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27/02/2001 - 04h02

Perito recebeu pedido para analisar fita

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MARCO BENATTI, da Folha Campinas

O foneticista Ricardo Molina disse à Folha ontem que foi consultado sobre a possibilidade de realizar uma perícia na fita cassete com a gravação da conversa do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) com três procuradores da República.

O foneticista afirmou que recebeu a consulta na manhã da última quinta-feira, dia em que foi demitido do cargo de coordenador de Fonética Forense da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Molina, no entanto, não revelou de quem partiu o pedido para a análise do material. "Ainda não recebi a fita, mas devo recebê-la para fazer a perícia", declarou.

"Fui informado de que essa fita do ACM viria para mim. Se vier, eu farei a análise de forma particular e não como funcionário da Unicamp", afirmou Molina, que também é sócio de uma empresa especializada em perícias.

"Sou procurado por advogados e juízes, independentemente do meu vínculo com a Unicamp."

Na gravação, ACM sugere aos procuradores federais que a quebra do sigilo bancário do ex-assessor do Planalto Eduardo Jorge Caldas Pereira nos períodos de 94 e 98 pode atingir o presidente Fernando Henrique Cardoso.
O conteúdo da fita foi divulgado pelo site da revista "IstoÉ", na última quinta-feira.

No mesmo dia, à tarde, Molina foi chamado à reitoria da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) para ser informado de que estava demitido.

A Unicamp é uma instituição pública, subordinada ao governo do Estado. O reitor, Hermano Tavares, já foi filiado ao PSDB, partido do governo.

"Acho estranho que a demissão tenha sido na mesma data, já que há uma sindicância interna desde 99, mas não acredito que fui demitido apenas por esse caso. A Unicamp se incomoda com vários casos em que trabalhei", disse o foneticista.

Para Molina, a atitude tomada pelo reitor Hermano Tavares se deve ao fato de ele (Molina) estar se tornando uma "pedra no sapato" da universidade.

"Eu ignoro a Comissão de Perícia (criada após a extinção do Departamento de Medicina Legal da Unicamp, em dezembro de 99) porque recebo os pedidos diretamente da Justiça", afirmou.

O reitor da Unicamp, Hermano Tavares, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que Molina foi demitido por "irregularidades administrativas". Segundo a assessoria, a universidade vai divulgar uma nota sobre a demissão amanhã.

Transcrição
Na perícia, Molina fará a transcrição das conversas e tentará identificar a voz do senador Antonio Carlos Magalhães e dos procuradores Guilherme Schelb, Eliana Torelly e Luiz Francisco de Souza, que participaram da reunião com ACM.

A gravação foi feita por Luiz Francisco, que teria utilizado um aparelho de bolso.

O caso gerou uma crise no governo e no próprio Ministério Público Federal.

No Ministério Público Federal, os procuradores Eliana Torelly e Guilherme Schelb desautorizaram, em nota oficial, a atitude de Luiz
Francisco.

ACM negou que tenha conversado com os procuradores sobre o governo FHC.
 

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