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10/04/2001
-
04h00
FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife
Os cerca de mil trabalhadores rurais sem-terra que invadiram e depredaram anteontem a usina Aliança, na Zona da Mata, norte de Pernambuco, afirmaram que só deixarão o local com o início da marcha pela reforma agrária, promovida pelo MST. Prevista inicialmente para hoje, a caminhada de 80 quilômetros até Recife só deve começar amanhã, em razão dos tumultos na área invadida.
Os agricultores quebraram vidros, móveis e equipamentos de escritório a golpes de picareta e atearam fogo em documentos retirados da usina, desativada em 1996 e considerada improdutiva no ano passado pelo Incra.
Entre os papéis, os invasores afirmam ter encontrado carteiras de trabalho retidas e nove fotos de oito lavradores mortos.
O chefe da segurança da usina, Júlio Lopes da Silva, acabou sendo preso, acusado de porte ilegal de armas. Na casa da usina, os policiais apreenderam um rifle calibre 44, munição e cartuchos usados. Dois seguranças sob ordens de Silva portavam escopetas.
Procurados ontem pela Agência Folha, os responsáveis pela usina Aliança não foram localizados. A indústria conseguiu este ano na Justiça uma liminar contra a desapropriação da área, que tem 22 engenhos. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) recorreu.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, disse que o "ato claro de vandalismo" do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "não resolve nada". "Nós só não desapropriamos a usina porque está nas mãos da Justiça, e não cabe cometer atos de vandalismo enquanto a Justiça julga o caso." Sobre as denúncias feitas pelos sem-terra, Jungmann disse que o ministério "não tem nenhum compromisso com a fraude, com o crime". Segundo ele, a "determinação é apurar com rigor e punir os responsáveis".
Sem-terras mantêm invasão de usina em Pernambuco
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Os cerca de mil trabalhadores rurais sem-terra que invadiram e depredaram anteontem a usina Aliança, na Zona da Mata, norte de Pernambuco, afirmaram que só deixarão o local com o início da marcha pela reforma agrária, promovida pelo MST. Prevista inicialmente para hoje, a caminhada de 80 quilômetros até Recife só deve começar amanhã, em razão dos tumultos na área invadida.
Os agricultores quebraram vidros, móveis e equipamentos de escritório a golpes de picareta e atearam fogo em documentos retirados da usina, desativada em 1996 e considerada improdutiva no ano passado pelo Incra.
Entre os papéis, os invasores afirmam ter encontrado carteiras de trabalho retidas e nove fotos de oito lavradores mortos.
O chefe da segurança da usina, Júlio Lopes da Silva, acabou sendo preso, acusado de porte ilegal de armas. Na casa da usina, os policiais apreenderam um rifle calibre 44, munição e cartuchos usados. Dois seguranças sob ordens de Silva portavam escopetas.
Procurados ontem pela Agência Folha, os responsáveis pela usina Aliança não foram localizados. A indústria conseguiu este ano na Justiça uma liminar contra a desapropriação da área, que tem 22 engenhos. O Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) recorreu.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, disse que o "ato claro de vandalismo" do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) "não resolve nada". "Nós só não desapropriamos a usina porque está nas mãos da Justiça, e não cabe cometer atos de vandalismo enquanto a Justiça julga o caso." Sobre as denúncias feitas pelos sem-terra, Jungmann disse que o ministério "não tem nenhum compromisso com a fraude, com o crime". Segundo ele, a "determinação é apurar com rigor e punir os responsáveis".
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