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17/03/2001 - 03h15

Governador defende manutenção de aliança entre PSDB, PMDB e PFL

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FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife

O fortalecimento da candidatura do ministro da Saúde, José Serra (PSDB), à Presidência da República fez crescer também as especulações em torno de uma articulação para a escolha do governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB), como seu vice numa eventual chapa tucano-peemedebista.

Homem de confiança do atual vice-presidente, o também pernambucano Marco Maciel (PFL), Jarbas pertence ao grupo dos peemedebistas que defendem a manutenção da aliança entre PSDB, PMDB e PFL em 2002.

"O debate sucessório passa por alguns nomes e um deles é o de Jarbas Vasconcelos", disse Maciel, em fevereiro, após participar de uma solenidade para ampliação do bolsa-escola, no Centro de Convenções, em Olinda.

Jarbas também teria o aval dos tucanos, que, em 98, diziam que o governador eleito de Pernambuco estaria de malas prontas para deixar o PMDB e ingressar no PSDB e que levaria junto o seu grupo político. A mudança não aconteceu, mas o pernambucano ainda circula bem entre tucanos.

Interlocutor nordestino
Pouco conhecido no Nordeste e dono de um perfil "paulista", Serra teria no governador de Pernambuco o interlocutor e aliado de que precisa e não encontra nos dois outros grandes Estados da região, o Ceará de Tasso
Jereissati e Ciro Gomes, e a Bahia de Antonio Carlos Magalhães.

Tasso disputa com o ministro a preferência dos tucanos para a sucessão de FHC. Ciro é o pré-candidato do PPS à Presidência, e ACM está hoje em guerra aberta com o governo federal.

Em Pernambuco, Serra encontrou receptividade. Nos últimos seis meses, visitou três vezes o Estado em missões oficiais.

Em uma delas, em dezembro passado, recebeu do então prefeito de Recife, Roberto Magalhães (PFL), a medalha do Mérito Capibaribe, a mais alta comenda do município. Jarbas compareceu ao evento, elogiou o trabalho de Serra e afirmou que o ministro reunia "todas as condições para ser presidente da República".

No último dia 6, Serra retornou a Pernambuco para lançar o programa nacional de detecção do diabetes, em Paulista, município da Grande Recife administrado pelo PMDB.

Questionado sobre o motivo de suas visitas constantes ao Estado, o ministro elogiou a política de saúde local e buscou despolitizar a questão. Disse que o ministério tem como norma lançar seus programas em vários locais.

Após a solenidade, Jarbas e Serra embarcaram em um avião e viajaram juntos para acompanhar o velório de Mário Covas, governador paulista morto naquela manhã.

"Serra vem a Pernambuco desde que eu era prefeito", disse Jarbas. "Nós viajamos juntos para São Paulo e em nenhum momento ele falou em sucessão", disse.

Jarbas afirmou que considera "natural" as especulações em torno de uma eventual candidatura sua como vice de Serra.

"É natural (a especulação), só que eu não acho correta", afirmou. "Não é correta por ser inoportuna. Política tem oportunidade, tem momento, e muitas vezes você perde um objetivo político por açodamento", disse.

Para o governador, antes de discutir nomes, os partidos que apóiam o governo deveriam se unir para discutir uma candidatura de consenso. "Entrar fragmentado para disputar a eleição traz um sério risco de derrota."

A mesma crítica foi feita aos que defendem candidatura própria no seu partido. "Acho o Pedro Simon (senador do RS) uma pessoa correta, mas não acho que o PMDB deva discutir agora a candidatura dele, do Itamar (Franco, governador de Minas), ou seja quem for", disse.

"Sou contra esse tipo de discussão. Não é porque o meu nome está envolvido que vou mudar o conceito que tenho." Jarbas, porém, reconhece que haveria dificuldades para a formação de uma chapa de consenso na base aliada.

Apesar de ser um dos fundadores do PMDB, tendo ingressado na sigla quando esta ainda era o MDB, nos anos 60, o governador pernambucano não faz parte da cúpula do partido, formada pelo deputado federal Michel Temer, pelo presidente do Senado, Jader Barbalho e pelo ministro Eliseu Padilha (Transportes).

Jarbas já foi eleito deputado estadual em 70, deputado federal em 82, prefeito do Recife (85-88, 93-97). Venceu a eleição para governador em 98, no primeiro turno, com 64,14% dos votos válidos.
 

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