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19/04/2001 - 03h40

Sudene prevê seca "severa" este ano

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FÁBIO GUIBU, da Agência Folha, em Recife

A Coordenadoria de Defesa Civil da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste) afirmou ontem em Recife que é grande a possibilidade de ocorrer um novo período de seca severa este ano em parte do semi-árido nordestino e no norte de Minas Gerais.

Diferentemente do que esperavam os técnicos, as chuvas em várias áreas do sertão não estão ocorrendo da forma prevista. A média esperada para os quatro primeiros meses do ano não deverá ser atingida.

O volume esperado variava, conforme a região, de 600 mm a 800 mm entre janeiro e maio. Os novos estudos, porém, apontam que ele poderá ficar até 20% abaixo disso. Cada milímetro de chuva equivale à queda de um litro de água sobre uma superfície plana de um metro quadrado.

Foram constatados também agravantes como a má distribuição e a irregularidade das chuvas. "Isso significa que pode ter chovido muito em dois dias em uma pequena área e nada nos outros 28 dias do mês", disse o coordenador da Defesa Civil da Sudene, Mário Jorge de Carvalho Lima.

Como o período chuvoso nessas regiões de risco termina em maio, a perspectiva é que haja agravamento ou formação de núcleos de seca, com falta de água potável e quebra de safras agrícolas.

Segundo Lima, há grande possibilidade de seca severa este ano no semi-árido do Piauí, Alagoas, na região do Cariri do Ceará, na área central da Paraíba, oeste e centro do Rio Grande do Norte e nos sertões do Araripe, Petrolina e Central de Pernambuco, além do norte de Minas Gerais.

No último levantamento de cidades afetadas, no final de 2000, havia 131 municípios em estado de calamidade pública em Sergipe (10), Paraíba (36), Rio Grande do Norte (62) e Ceará (23).

O cenário é mais grave em Minas, onde o ciclo das chuvas no Vale do Jequitinhonha terminou em março. O governo do Estado já reconheceu a situação de emergência decretada por 140 prefeituras da região. Segundo a Sudene, a Secretaria Nacional da Defesa Civil já foi alertada. O fornecimento de carros-pipa pelo governo federal no semi-árido parou em fevereiro. A entrega das cestas básicas também acabou.

A maior seca dos últimos anos no Nordeste ocorreu entre 1997 e 2000. Cerca de 10 milhões de pessoas, dos 19 milhões de habitantes do semi-árido, foram atingidas.
 

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