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20/03/2001 - 14h11

FHC cita Juscelino Kubitschek para enfrentar crise com Petrobras

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PATRICIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou hoje que "tem que se inspirar uma vez mais" em Juscelino Kubitschek para enfrentar os problemas como o ocorrido com a plataforma da Petrobras que afundou hoje, após acidente que resultou na morte de dez trabalhadores.


Beto Barata/Folha Imagem
Fernando Henrique Cardoso
"Quisera possa eu ter o ânimo que teve Juscelino, que, mesmo diante de imensas dificuldades, não perdeu o rumo", disse o presidente, em discurso na solenidade de instalação da comissão organizadora das comemorações do primeiro centenário de nascimento de JK.

Segundo FHC, o problema enfrentado hoje (na Petrobras) "desafia todos os brasileiros de uma plataforma de uma empresa que é símbolo para todos".

FHC elogiou a trajetória política de JK, dizendo ainda que será também sob a sua inspiração que irá "concluir as reformas necessárias'' para que o novo ciclo de crescimento em "que ingressa o país tenha seja o mais duradouro e consistente possível".

  • Leia a seguir a íntegra do discurso:

    "É com enorme satisfação que eu participo desta cerimônia, de
    Instalação da Comissão Organizadora das Comemorações do 1º Centenário de
    Nascimento do Presidente Juscelino Kubitschek.

    O ministro da Cultura, Francisco Weffort, estará à frente das
    ilustres personalidades aqui presentes no esforço de preparar as celebrações a terem lugar em Diamantina, no próximo mês de setembro. E fico, ainda, mais satisfeito por saber que as homenagens a JK não ficarão restritas ao Executivo.

    O Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal tomaram iniciativas semelhantes ao constituírem comissões organizadoras dessas comemorações.

    Já manifestei aos presidentes do Senado e Câmara, bem como ao presidente do Supremo Tribunal Federal que faremos uma celebração conjunta com a participação dos três Poderes. Agradeço, também, a iniciativa do líder
    do governo, senador José Roberto Arruda, que participou desse esforço.

    Mas, o mais importante de tudo não são as homenagens oficiais. O
    mais importante de tudo é o que nós acabamos ouvir, aqui, é a memória viva de Juscelino, cantada pelas bocas que melhor podem expressar o sentimento de saudade e o sentimento de uma presença constante da nossa vida já, hoje, através, quase diria, do mito. É que nós acabamos de ouvir, aqui, nesse admirável coral de crianças, e na cantora Maria Lúcia Godoy, que, além da poesia que declamou, expressou com tanta força o sentimento de todos os brasileiros.

    Eu me permito até dizer que, quando ela disse: "oh, não te
    esqueças que eu te amo, não te esqueças nunca mais de mim", pensei em
    Juscelino. Certamente não podemos esquecer que nós o amamos e que esperamos que ele, esteja onde estiver, temos certeza, não vai se esquecer nunca mais do Brasil, da Brasília que ele formou e desse povo que é dele até hoje, e que vai continuar sendo dele por todo o sempre. Primeiro pelo que ele deixou plantado no nosso país. É, portanto, a República uníssona que evoca o nome e a obra do presidente Juscelino Kubitschek.

    Não preciso dizer que o tributo que se planeja a Juscelino traduz o
    sentimento que não é apenas da União, de Minas Gerais ou de Brasília, mas, repito, de um povo que é cativo da memória de JK e do seu extraordinário legado, que tanto tem nos inspirado.

    E, também, queria acrescentar algo. Ao ouvir essas músicas, ao ouvir falar do Jequitinhonha, de Diamantina, do "Peixe Vivo", me recordei de um outro momento - aquele triste - que foi São João Del Rei, quando do enterro de Tancredo Neves. Então eu pensei, naquele momento de grande tristeza, que só um grande Estado, só um grande povo é capaz de fazer aquilo que eu vi.

    Numa igreja barroca, uma música mineira, barroca, uma celebração que era uma celebração que, me perdoem, só poderia ter ocorrido em Minas ou na Itália, na Itália do Renascimento. Aquela força telúrica que tem Minas. E essa força telúrica está hoje, outra vez, aqui, presente na memória de Juscelino. E ao cantar Diamantina, ao cantar Juscelino nós estamos, também, gratos a Minas, que é capaz dessa sensibilidade, tão bem descrita pela poesia, aqui declamada, em que a família mineira aparece com a voz grossa e macia ao mesmo tempo do pai, com aquela simplicidade do café ralo, mas do queijo saboroso.

    Essa capacidade de mistura das coisas que o povo mineiro tem.
    Portanto, nós sabemos que, embora Juscelino tenha sido uma peça singular na História Republicana, ele, e por vários títulos, a começar porque conseguiu os êxitos extraordinários à reafirmação do desenvolvimento e da democracia, conseguiu isso, porque Juscelino tem uma história, e essa história é a história do seu povo, é a história dos heróis do seu povo, que é um povo que tem essa marca a cada instante rememorada, como ainda, hoje, aqui.

    É verdade, graças a isso, Juscelino fez crescer o país num ambiente
    democrático, a despeito das tensões da época, que não foram poucas. Basta
    lembrar que a posse de Juscelino se deu sob forte contestação de setores
    insatisfeitos com sua candidatura.

    Mas Juscelino assumiu a Presidência, superou a adversidades e terminou realizando um grande governo, exercendo seu mandato com apurado juízo político, que lhe apontava o que era melhor para o Brasil naquele momento, tanto em termos domésticos como no tocante à inserção internacional do Brasil.

    Quisera nós possamos, quisera possa eu, ter o ânimo que teve
    Juscelino, que, mesmo diante de imensas dificuldades, não perdeu o rumo. E no dia de hoje, quando nós temos um problema que nos aflige, a todos os
    brasileiros, de uma plataforma de uma empresa que é símbolo para todos nós, com as dificuldades que está passando, nós temos que nos inspirar, uma vez mais, em Juscelino e não desanimar. Seguir em frente, tendo certeza de que nós temos compromissos com a História e compromisso com nosso povo.

    O fato é que Juscelino conseguiu reunir em torno do seu programa de
    governo uma boa base parlamentar, confortável mesmo. O que faltou aos seus sucessores. Ele era tolerante, sabia dialogar e não guardava ressentimentos. Considerava-se, como chegou a dizer uma vez: "conciliador por natureza". O certo é que Juscelino, com o apoio do Congresso, pôs em marcha um plano ambicioso, que foi o Plano de Metas, que despertou confiança e otimismo nos rumos do país. Um país que era visto em toda a sua complexidade. Como sempre, esteve Juscelino atento à necessidade de resgatar as regiões mais carentes e de expandir as fronteiras do desenvolvimento. Por isso criou a Sudene, e com ela a possibilidade concreta, não apenas de industrializar o Nordeste, mas também de resgatar as populações nordestinas para uma vida
    mais decente.

    E realizou o sonho de Brasília, convencido de que estava dando um
    passo fundamental, como estava, para integrar a região Centro-Oeste à
    economia nacional. Pudera ele ver hoje o que acontece graças à sua obra
    seminal no Centro-Oeste brasileiro. Pudesse ele ver, como eu tenho visto,
    nos campos de Mato Grosso, nos campos de Goiás, a produção batendo todos os recordes, e a estrada de ferro chegando ao coração do Brasil. E os rios se abrindo para transportar riquezas sem que nós nos esqueçamos do meio ambiente.

    Pudesse Juscelino ver as conseqüências de sua obra, que são
    conseqüências que estão aí a muito poucos quilômetros de nós próprios, aqui, ao alcance de qualquer brasileiro. Esta epopéia, a epopéia de Brasília, se fez com grandes nomes: Oscar Niemeyer, Israel Pinheiro, e nós não podemos nos esquecer de Lúcio Costa, que colocou o seu talento de arquiteto e urbanista, um talento sem par, a serviço dessa nova Capital. E Lúcio, na verdade, foi também um dos grandes criadores desta cidade. Projetou-a a partir de uma concepção original que permitiu que Brasília ganhasse não só consistência urbana, mas também conteúdo humano. E se firmasse como a legítima Capital do país.

    E, de novo, esta cidade, que é impressionante, Lúcio Costa, Niemeyer, esta beleza, eu diria, que confunde porque ela tem uma inspiração barroca, mas é clássica, tem aquela brancura dos edifícios, tem a lua, quando a lua está aí despontada, a marcar com mais força ainda a bela arquitetura. Esta cidade que, num certo momento, quando aqui cheguei, me dava a impressão de ser asteca, porque se conhecem as pirâmides do México. E porque aqui também é uma cidade cerimonial do poder.

    De repente esta cidade passou a ser uma cidade humana. Eu acho que Juscelino teria uma imensa satisfação de ver esta Brasília monumental dos seus grandes construtores, que marcaram para sempre a nossa arquitetura e nosso urbanismo, virar uma cidade do seu povo, uma
    cidade que hoje tem um trêmito, que é um trêmito popular, e que os
    monumentos como que foram sendo apossados pela população. E já hoje aquele aspecto asteca, que no começo pode ser um aspecto de distância, passou a ser alguma coisa mais familiar, mais mineira, mais à la Juscelino.

    Eu estou certo de que a comissão que nós acabamos de constituir saberá
    reservar um espaço especial a essa obra, e à obra de Lúcio Costa, porque ele também completaria, nos próximos meses, dia 27 de fevereiro de 2002, cem anos. E eu creio que o Brasil inteiro, e não só Brasília, tem uma dívida enorme para com os fundadores de Brasília, com Lúcio Costa também. E eu não quero deixar de passar essa oportunidade de evocar, ao mesmo tempo, a memória desse ilustre brasileiro que contribuiu de forma notável para a obra de Juscelino Kubitschek. Certamente uma obra transcendental, como é Brasília, é de muita gente.

    Por isso, me referi apenas a alguns, e quero, uma vez mais, fazer uma menção a Israel Pinheiro, porque ele também, com sua dedicação e com seus fundamentos, permitiram que a genialidade de Lúcio Costa e o entusiasmo contagiante de Juscelino pudessem nos legar essa coisa
    admirável que é não só Brasília como símbolo físico, mas a Brasília símbolo de um povo que renasce a cada instante e que avança no seu território para a consecução do seu grande destino.

    Mas, voltando a falar em Juscelino que, naturalmente, é a figura básica,
    central, do nosso evento, eu gostaria de acrescentar que em seu projeto para o Brasil, a cultura vinha em primeiro plano. Pampulha e Brasília são
    exemplos suficientemente eloqüentes do apreço de Juscelino pela inovação.
    Ele via essas obras como emblemáticas de um Brasil que se modernizava, que construía o seu futuro a passos largos. E por pioneiro que fosse, Juscelino não se arrogava posições protagônicas. Reconhecia que o desenvolvimento começara com Getúlio Vargas, que já havia investido na indústria de base e no petróleo.

    Mas não há como negar que Juscelino deu nova envergadura ao
    projeto desenvolvimentista, construindo o novo, a partir do existente, como escreve Celso Lafer na tese que tem sobre o período JK. Eu acho isso muito importante. Construir o novo a partir do existente. Só Deus pode construir o novo a partir do nada. Quem quiser construir o novo tem que ser a partir do existente e tem que ter essa capacidade que teve Juscelino de, a despeito das adversidades, das dificuldades, de, e embora o arcaísmo de tantas instituições, até de pessoas, de fazer o que ele fez, que foi construir o novo.

    Ele não era dogmático com relação à realidade. Ele investiu, eu sei, com
    muita força, em transporte, energia, na indústria de base, mas ele olhava o Estado temendo o risco de o Estado ser um Leviatã absorvente. Ele sabia que era necessário haver um Estado.

    O importante, dizia Juscelino, era que o Estado aprimorasse sua capacidade de planejamento e soubesse utilizar os incentivos de que se dispunha para assegurar a participação do capital privado em obras de interesse público. E eu diria, da sociedade, em obras de interesse público. E assim foi feito.

    Com o sucesso que nós todos conhecemos, inclusive na mobilização de
    investimento externo, que desempenhou um papel central no aprofundamento do processo de substituição de importações.

    E foi graças ao envolvimento do capital externo que se promoveu a indústria de bens de consumo duráveis, particularmente a indústria automobilística. E também contou com o apoio externo para a dinamização da indústria naval. Eu me recordo muito bem dessa época. Meu pai era deputado federal da base juscelinista. E quantas discussões eu tive que travar por causa do capital externo que Juscelino estava introduzindo, e que possibilitava, como possibilitou, alavancar o progresso do Brasil e fazer com que esse Brasil não ficasse "deitado eternamente em berço esplêndido", mas que se erguesse, como se ergueu, para poder dar passos maiores, que necessitavam da absorção de tecnologia, da absorção de métodos de organização, de recursos para que nós pudéssemos levar adiante a nossa obra nacional.

    Foi também em seu governo que o temas de política externa passaram a ocupar a atenção do povo brasileiro. Tendências que ele via com bons olhos e estimulava. Em seu discurso na Escola Superior de Guerra, de 1958, ele dizia e eu cito: "até há pouco tempo o debate dos problemas internacionais não transcendiam os limites dos gabinetes de trabalho da nossa Chancelaria.

    Julgo salutar a discussão sobre política exterior do Brasil na imprensa, no Parlamento, nos meios culturais e universitários, nos círculos de estudo e pesquisa das Forças Armadas". E concluía afirmando: "o Governo não deseja e não pode executar senão uma política que lhe seja ditada pela consciência nacional".

    E outro não foi seu entendimento ao lançar a chamada Operação Pan-americana. Nome curioso: Operação Pan-Americana, de todo o hemisfério. Iniciativa que entendia responder ao anseio do povo brasileiro por uma maior responsabilidade hemisférica e por uma - de novo cito - "uma posição mais nítida na política internacional". Ele não via contradição entre uma Operação Pan-Americana e afirmação nacional, e a defesa do interesse nacional no concerto das nações do continente.

    Recordo a acolhida dispensada à Operação Pan-Americana pelos países
    vizinhos, Sem falar do impacto da iniciativa no esforço de sensibilizar a
    administração Eisenhower para a importância de se criar o Banco
    Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Criado há mais de 40 anos,
    culminando uma iniciativa que remonta a histórica reunião do Quitandinha, o BID tem sido um instrumento importante de apoio ao desenvolvimento regional, como demonstra o envolvimento do banco no esforço em curso de integração da América do Sul na área de infra-estrutura.

    Não posso esquecer, tampouco, o extraordinário apoio que o BID tem
    dado à cultura nacional. Como, por exemplo, o Projeto Monumenta, que é de
    reconstrução dos nossos edifícios. Há muitos anos que não havia recursos nem condições para dar atenção ao patrimônio cultural. Com o Projeto Monumenta nós estamos tendo uma ação bastante ampla, e muitas cidades brasileiras estão sendo reconstruídas, os seus monumentos, graças a esse projeto.

    E isso, portanto, está lá atrás na mão de Juscelino, que semeou a operação Pan-Americana que resultou no BID, numa integração regional, na
    possibilidade da cultura, que sempre foi sua paixão. E agora a continuidade disso. E muitas vezes, com as ações de um grande homem, como Juscelino, que se incorpora à História de um povo, atua-se sem perceber que o impulso veio lá de trás. E, muitas vezes, até nós somos tentados a assumir como nosso o que não é nosso, é de todos, mas foi fundado lá atrás por uma ação seminal, uma ação inspiradora como essa de Juscelino.

    São exemplos, portanto, como esses, que nos deixam convencidos do
    discernimento histórico de Juscelino e de sua capacidade em construir para além do seu tempo nos mais diversos campos. Nos anos que seguiram ao governo JK, o Brasil ingressou num longo hiato autoritário, do qual só veio a emergir na década de oitenta. E nós sabemos que o retorno à democracia não foi acompanhado pela prosperidade econômica. O país teve que conviver, anos a fio, com males como a escalada inflacionária e a crise fiscal do Estado.

    Somente na segunda metade dos anos 90 foi possível voltar a conviver com o binômio democracia e desenvolvimento. É no usufruto das liberdades democráticas e em plena retomada de um crescimento sustentado, que o Brasil irá celebrar os cem anos do nascimento de Juscelino Kubitschek. E aqui talvez resida o maior tributo que o governo e a sociedade poderiam prestar a este grande brasileiro, dar continuidade à sua obra de estadista comprometido com a democracia e o desenvolvimento.

    Naturalmente, atualizando-a para as circunstâncias de hoje. Daí meu empenho tão grande no que eu chamo de radicalização da democracia, na necessidade de nós aprimorarmos para começar a reforma política, para valorizar os partidos, aprimorar o sistema de representação. Nós precisamos continuar a ampliar o espaço público, com a participação da sociedade na formulação, acompanhamento e controle das políticas sociais, hoje muito facilitadas pela existência de tecnologias chamadas da informação, que fazem com que haja acesso imediato por parte da
    cidadania às decisões de governo e o controle dessas decisões. E quanto mais democrática, com maior acessibilidade às decisões do Estado, vem a ser a sociedade e mais nós estaremos cumprindo o legado de Juscelino Kubitschek.

    É, portanto, importante que, sob a inspiração de Juscelino, nós
    concluamos as reformas necessárias para o novo ciclo de crescimento em que o país está ingressando, para que ele seja o mais duradouro e o mais
    consistente possível.

    Está na hora, de novo, sob inspiração de Juscelino, de impulsionar o
    centros regionais de integração de desenvolvimento, de norte a sul, de leste a oeste, com uma vigorosa parceria entre o Estado, a sociedade, a iniciativa privada, os técnicos, as universidades. Enfim, nós temos que ter o ímpeto redobrado para fazer aquilo que foi sonho de Juscelino: reduzir as desigualdades regionais com mecanismos mais transparentes, que tenham o apoio da sociedade, diminuir as diferenças entre as classes, enfim, fazer, ao mesmo tempo, com que este país seja melhor desfrutado por toda a sua população. E nós temos que manter aceso, também, o ideal juscelinista, de uma América do Sul - ele falava do hemisfério todo, na Pan-Americana - uma América do Sul coesa e integrada. Isto é bom para o Brasil.

    De um Mercosul que tenha força. Isto é bom para todos os nossos vizinhos. E nós precisamos continuar empenhados em assegurar que a regulamentação do comércio internacional avance de maneira mais equânime, sem criar inibições, para que o Brasil tenha uma participação maior e à altura das suas potencialidades.

    Eu tenho certeza de que nós haveremos de honrar a obra de Juscelino e legar às gerações futuras um Brasil sem pendências com a democracia e com o desenvolvimento, um Brasil integrado a seus vizinhos e com uma voz cada vez mais influente no cenário internacional. Eu queria, ao terminar, recordar que vim aqui, em 1994, quando iniciava a minha jornada para chegar à Presidência da República, vim aqui, neste mesmo
    Memorial, fazer a apresentação de um projeto, de um programa. E que, por
    isso mesmo, tenho um empenho imenso em ter sempre presente a figura, os
    gestos, as realizações de Juscelino como inspiração. Difícil - nem penso -em chegar ao legado tão grande quanto o dele. Construímos o Plano Real, e quando vim, aqui, falar sobre isso, falava do sonho e do real.
    Juscelino é grande, porque Juscelino deu ao Brasil duas coisas: ele
    transformou a realidade, ele deu ao Brasil um sonho, um sonho de ser igual a ele próprio, ele próprio Brasil, seu povo. O sonho de ser um país que tem confiança em si, tem determinação. Esse sentimento do real e do sonho, que foram as marcas de Juscelino, há de ser a marca da sociedade brasileira.

    Espero, tenho certeza de que, agora daqui por diante vamos comemorar
    e prestar tributo à memória e à obra de Juscelino. A comissão que estou
    criando, e a que neste momento estou dando posse, será capaz de fazer com
    que, uma vez mais, ao ouvirmos, como acabamos de ouvir o coro das crianças de Diamantina cantarem o "Peixe Vivo", nós todos vamos lembrar, e muito, de Juscelino Kubitschek.

    Muito obrigado."

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