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19/04/2001
-
03h37
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A força-tarefa montada pelo governo federal para tentar recuperar o dinheiro desviado da obra superfaturada do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo encontrou rastros da uma conta ativa pertencente ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto fora dos Estados Unidos.
Desde o início das investigações, é o primeiro indício de conta ativa dos envolvidos no esquema que desviou R$ 169,5 milhões da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. A conta investigada recebeu recursos de uma das contas que os envolvidos no esquema mantinha num banco norte-americano e registrou movimentação acima de US$ 1 milhão.
O rastreamento das contas de Nicolau e do ex-senador Luiz Estevão no exterior revelou que o esquema montou uma rede de contas que utilizou 18 bancos e 14 pessoas jurídicas para movimentar o dinheiro de forma a dificultar sua localização. Entre eles estão o Delta Bank e o Sun Trust Bank de Miami, o Commercial Bank de Nova York e o Banco Santander em Miami e nas Ilhas Virgens.
As pessoas jurídicas usadas pelo esquema são principalmente off-shores (empresas montadas em paraísos fiscais) com representação ou conta bancária nos Estados Unidos. Duas delas, a Biarritz e a Hillside, com sede nas Bahamas, foram criadas pelo juiz Nicolau exclusivamente para a compra de seu apartamento em Miami, avaliado em U$ 1 milhão.
O dinheiro para a compra desse apartamento saiu da conta de Luiz Estevão em nome de Leo Green no Delta Bank de Miami, passou pela conta que Nicolau mantinha na Suíça e voltou para os Estados Unidos em nome da Hillside, que comprou o imóvel. Logo em seguida, o apartamento foi transferido para a Biarritz.
As outras off-shores utilizadas pelo esquema foram a Chaplin e a Ontario, cujas contas serviram para transferir US$ 5 milhões das Ilhas Virgens Britânicas para os EUA. O banco utilizado nesse caso foi o Sun Trust Bank de Miami.
A força-tarefa conseguiu documentos que comprovam que a Ontario é mesmo do juiz Nicolau, conforma a Folha antecipou em janeiro passado. Na ocasião, dois gerentes do Banco Noroeste confirmaram à reportagem terem aberto a conta a pedido do juiz por intermédio de um escritório de advogados em Nova York.
Por causa do grande número de contas e transferências bancárias usados pelo esquema, a força-tarefa já havia perdido as esperanças de encontrar uma conta que ainda estivesse sendo movimentada. Com os rastros dessa nova conta, os investigadores acreditam que poderá ser possível rastrear também a movimentação financeira do juiz Nicolau enquanto esteve foragido, de abril a outubro do ano passado.
O governo trabalha agora para aprovar o mais rápido possível tratados de cooperação judiciária com a Suíça e com as Bahamas, para poder repatrias o dinheiro bloqueado nas contas de Nicolau nesses países.
(MALU GASPAR)
Governo descobre conta ativa de juiz Nicolau
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A força-tarefa montada pelo governo federal para tentar recuperar o dinheiro desviado da obra superfaturada do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo encontrou rastros da uma conta ativa pertencente ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto fora dos Estados Unidos.
Desde o início das investigações, é o primeiro indício de conta ativa dos envolvidos no esquema que desviou R$ 169,5 milhões da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo. A conta investigada recebeu recursos de uma das contas que os envolvidos no esquema mantinha num banco norte-americano e registrou movimentação acima de US$ 1 milhão.
O rastreamento das contas de Nicolau e do ex-senador Luiz Estevão no exterior revelou que o esquema montou uma rede de contas que utilizou 18 bancos e 14 pessoas jurídicas para movimentar o dinheiro de forma a dificultar sua localização. Entre eles estão o Delta Bank e o Sun Trust Bank de Miami, o Commercial Bank de Nova York e o Banco Santander em Miami e nas Ilhas Virgens.
As pessoas jurídicas usadas pelo esquema são principalmente off-shores (empresas montadas em paraísos fiscais) com representação ou conta bancária nos Estados Unidos. Duas delas, a Biarritz e a Hillside, com sede nas Bahamas, foram criadas pelo juiz Nicolau exclusivamente para a compra de seu apartamento em Miami, avaliado em U$ 1 milhão.
O dinheiro para a compra desse apartamento saiu da conta de Luiz Estevão em nome de Leo Green no Delta Bank de Miami, passou pela conta que Nicolau mantinha na Suíça e voltou para os Estados Unidos em nome da Hillside, que comprou o imóvel. Logo em seguida, o apartamento foi transferido para a Biarritz.
As outras off-shores utilizadas pelo esquema foram a Chaplin e a Ontario, cujas contas serviram para transferir US$ 5 milhões das Ilhas Virgens Britânicas para os EUA. O banco utilizado nesse caso foi o Sun Trust Bank de Miami.
A força-tarefa conseguiu documentos que comprovam que a Ontario é mesmo do juiz Nicolau, conforma a Folha antecipou em janeiro passado. Na ocasião, dois gerentes do Banco Noroeste confirmaram à reportagem terem aberto a conta a pedido do juiz por intermédio de um escritório de advogados em Nova York.
Por causa do grande número de contas e transferências bancárias usados pelo esquema, a força-tarefa já havia perdido as esperanças de encontrar uma conta que ainda estivesse sendo movimentada. Com os rastros dessa nova conta, os investigadores acreditam que poderá ser possível rastrear também a movimentação financeira do juiz Nicolau enquanto esteve foragido, de abril a outubro do ano passado.
O governo trabalha agora para aprovar o mais rápido possível tratados de cooperação judiciária com a Suíça e com as Bahamas, para poder repatrias o dinheiro bloqueado nas contas de Nicolau nesses países.
(MALU GASPAR)
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