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19/04/2001
-
21h43
da Folha Online
A situação política dos senadores José Roberto Arruda (PSDB-DF) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ficou mais complicada após o depoimento de Regina Borges. Com riqueza de detalhes, a ex-diretora do Prodasen conquistou a confiança dos senadores e foi convincente em seu depoimento feito hoje ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Regina, em seu depoimento, deu detalhes da suposta violação do painel de votação do Senado durante a sessão que cassou o mandato do ex-senador Luiz Estevão, em 28 de junho do ano passado. Ela afirmou que neste dia, à noite, entregou uma lista dos senadores e seus respectivos votos a Domingos Lamoglia, assessor de Arruda. Mais tarde, receberia um telefonema do senador ACM, que teria lhe agradecido a operação.
Com a voz embargada, ela assumiu perante os senadores a responsabilidade pela quebra de sigilo e entendeu o pedido como uma ordem do então presidente da Casa, o senador ACM.
Para Regina, o depoimento transformou-se no "dia mais doloroso de sua vida". "Não estou aqui para cassar nenhum senador, mas para dizer a verdade", disse.
A operação que rompeu o sigilo da votação secreta começou, segundo Regina, na noite anterior. Ela disse que recebeu um telefonema de Arruda pedindo que fosse encontrar com ele em sua casa _era, segundo a ex-diretora do Prodasen, a primeira vez que teria ido ao local.
Segundo trecho do depoimento, Arruda lhe pediu que fosse violado o sigilo do painel e que entregue uma lista de como os senadores votariam no dia seguinte. O senador tucano teria feito o pedido em nome do presidente do Senado. Na época, Antonio Carlos Magalhães tinha nomeado Regina para o cargo de diretora do Prodasen.
A alteração no sistema foi colocada em prática naquela madrugada, segundo Regina, e envolveu outros três funcionários do Prodasen: Ivar Alves Ferreira [seu marido], Heitor Ledur, Hermilo Nóbrega e Sebastião Gazzola, funcionário da Kopp, empresa que instalou o sistema.
Quando a notícia de violação do sistema começou a circular nos corredores do Senado e na imprensa, Regina disse ter passado por um "calvário".
Temendo pela investigação dos técnicos da Unicamp (Universidade de Campinas), Regina disse que procurou o senador Arruda, que teria recomendado a ela que mantivesse o segredo "até sob tortura". ACM teria dito que não quis tratar do assunto, por ser "um problema do Arruda". Regina, durante o depoimento, afirmou que teve mais dois encontros com ACM na casa da assessora do pefelista, Isabel Flecha de Lima.
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que ficou ao lado de Regina durante seu depoimento disse que ela foi esclarecedora. "Foi um depoimento rico em detalhes e muito consistente, com princípio, meio e fim", afirmou.
Pedro Simon (PMDB-RS), que integra o Conselho de Ética, disse que entre os dois colegas e a funcionária, "acreditava mais na versão de Regina".
A ex-diretora do Prodasen concordou em fazer uma acareação do com os senadores ACM e Arruda e autorizou a quebra de seu sigilo telefônico.
Na próxima semana serão ouvidos os três funcionários do Prodasen envolvidos na operação e o assessor de Arruda, Domingo Lamoglia.
ACM, que assistiu ao depoimento em seu gabinete, deixou o Senado sem falar com a imprensa. O senador afirmou que só irá tratar do assunto quando for convocado pelo Conselho de Ética do Senado.
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Depoimento de Regina Borges coloca em xeque ACM e Arruda
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A situação política dos senadores José Roberto Arruda (PSDB-DF) e Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ficou mais complicada após o depoimento de Regina Borges. Com riqueza de detalhes, a ex-diretora do Prodasen conquistou a confiança dos senadores e foi convincente em seu depoimento feito hoje ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado.
Regina, em seu depoimento, deu detalhes da suposta violação do painel de votação do Senado durante a sessão que cassou o mandato do ex-senador Luiz Estevão, em 28 de junho do ano passado. Ela afirmou que neste dia, à noite, entregou uma lista dos senadores e seus respectivos votos a Domingos Lamoglia, assessor de Arruda. Mais tarde, receberia um telefonema do senador ACM, que teria lhe agradecido a operação.
Com a voz embargada, ela assumiu perante os senadores a responsabilidade pela quebra de sigilo e entendeu o pedido como uma ordem do então presidente da Casa, o senador ACM.
Para Regina, o depoimento transformou-se no "dia mais doloroso de sua vida". "Não estou aqui para cassar nenhum senador, mas para dizer a verdade", disse.
A operação que rompeu o sigilo da votação secreta começou, segundo Regina, na noite anterior. Ela disse que recebeu um telefonema de Arruda pedindo que fosse encontrar com ele em sua casa _era, segundo a ex-diretora do Prodasen, a primeira vez que teria ido ao local.
Segundo trecho do depoimento, Arruda lhe pediu que fosse violado o sigilo do painel e que entregue uma lista de como os senadores votariam no dia seguinte. O senador tucano teria feito o pedido em nome do presidente do Senado. Na época, Antonio Carlos Magalhães tinha nomeado Regina para o cargo de diretora do Prodasen.
A alteração no sistema foi colocada em prática naquela madrugada, segundo Regina, e envolveu outros três funcionários do Prodasen: Ivar Alves Ferreira [seu marido], Heitor Ledur, Hermilo Nóbrega e Sebastião Gazzola, funcionário da Kopp, empresa que instalou o sistema.
Quando a notícia de violação do sistema começou a circular nos corredores do Senado e na imprensa, Regina disse ter passado por um "calvário".
Temendo pela investigação dos técnicos da Unicamp (Universidade de Campinas), Regina disse que procurou o senador Arruda, que teria recomendado a ela que mantivesse o segredo "até sob tortura". ACM teria dito que não quis tratar do assunto, por ser "um problema do Arruda". Regina, durante o depoimento, afirmou que teve mais dois encontros com ACM na casa da assessora do pefelista, Isabel Flecha de Lima.
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), que ficou ao lado de Regina durante seu depoimento disse que ela foi esclarecedora. "Foi um depoimento rico em detalhes e muito consistente, com princípio, meio e fim", afirmou.
Pedro Simon (PMDB-RS), que integra o Conselho de Ética, disse que entre os dois colegas e a funcionária, "acreditava mais na versão de Regina".
A ex-diretora do Prodasen concordou em fazer uma acareação do com os senadores ACM e Arruda e autorizou a quebra de seu sigilo telefônico.
Na próxima semana serão ouvidos os três funcionários do Prodasen envolvidos na operação e o assessor de Arruda, Domingo Lamoglia.
ACM, que assistiu ao depoimento em seu gabinete, deixou o Senado sem falar com a imprensa. O senador afirmou que só irá tratar do assunto quando for convocado pelo Conselho de Ética do Senado.
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