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26/01/2001 - 03h47

Anti-Davos festeja Cuba; MST ganha o dia

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da Agência Folha, em Porto Alegre

O MST dominou as atenções do primeiro dia do Fórum Social Mundial. Millitantes e líderes do movimento invadiram empresas, criticaram a "esquerda light" que organiza o evento. Fizeram coros para aplaudir sua delegação, lançar palavras de ordem contra o liberalismo e vaiar desafetos durante a cerimônia de abertura do Fórum, realizado em Porto Alegre. Teve tantos aplausos quanto a delegação de Cuba, um dos derradeiros regimes comunistas.

Antes mesmo dos discursos inaugurais pronunciados pelo governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), pelo prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), e pelo diretor do ""Le Monde Diplomatique", Bernard Cassen, houve uma manifestação na platéia em favor do MST. Entre bandeiras do movimento, gritos de ""Estamos na luta!".

Outro slogan dizia "A marcha é livre, a luta segue!", em referência ao veto feito a manifestações mais agressivas durante a caminhada ocorrida após o evento, que reuniu cerca de 15 mil pessoas.

Vaias e coros
As palavras de ordem eram seguidas pela maioria das mais de 4.000 pessoas presentes ao centro de eventos da PUC-RS, que ouviram o nome dos 122 países que têm delegações no fórum.

A lista estava em ordem alfabética. Pouco depois de Cuba, foi citado o nome dos Estados Unidos, cujos representantes viajaram dez horas para participar do fórum ""anti-Davos" e contra a privatização. As vaias foram intensas.

Após a citação dos países com delegados, vieram os discursos. Cassen, um dos idealizadores do evento, foi breve. ""Estamos aqui para mostrar ao mundo que outro mundo é possível", resumiu. A seguir, Tarso falou sobre o desejo de que surja ""uma humanidade conscientemente orientada".

Foi então que Olívio Dutra, chamado sob forte aplauso e gritos de ""Olívio! Olívio!", pegou três páginas de um discurso e leu o seu conteúdo por 15 minutos, sendo interrompido com aplausos.

Olívio lembrou a presença de várias personalidades. Quando citou a vice-governadora do Rio, Benedita da Silva (PT-RJ), mas tem críticas no partido, recebeu vaias, assim como o nome do senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Stedile
Um dos principais líderes do MST, João Pedro Stedile deu entrevistas em que criticou a organização do Fórum -ONGs, esquerdistas franceses reunidos no jornal "Le Monde Diplomatique" e o PT. A cúpula do Fórum vetar protestos contra símbolos do capitalismo, como bancos e as lanchonetes McDonald's, por temer baderna. No começo da noite, manifestantes do MST e de outros movimentos sociais invadiram plantações experimentais da Monsanto, empresa transnacional de insumos agrícolas. O objetivo da invasão era defender a "pequena agricultura" e criticar o comércio de alimentos transgênicos. Hoje, o líder agrário francês José Bové, famoso pela depredação de McDonald's na França, se junta ao MST numa manifestação contra a Monsanto.
 

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