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15/06/2000 - 12h38

Secretário quer "destensionar' relação com a Câmara atendendo pedidos

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FABIANE LEITE, repórter da Folha Online

O novo secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Arnaldo Faria de Sá, 54, diz que pretende 'destensionar' o relacionamento com a Câmara Municipal e atender a pedidos dos parlamentares. Ele concedeu entrevista por telefone à Folha Online de seu escritório em São Paulo.

"Acho que a cidade precisa resgatar a governabilidade em muitos pontos, entre eles o relacionamento com a Câmara, que tem feito pequenos pedidos deixados de lado. É importante atender", disse o novo secretário.

"Como vivo este problema (Faria de Sá é deputado federal e vai se licenciar do cargo), sei aquilo que é difícil como parlamentar. Vou procurar destensionar, com a liberação de uma emenda, de uma obra." Faria de Sá promete acelerar o atendimento aos pedidos de vereadores por este ser um ano de eleição. "É natural", afirmou.

O secretário disse que atenderá às requisições de vereadores que já estejam previstas no orçamento. As que não estiverem, segundo ele, terão de ser avaliadas junto com o prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PTN). "Vamos acelerar tudo que estiver previsto no orçamento, o que não for, vamos conversar com o prefeito."

Faria de Sá confirmou que deixou o PPB para poder ter liberdade de conversar com todos os partidos na Câmara. O presidente da legenda, Paulo Maluf (PPB), candidato a prefeito, chegou a lhe pedir para que não aceitasse a nova atribuição. Maluf diz que rompeu o relacionamento com Pitta. Faria de Sá, que é advogado, havia ocupado a secretaria de Esportes por um ano na gestão de Maluf na Prefeitura (1992-1996).

"Acho natural a posição dele (Maluf). Mas eu atuo de forma apartidária. O partido apóia o Fernando Henrique Cardoso e eu não", disse o secretário.

Reunião

O ex-deputado foi convidado na quarta-feira (14) por Pitta. No fim da tarde, reuniu-se com 14 vereadores na Câmara, no gabinete de Jooji Hato, líder do PMDB. Segundo o secretário, após o convite, ele decidiu conversar com os parlamentares para saber sobre sua aceitação. Estavam no encontro, além de Hato, Lídia Corrêa, Myryam Athiê, Milton Leite, Antônio Goulart e Miguel Colasuonno, também do PMDB, Brasil Vita, Wadih Mutran, Dito Salim e Mário Dias, do PPB, Luiz Paschoal e José Amorim, do PTB, Toninho Paiva e Aurelino de Andrade, do PFL. Com o presidente da Casa, Armando Mellão Neto (PMDB), o secretário falou por telefone.

Segundo Faria de Sá, todos os vereadores, exceto Colasuonno, aceitaram seu nome. Colasuonno teria dito que o secretário teria muito pouco tempo para trabalhar.

Os vereadores estariam descontentes não com o ex-secretário de Governo, Carlos Augusto Meinberg, mas com outros secretários de Pitta, que não estariam atendendo seus pedidos.

"Vou procurar pedir para que os secretários atendam, nem que seja para dizer não", afirmou o secretário.

Impeachment

Faria de Sá disse não estar preocupado com a votação do impeachment de Pitta na Câmara, já que o mau relacionamento de Regis de Oliveira, vice-prefeito da cidade que ocupou a chefia do Executivo por 19 dias, teria reaproximado os vereadores de Pitta. "Não é preocupação fundamental. Até porque o Regis acabou por facilitar. Ele provocou situação que os próprios vereadores consideram o afastamento do Pitta um problema porque sabem que teriam de administrar com Regis."

O secretário acredita que foi "normal" a tentativa de aproximação de Regis feita por alguns vereadores, como Toninho Paiva (PFL) e Bruno Feder (PPB). "Eles tinham de dar uma resposta, dar continuidade."

Segundo Faria de Sá, não há problema em negociar com vereadores de seu ex-partido, o PPB, que teoricamente aprovariam a candidatura de Maluf. 'Não me preocupo com isso. Tenho um relacionamento anterior com eles. Os vereadores estão pensando na própria candidatura e não na do prefeito.'

Faria de Sá só deve ir para seu gabinete, que fica no Palácio das Indústrias, sede do Executivo paulistano, na sexta-feira (16). Nesta quinta-feira (15), ele está trabalhando para se desvincular da Câmara Federal.

Salário

O secretário diz que vai se licenciar do cargo de deputado mas continuará recebendo seu salário, de R$ 5.000,00 líquidos. Faria de Sá promete abrir mão do salário na prefeitura.

Ele afirmou ter se aproximado de Pitta ao ajudar na negociação da dívida da Prefeitura de São Paulo, conversando com integrantes do Ministério da Fazenda e com o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães (PFL), onde a aprovação de financiamento do débito foi aprovada.

Faria de Sá disse que não vê problema em participar de um governo que é alvo de denúncias de corrupção. "Fazer política é olhar para a frente. Tenho condições de ajudar São Paulo."

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