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19/04/2001
-
03h33
ARI CIPOLA
LUÍS INDRIÚNAS
da Agência Folha, em Belém
O empresário José Osmar Borges, ex-sócio do presidente do Senado, Jader Barbalho, fez negócio com a ex-diretora de Finanças da Sudam Maria Auxiliadora Barra Martins, dona do escritório de lobby com maior percentual de aprovação de projetos no órgão.
Borges e Maria Auxiliadora foram presos nesta semana. Borges obteve habeas corpus. Entre os documentos apreendidos na casa de Maria Auxiliadora, a Polícia Federal encontrou um contrato de venda de ações de Borges para ela.
Essa é a primeira ligação entre os dois grupos acusados de desvio de cerca de R$ 1 bilhão em cem projetos, segundo avaliação da Receita Federal.
A PF não divulgou detalhes da transação, alegando que os documentos precisam ser catalogados e transferidos para Tocantins, onde se concentram as investigações desde ontem.
Há duas ordens de prisão preventiva contra 27 pessoas emitidas pela juíza Ednamar Silva Ramos, de Tocantins (incluindo 21 pessoas, cujas fraudes foram praticadas a partir de Paraíso do Tocantins), e pelo juiz Jeferson Schneder, de Mato Grosso (incluindo seis pessoas, com fraudes praticadas neste Estado).
"É uma única organização criminosa atuando na Sudam", afirmou à Agência Folha o procurador da República no Tocantins, Mário Lúcio Avelar.
A descoberta da venda de ações reforça os indícios de que os dois grupos são ligados pela utilização de escritórios de lobby no Pará.
A PF está aprofundando a investigação sobre as ligações entre os empresários José Osmar Borges - acusado de desviar R$ 100 milhões em Mato Grosso - e de José Soares Sobrinho, apontado como líder do esquema no Pará pela PF. Soares Sobrinho também está preso.
Borges e Soares Sobrinho são ligados a Barbalho. Borges, que tem seis empreendimentos aprovados na Sudam, chegou a ser sócio de Jader, entre 96 e 98, em uma fazenda no Pará. O nome que figurava oficialmente no contrato era o da atual mulher de Jader, Márcia Cristina Zahluth Centeno.
Soares Sobrinho foi vice-prefeito de Altamira (PA) pelo PMDB e é articulador político de Jader na região desde os anos 80.
Ele e seus irmãos Sebastião e Romildo têm oito projetos aprovados na Sudam e podem ter desviado mais de R$ 20 milhões, segundo a Procuradoria.
Além do contrato de compra de ações de Borges, foram encontrados no material apreendido com Maria Auxiliadora R$ 800 mil em 34 cheques de empresas incentivadas pela Sudam. Os cheques passam, agora, por uma auditagem.
Acusado de desvios e ex-diretora da Sudam negociaram
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LUÍS INDRIÚNAS
da Agência Folha, em Belém
O empresário José Osmar Borges, ex-sócio do presidente do Senado, Jader Barbalho, fez negócio com a ex-diretora de Finanças da Sudam Maria Auxiliadora Barra Martins, dona do escritório de lobby com maior percentual de aprovação de projetos no órgão.
Borges e Maria Auxiliadora foram presos nesta semana. Borges obteve habeas corpus. Entre os documentos apreendidos na casa de Maria Auxiliadora, a Polícia Federal encontrou um contrato de venda de ações de Borges para ela.
Essa é a primeira ligação entre os dois grupos acusados de desvio de cerca de R$ 1 bilhão em cem projetos, segundo avaliação da Receita Federal.
A PF não divulgou detalhes da transação, alegando que os documentos precisam ser catalogados e transferidos para Tocantins, onde se concentram as investigações desde ontem.
Há duas ordens de prisão preventiva contra 27 pessoas emitidas pela juíza Ednamar Silva Ramos, de Tocantins (incluindo 21 pessoas, cujas fraudes foram praticadas a partir de Paraíso do Tocantins), e pelo juiz Jeferson Schneder, de Mato Grosso (incluindo seis pessoas, com fraudes praticadas neste Estado).
"É uma única organização criminosa atuando na Sudam", afirmou à Agência Folha o procurador da República no Tocantins, Mário Lúcio Avelar.
A descoberta da venda de ações reforça os indícios de que os dois grupos são ligados pela utilização de escritórios de lobby no Pará.
A PF está aprofundando a investigação sobre as ligações entre os empresários José Osmar Borges - acusado de desviar R$ 100 milhões em Mato Grosso - e de José Soares Sobrinho, apontado como líder do esquema no Pará pela PF. Soares Sobrinho também está preso.
Borges e Soares Sobrinho são ligados a Barbalho. Borges, que tem seis empreendimentos aprovados na Sudam, chegou a ser sócio de Jader, entre 96 e 98, em uma fazenda no Pará. O nome que figurava oficialmente no contrato era o da atual mulher de Jader, Márcia Cristina Zahluth Centeno.
Soares Sobrinho foi vice-prefeito de Altamira (PA) pelo PMDB e é articulador político de Jader na região desde os anos 80.
Ele e seus irmãos Sebastião e Romildo têm oito projetos aprovados na Sudam e podem ter desviado mais de R$ 20 milhões, segundo a Procuradoria.
Além do contrato de compra de ações de Borges, foram encontrados no material apreendido com Maria Auxiliadora R$ 800 mil em 34 cheques de empresas incentivadas pela Sudam. Os cheques passam, agora, por uma auditagem.
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