.

Além do presidente do PDT, Leonel Brizola, que promoverá uma investigação sobre o dinheiro público investido pelo governo gaúcho, o presidente do MJDH (Movimento de Justiça e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul), Jair Krischke, disse ontem que prepara dossiê sobre a administração petista no Estado para entregar à imprensa estrangeira.

""Não sou neoliberal, mas não participo deste fórum. Estou fazendo um dossiê que mostra o quanto este governo se diz socialista, mas, na prática, administra sob uma ótica neoliberal, deixando de atender a necessidades sociais", disse.

""Falo como um eleitor do Olívio (Dutra). Por isso sinto-me à vontade. Não entendo estas ONGs que são governistas. Como podem? Uma ONG não deve ser acrítica. É dever de organizações de direitos humanos não serem governistas. Temos de questionar tudo que é governo."

De acordo com o presidente do MJDH, uma das entidades brasileiras mais antigas de defesa dos direitos humanos, ""o PT se aproveita do evento para promover o partido, e o governo (gaúcho) procura mostrar, por meio dele, que é a alternativa ao modelo neoliberal". Brizola quer saber de onde saiu o investimento estatal no evento -R$ 1 milhão, segundo ele. De acordo com Brizola, que é vice-presidente da Internacional Socialista, o PT procura ser o ""dono da verdade". As críticas ao evento partem, também, de partidos como o PSDB.

Sob o argumento de que ""o PT está tirando proveito do fórum", o deputado federal Nelson Marchezan (PSDB) diz que tem se reunido com outros tucanos para estabelecer formas de reação. ""Vamos mostrar que é o governo Fernando Henrique que está fazendo a inclusão social", disse ele, citando o programa de renda mínima, investimentos em saúde e geração de empregos.

O vice-governador do Rio Grande do Sul, Miguel Rossetto (PT), encarregado de coordenar o evento pelo governo, define o fórum como ""plural e democrático". ""As inscrições para as conferências ficaram abertas durante três meses para qualquer entidade, com divulgação intensa e utilização da Internet. Não houve convites formais nem restrição e nenhum nome. Era só se inscrever", disse.
 

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