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04/04/2001
-
03h26
da Folha de S.Paulo
Se depender da opinião do ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque, o candidato do PT à Presidência da República será novamente Luiz Inácio Lula da Silva, mas seu comportamento será diferente do adotado nas outras três eleições majoritárias que disputou. "O discurso de Lula não pode ser o de candidato. Tem de ser de presidente. Lula tem que parar de se comportar como o líder das oposições e se comportar como presidente", afirmou.
Para Cristovam, que abriu mão de disputar a posição de candidato do PT a presidente em favor de Lula -"Sempre disse que não disputaria uma prévia com ele"- , as eleições de 2002 darão uma chance concreta de vitória ao partido, ao contrário do pleito de 98, em que o presidente Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno.
"Na última campanha, faltou dizer o que não vamos mudar. Reafirmar nosso compromisso com a estabilidade monetária, de que não vamos romper (a estabilidade), de que não queremos ser párias. Temos de mostrar que nosso projeto de mudança é o de ter um governo sem corrupção, com participação social e com erradicação da pobreza", afirmou.
Cristovam, que na última campanha colecionou críticas dentro do partido por ter defendido a manutenção do ministro da Fazenda, Pedro Malan, nos primeiros cem dias de um eventual governo petista, agora afirma que o nome pode ser outro, mas tem de ter a confiança dos investidores e organismos internacionais.
"Acho que o PT deve anunciar os nomes do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central antes da eleição. E essas pessoas têm de ser interlocutores confiáveis no cenário internacional".
Segundo Cristovam, que falou com a reportagem da Folha minutos antes de uma reunião com Lula, suas receitas já são conhecidas do líder petista. "Já falei tudo isso a Lula. E a conversa foi agora, neste ano".
Aclamação
A tendência do PT, segundo Cristovam e parlamentares petistas ouvidos pela Folha, é aclamar Lula candidato a presidente. O único que ainda pode disputar a convenção com ele é o senador Eduardo Suplicy (SP), que está promovendo uma consulta às bases durante este mês.
"Lula é o melhor, diante do seu nome não tem para mais ninguém e não há tempo para preparar outro nome", disse Cristovam, admitindo, nas entrelinhas, que esta será a última campanha presidencial disputada por Lula. "Eu mesmo teria chances agora. Em 2006, haverá uma fila de candidatos, e eu quero ir para o Senado".
"Não tenho dúvida de que o candidato será Lula", disse a senadora Heloísa Helena (AL), representante da ala esquerda. Outro presidenciável, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, também vota com Lula e, ao contrário dos demais, acha que a prévia com Suplicy "engrandeceria o debate".
(FLÁVIA DE LEON)
Lula deve mudar comportamento, diz ex-governador
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Se depender da opinião do ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque, o candidato do PT à Presidência da República será novamente Luiz Inácio Lula da Silva, mas seu comportamento será diferente do adotado nas outras três eleições majoritárias que disputou. "O discurso de Lula não pode ser o de candidato. Tem de ser de presidente. Lula tem que parar de se comportar como o líder das oposições e se comportar como presidente", afirmou.
Para Cristovam, que abriu mão de disputar a posição de candidato do PT a presidente em favor de Lula -"Sempre disse que não disputaria uma prévia com ele"- , as eleições de 2002 darão uma chance concreta de vitória ao partido, ao contrário do pleito de 98, em que o presidente Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno.
"Na última campanha, faltou dizer o que não vamos mudar. Reafirmar nosso compromisso com a estabilidade monetária, de que não vamos romper (a estabilidade), de que não queremos ser párias. Temos de mostrar que nosso projeto de mudança é o de ter um governo sem corrupção, com participação social e com erradicação da pobreza", afirmou.
Cristovam, que na última campanha colecionou críticas dentro do partido por ter defendido a manutenção do ministro da Fazenda, Pedro Malan, nos primeiros cem dias de um eventual governo petista, agora afirma que o nome pode ser outro, mas tem de ter a confiança dos investidores e organismos internacionais.
"Acho que o PT deve anunciar os nomes do ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central antes da eleição. E essas pessoas têm de ser interlocutores confiáveis no cenário internacional".
Segundo Cristovam, que falou com a reportagem da Folha minutos antes de uma reunião com Lula, suas receitas já são conhecidas do líder petista. "Já falei tudo isso a Lula. E a conversa foi agora, neste ano".
Aclamação
A tendência do PT, segundo Cristovam e parlamentares petistas ouvidos pela Folha, é aclamar Lula candidato a presidente. O único que ainda pode disputar a convenção com ele é o senador Eduardo Suplicy (SP), que está promovendo uma consulta às bases durante este mês.
"Lula é o melhor, diante do seu nome não tem para mais ninguém e não há tempo para preparar outro nome", disse Cristovam, admitindo, nas entrelinhas, que esta será a última campanha presidencial disputada por Lula. "Eu mesmo teria chances agora. Em 2006, haverá uma fila de candidatos, e eu quero ir para o Senado".
"Não tenho dúvida de que o candidato será Lula", disse a senadora Heloísa Helena (AL), representante da ala esquerda. Outro presidenciável, o prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro, também vota com Lula e, ao contrário dos demais, acha que a prévia com Suplicy "engrandeceria o debate".
(FLÁVIA DE LEON)
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