Publicidade
Publicidade
10/04/2001
-
03h57
FLÁVIA DE LEON, da Folha de S.Paulo
O virtual candidato do PT a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou ontem parte expressiva da cúpula do partido para discutir a conjuntura política nacional e preparar um calendário de seminários temáticos que devem servir como laboratório para o programa de governo petista em 2002.
A reunião, sigilosa, foi realizada no Instituto Cidadania, do PT. O senador Eduardo Suplicy (SP), que se diz pré-candidato do partido à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, não estava presente.
Entre os assuntos discutidos pelos 20 líderes chamados por Lula estavam a situação político e econômica da Argentina e a eventual candidatura do ministro José Serra (Saúde) pelo bloco governista.
Sobre a Argentina, vários dos presentes manifestaram a preocupação de evitar a "cilada" de que foi vítima o presidente Fernando de la Rúa. "Não podemos repetir de la Rúa", foi uma frase repetida no encontro, segundo o relato de três dos participantes.
O argentino, eleito com discurso de oposição ao modelo econômico de seu antecessor, Carlos Menem, teve de convocar, no meio de uma crise econômica, Domingo Cavallo, ex-ministro econômico do mesmo Menem, a quem o próprio de la Rúa deixara em quarto lugar na disputa presidencial, há um ano.
Para evitar a repetição, os petistas querem elaborar um programa que mude o eixo do desenvolvimento para o social, mas que ao mesmo tempo afirme que o partido tem compromisso com a estabilidade monetária, a previsibilidade econômica e a manutenção de conquistas sociais.
Os petistas discutiram ainda o crescimento de José Serra como opção governista ao Planalto e estratégias para rebater a ofensiva do PSDB no sentido de disputar a bandeira da ética na política com o próprio PT.
O PT deve começar a frisar desde já a aliança de Serra com o chamado "PMDB governista". Na avaliação do partido a aproximação de Serra com o presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), o deputado Geddel Vieira Lima (BA) e o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o torna vulnerável eleitoralmente.
Quanto à tentativa de aliar a imagem do partido de Fernando Henrique Cardoso à ética na política, o PT concluiu que serão os tucanos que terão problemas.
"Para tomar a bandeira da ética, o presidente vai ter de transformar a Anadyr (Rodrigues, ministra-chefe da Corregedoria Geral da União) em primeira-ministra. Este governo está completamente arranhado em relação à ética", disse Aloizio Mercadante.
Lula, apesar de convocar a reunião, não anunciou, em nenhum momento, sua quarta candidatura, o que era até aguardado por alguns dos participantes.
Participaram da reunião o presidente do PT, José Dirceu, o senador José Eduardo Dutra (SE), o ex-governador Cristovam Buarque (DF), os deputados federais José Genoino, Aloizio Mercadante e João Paulo, todos de São Paulo, Jaques Wagner (BA), os governadores Jorge Viana (AC) e Zeca do PT (MS), os prefeitos Tarso Genro (Porto Alegre) e Marcelo Déda (Aracaju), o secretário da Cultura de São Paulo, Marco Aurélio Garcia, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias, entre outros.
Lula reúne PT e discute sucessão de FHC
Publicidade
O virtual candidato do PT a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, convocou ontem parte expressiva da cúpula do partido para discutir a conjuntura política nacional e preparar um calendário de seminários temáticos que devem servir como laboratório para o programa de governo petista em 2002.
A reunião, sigilosa, foi realizada no Instituto Cidadania, do PT. O senador Eduardo Suplicy (SP), que se diz pré-candidato do partido à sucessão do presidente Fernando Henrique Cardoso, não estava presente.
Entre os assuntos discutidos pelos 20 líderes chamados por Lula estavam a situação político e econômica da Argentina e a eventual candidatura do ministro José Serra (Saúde) pelo bloco governista.
Sobre a Argentina, vários dos presentes manifestaram a preocupação de evitar a "cilada" de que foi vítima o presidente Fernando de la Rúa. "Não podemos repetir de la Rúa", foi uma frase repetida no encontro, segundo o relato de três dos participantes.
O argentino, eleito com discurso de oposição ao modelo econômico de seu antecessor, Carlos Menem, teve de convocar, no meio de uma crise econômica, Domingo Cavallo, ex-ministro econômico do mesmo Menem, a quem o próprio de la Rúa deixara em quarto lugar na disputa presidencial, há um ano.
Para evitar a repetição, os petistas querem elaborar um programa que mude o eixo do desenvolvimento para o social, mas que ao mesmo tempo afirme que o partido tem compromisso com a estabilidade monetária, a previsibilidade econômica e a manutenção de conquistas sociais.
Os petistas discutiram ainda o crescimento de José Serra como opção governista ao Planalto e estratégias para rebater a ofensiva do PSDB no sentido de disputar a bandeira da ética na política com o próprio PT.
O PT deve começar a frisar desde já a aliança de Serra com o chamado "PMDB governista". Na avaliação do partido a aproximação de Serra com o presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), o deputado Geddel Vieira Lima (BA) e o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, o torna vulnerável eleitoralmente.
Quanto à tentativa de aliar a imagem do partido de Fernando Henrique Cardoso à ética na política, o PT concluiu que serão os tucanos que terão problemas.
"Para tomar a bandeira da ética, o presidente vai ter de transformar a Anadyr (Rodrigues, ministra-chefe da Corregedoria Geral da União) em primeira-ministra. Este governo está completamente arranhado em relação à ética", disse Aloizio Mercadante.
Lula, apesar de convocar a reunião, não anunciou, em nenhum momento, sua quarta candidatura, o que era até aguardado por alguns dos participantes.
Participaram da reunião o presidente do PT, José Dirceu, o senador José Eduardo Dutra (SE), o ex-governador Cristovam Buarque (DF), os deputados federais José Genoino, Aloizio Mercadante e João Paulo, todos de São Paulo, Jaques Wagner (BA), os governadores Jorge Viana (AC) e Zeca do PT (MS), os prefeitos Tarso Genro (Porto Alegre) e Marcelo Déda (Aracaju), o secretário da Cultura de São Paulo, Marco Aurélio Garcia, e o ex-prefeito de Belo Horizonte, Patrus Ananias, entre outros.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice