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26/01/2001
-
18h44
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Um debate com Luiz Inácio Lula da Silva foi incluído na agenda do Fórum Social Mundial hoje, e a discussão acabou servindo de palanque para uma aclamação do líder petista como candidato à Presidência em 2002.
Lula foi interrompido sete vezes com gritos e palmas enquanto fazia seu discurso. Ao terminar, os 1.500 presentes, quase todos de pé, gritaram seu nome e bateram palmas, dizendo ''Brasil, urgente, Lula presidente''
Na mesma oficina, Lula disse ser favorável à globalização. Ressalvou, porém, que ela deve existir de uma forma diferente da atual.
''Quero uma globalização que coloque a sociedade na frente da economia, que permita a autodeterminação dos povos, com proteção à ecologia, que tenha metas sociais prioritárias, que preserve o emprego, pois ele dá dignidade às pessoas.''
A oficina com Lula, que não estava na programação original impressa na quarta-feira, chamava-se ''Desenvolvimento e subdesenvolvimento: desconstrução e construção do Estado''. Segundo a organização do fórum, o debate foi incitado por ONGs e ''espontâneo''.
Participaram do painel, também, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), e o ex-ministro do Interior da França Jean-Pierre Chevénement, que deixou o cargo recentemente sob acusações de ter atuado contra os imigrantes.
Lula defendeu, ainda, o protagonismo do Estado na economia. ''Não fosse o Estado, os trabalhadores europeus não teriam chegado ao Estado de Bem-Estar Social. Nós nem vamos chegar lá. Nascemos pobres e vamos morrer pobres. Como não podemos nos conformar com isso, temos que lutar'', disse Lula.
A presença de Chevénement causou protestos na sala e gerou constrangimento na mesa. Alguns franceses presentes protestaram aos gritos contra sua presença.
O deputado francês no Parlamento Europeu Alain Lipiez (Partido Europeu) afirmou que o ex-ministro é ''o que há de mais reacionário na esquerda francesa'' e que fazia ''o trabalho de direita racista no governo socialista de Lionel Jospin (premiê francês)''.
Para completar, afirmou que sua presença no fórum poderia causar mal-estar entre a ''esquerda francesa'' e o PT.
''Eu promovi a oficialização de 100 mil imigrantes na França'', defendeu-se o ex-ministro, depois que o coordenador da oficina, o sociólogo Emir Sader, leu uma carta de dez deputados franceses acusando de impedir a livre circulação de pessoas, com uma política ''repressiva e violenta''.
Tarso, no seu pronunciamento, criticou a social-democracia de ter aderido ao neoliberalismo. ''Com a crise fiscal, a social-democracia assumiu o léxico do neoliberalismo'', disse ele, citanto o PSDB como exemplo brasileiro.
Leia mais:
Lula nega que será candidato à Presidência
Debate de Lula em Fórum Mundial vira palanque à sucessão 2002
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da Agência Folha, em Porto Alegre
Um debate com Luiz Inácio Lula da Silva foi incluído na agenda do Fórum Social Mundial hoje, e a discussão acabou servindo de palanque para uma aclamação do líder petista como candidato à Presidência em 2002.
Lula foi interrompido sete vezes com gritos e palmas enquanto fazia seu discurso. Ao terminar, os 1.500 presentes, quase todos de pé, gritaram seu nome e bateram palmas, dizendo ''Brasil, urgente, Lula presidente''
Na mesma oficina, Lula disse ser favorável à globalização. Ressalvou, porém, que ela deve existir de uma forma diferente da atual.
''Quero uma globalização que coloque a sociedade na frente da economia, que permita a autodeterminação dos povos, com proteção à ecologia, que tenha metas sociais prioritárias, que preserve o emprego, pois ele dá dignidade às pessoas.''
A oficina com Lula, que não estava na programação original impressa na quarta-feira, chamava-se ''Desenvolvimento e subdesenvolvimento: desconstrução e construção do Estado''. Segundo a organização do fórum, o debate foi incitado por ONGs e ''espontâneo''.
Participaram do painel, também, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), e o ex-ministro do Interior da França Jean-Pierre Chevénement, que deixou o cargo recentemente sob acusações de ter atuado contra os imigrantes.
Lula defendeu, ainda, o protagonismo do Estado na economia. ''Não fosse o Estado, os trabalhadores europeus não teriam chegado ao Estado de Bem-Estar Social. Nós nem vamos chegar lá. Nascemos pobres e vamos morrer pobres. Como não podemos nos conformar com isso, temos que lutar'', disse Lula.
A presença de Chevénement causou protestos na sala e gerou constrangimento na mesa. Alguns franceses presentes protestaram aos gritos contra sua presença.
O deputado francês no Parlamento Europeu Alain Lipiez (Partido Europeu) afirmou que o ex-ministro é ''o que há de mais reacionário na esquerda francesa'' e que fazia ''o trabalho de direita racista no governo socialista de Lionel Jospin (premiê francês)''.
Para completar, afirmou que sua presença no fórum poderia causar mal-estar entre a ''esquerda francesa'' e o PT.
''Eu promovi a oficialização de 100 mil imigrantes na França'', defendeu-se o ex-ministro, depois que o coordenador da oficina, o sociólogo Emir Sader, leu uma carta de dez deputados franceses acusando de impedir a livre circulação de pessoas, com uma política ''repressiva e violenta''.
Tarso, no seu pronunciamento, criticou a social-democracia de ter aderido ao neoliberalismo. ''Com a crise fiscal, a social-democracia assumiu o léxico do neoliberalismo'', disse ele, citanto o PSDB como exemplo brasileiro.
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