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19/04/2001
-
03h27
KENNEDY ALENCAR e ANDRÉA MICHAEL, da Folha de S.Paulo, em Brasília
Regina Célia Peres Borges, ex-diretora do Prodasen, disse à comissão de inquérito que investigou a violação do painel da Casa que poderá provar que o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), telefonou-lhe na noite de 28 de junho do ano passado "agradecendo pela lista" dos votos secretos da cassação de Luiz Estevão.
Segundo a Folha apurou, Regina sugeriu a quebra de seu sigilo telefônico durante o depoimento, quando membros da comissão classificaram de ""grave" a declaração de que havia recebido o telefonema de ACM. A Comissão de Ética do Senado pretende pedir a quebra do sigilo.
Ativa militante do PSDB, ao qual é filiada desde janeiro de 1994, Regina foi uma das coordenadoras da campanha da deputada Maria Abadia (PSDB-DF) ao governo do Distrito Federal. Cuidava de toda a parte relativa ao processamento de dados -sua especialidade- e à mala-direta.
Foi no ninho tucano que aproximou-se de José Roberto Arruda (PSDB-DF). E teve a ajuda dele na sua segunda nomeação para a diretoria do Prodasen, em 1997. A primeira foi em 1991.
Com capacidade técnica reconhecida pelos colegas, Regina encabeçava a tradicional lista tríplice, elaborada pelos funcionários da autarquia, com os nomes mais votados para ocupar o cargo. O apoio político de Arruda surgiu como o empurrão que faltava.
Ainda filiada ao PSDB, Regina hoje é uma militante discreta. Casada com Ivar, não exibe o sobrenome do companheiro -Alves Ferreira. Optou por manter o do ex-marido, Paulo Fernando Pimentel Borges, primo do governador da Bahia, o pefelista Cesar Borges, afilhado político de ACM.
Funcionários do Prodasen desde 1975, Regina e Ivar hoje não têm mais cargos comissionados na autarquia. O casal, que não respondeu às ligações da Folha ontem, vive em uma ampla casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
No segundo depoimento que prestou sobre o caso, a ex-diretora do Prodasen (Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado) relatou que o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda, disse que a ordem para quebrar o sigilo do painel eletrônico partira de ACM.
Regina contou que "recebeu uma ligação do senador Arruda". Ele lhe pediu
que fosse à sua casa. Era na véspera da cassação, dia 27 de junho de 2000.
No encontro, segundo Regina, Arruda invocou o nome de Antonio Carlos Magalhães. Disse que "o presidente do Senado pedira que a procurasse, determinando que ela obtivesse, no sistema de votação eletrônica do Senado, o resultado da votação da cassação do senador Luiz Estevão".
Regina revelou que, após obter cópia da lista, a entregou a um assessor de Arruda, Domingos Lamoglia, no dia cassação e que, na noite da mesma data, o senador pefelista lhe telefonou. ACM, Arruda e Lamoglia negam.
Laudo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) confirmou que foi extraída dos computadores do Senado em 28 de junho de 2000, o dia da cassação, a lista com os votos de todos congressistas. O trabalho da Unicamp, que reconstitui o caminho da fraude, chegou à senha do "usuário número 9". Funcionário do Prodasen, ele se chama Heitor Ledur. Ouvido pela comissão, confessou ter participado da operação e revelou que cumpriu ordens de Regina.
Ex-diretora do Prodasen sugere quebra de seu sigilo telefônico
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Regina Célia Peres Borges, ex-diretora do Prodasen, disse à comissão de inquérito que investigou a violação do painel da Casa que poderá provar que o então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), telefonou-lhe na noite de 28 de junho do ano passado "agradecendo pela lista" dos votos secretos da cassação de Luiz Estevão.
Segundo a Folha apurou, Regina sugeriu a quebra de seu sigilo telefônico durante o depoimento, quando membros da comissão classificaram de ""grave" a declaração de que havia recebido o telefonema de ACM. A Comissão de Ética do Senado pretende pedir a quebra do sigilo.
Ativa militante do PSDB, ao qual é filiada desde janeiro de 1994, Regina foi uma das coordenadoras da campanha da deputada Maria Abadia (PSDB-DF) ao governo do Distrito Federal. Cuidava de toda a parte relativa ao processamento de dados -sua especialidade- e à mala-direta.
Foi no ninho tucano que aproximou-se de José Roberto Arruda (PSDB-DF). E teve a ajuda dele na sua segunda nomeação para a diretoria do Prodasen, em 1997. A primeira foi em 1991.
Com capacidade técnica reconhecida pelos colegas, Regina encabeçava a tradicional lista tríplice, elaborada pelos funcionários da autarquia, com os nomes mais votados para ocupar o cargo. O apoio político de Arruda surgiu como o empurrão que faltava.
Ainda filiada ao PSDB, Regina hoje é uma militante discreta. Casada com Ivar, não exibe o sobrenome do companheiro -Alves Ferreira. Optou por manter o do ex-marido, Paulo Fernando Pimentel Borges, primo do governador da Bahia, o pefelista Cesar Borges, afilhado político de ACM.
Funcionários do Prodasen desde 1975, Regina e Ivar hoje não têm mais cargos comissionados na autarquia. O casal, que não respondeu às ligações da Folha ontem, vive em uma ampla casa no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
No segundo depoimento que prestou sobre o caso, a ex-diretora do Prodasen (Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado) relatou que o líder do governo no Senado, José Roberto Arruda, disse que a ordem para quebrar o sigilo do painel eletrônico partira de ACM.
Regina contou que "recebeu uma ligação do senador Arruda". Ele lhe pediu
que fosse à sua casa. Era na véspera da cassação, dia 27 de junho de 2000.
No encontro, segundo Regina, Arruda invocou o nome de Antonio Carlos Magalhães. Disse que "o presidente do Senado pedira que a procurasse, determinando que ela obtivesse, no sistema de votação eletrônica do Senado, o resultado da votação da cassação do senador Luiz Estevão".
Regina revelou que, após obter cópia da lista, a entregou a um assessor de Arruda, Domingos Lamoglia, no dia cassação e que, na noite da mesma data, o senador pefelista lhe telefonou. ACM, Arruda e Lamoglia negam.
Laudo da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) confirmou que foi extraída dos computadores do Senado em 28 de junho de 2000, o dia da cassação, a lista com os votos de todos congressistas. O trabalho da Unicamp, que reconstitui o caminho da fraude, chegou à senha do "usuário número 9". Funcionário do Prodasen, ele se chama Heitor Ledur. Ouvido pela comissão, confessou ter participado da operação e revelou que cumpriu ordens de Regina.
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