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30/01/2001 - 04h01

Anti-Davos racha devido a próxima sede

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FERNANDO DE BARROS E SILVA, da Folha de S.Paulo

A organização do Fórum Social Mundial chega ao último dia do evento rachada ao meio. Motivo: a sede da próxima edição do evento. Quatro das oito entidades defendiam até ontem, com ênfases diferentes, que o fórum permaneça em Porto Alegre. As outras quatro são contra a idéia.

O dia de ontem, o último de debates e oficinas de trabalho, foi marcado por várias reuniões e muita tensão entre os organizadores. Do lado de fora, nos corredores da PUC, houve várias manifestações. Sem os políticos, que já saíram de Porto Alegre, movimentos de negros e homossexuais ocuparam o primeiro plano e pediram mais espaço no evento.

Alguma posição por parte dos organizadores terá de ser comunicada hoje pela manhã, no encerramento do evento. O comitê organizador esteve reunido até o início da madrugada de hoje para tentar chegar a um consenso. Seja qual for a decisão (adiar o nome da cidade, anunciar Porto Alegre ou escolher outra localidade), ela deixará sequelas no grupo responsável pelo fórum.

A CUT, por exemplo, já decidiu que não irá aceitar qualquer decisão que não seja a permanência do fórum em Porto Alegre.

Já o MST defende que o fórum do próximo ano seja realizado simultaneamente em diversos países. Meio em tom de brincadeira, meio a sério, os líderes do movimento acreditam que assim criariam "focos de ambiente revolucionário pelo planeta".

A Attac (Ação Para a Taxação das Transações Financeiras em Defesa do Cidadão), do jornalista Bernard Cassen, do "Le Monde Dilomatique", é a que mais enfaticamente defende a permanência em Porto Alegre. Nos bastidores, Cassen disse que mudar ou adiar a definição do local criaria um anticlímax no fim do evento e desperdiçaria a mobilização e atenção da imprensa mundial.

Junto com a Attac estão a Abong (Associação Brasileira das Organizações Não-governamentais) e a Cives (Associação Brasileira de Empresários pela Cidadania), do empresário Oded Grajew. Ambas, no entanto, temem, a instrumentalização do fórum pelos políticos, particularmente o PT.

E é esse o principal argumento das entidades que são contra a fixação da sede do fórum em Porto Alegre, a Comissão de Justiça e Paz e as ONGs Justiça Global e Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Socioeconômicas). A participação ostensiva do PT no fórum -principalmente Olívio Dutra e Luiz Inácio Lula da Silva- incomodou parte dos organizadores. As entidades temem que as vozes da sociedade civil sejam abafadas pela política institucional.
 

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