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12/06/2000 - 18h05

Governo do Paraguai prepara local para prisão de Oviedo

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da Reuters
em Assunção (Paraguai)

O Paraguai prepara um lugar onde o general golpista Lino Oviedo deverá ficar detido, com todas as garantias dos direitos humanos, disse nesta segunda-feira (12) o ministro da Defesa paraguaio, Félix Argaña.

Oviedo foi capturado pela polícia do Brasil em Foz do Iguaçu (PR) no domingo (11).

Condenado no Paraguai a 10 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado em 1996, e acusado de tramar o assassinato do vice-presidente Luis María Argaña em 1999, Oviedo foi preso em um apartamento onde vivia escondido na cidade brasileira que faz fronteira com o Paraguai.

"Estamos preparando um lugar onde possivelmente ele poderia ficar detido com todas as garantias dos direitos humanos", disse Argaña a jornalistas.

O ministro, filho do vice assassinado, revelou a jornalistas na segunda-feira detalhes da investigação que levou à detenção do militar e afirmou que este é primeiro passo para mostrar que "há justiça pelo assassinato do nosso pai".

De acordo com Argaña, uma equipe especial integrada por policiais e técnicos paraguaios localizou Oviedo há aproximadamente um mês por meio de grampo telefônico.

"Há aproximadamente um mês estávamos permanentemente ouvindo esse assassino falar, temos 90 horas de conversa (...) o cara tem um defeito, fala muito, e isso nos ajudou muito a localizá-lo, embora (encontrar) o lugar preciso nos custou um pouco", acrescentou o ministro.

Depois de localizarem Oviedo, as autoridades paraguaias solicitaram a colaboração da Polícia Federal brasileira, que só podia agir com uma ordem de prisão do Supremo Tribunal Federal do Brasil, explicou o ministro. A ordem foi emitida na sexta-feira.

Argaña acrescentou que a operação de captura foi realizada apenas pela polícia brasileira, que entrou no apartamento onde estava Oviedo com uma peruca de cabelos compridos e bigode.

Oviedo se escondeu no banheiro e ao ser surpreendido mostrou um documento falso. Ele mantinha ilegalmente um revólver, pelo menos seis celulares e mais de 3.000 dólares em dinheiro.

"Ele disse que não era Oviedo e mostrou um documento falso, a polícia o algemou e nossa equipe, que estava no apartamento de cima, agiu e o identificou", disse o ministro.

Oviedo estava foragido desde que abandonou o asilo na Argentina em dezembro de 1999. Desde então, garantia aos meios de comunicação que estava em território paraguaio.

Em março de 1999, Oviedo fugiu para Argentina logo depois da renúncia de seu aliado político, o ex-presidente Raúl Cubas, e depois de ter sido acusado de planejar o assassinato de Argaña e de oito jovens que faziam uma manifestação contra o governo de Cubas na frente da sede do Congresso.

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