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20/04/2001
-
03h35
WILSON SILVEIRA,, da Folha de S.Paulo, em Brasília
É questionável o álibi apresentado no plenário do Senado pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) para se defender da acusação de ter pedido à ex-diretora do Prodasen Regina Borges a violação do painel eletrônico.
Apesar de ter apresentado duas fotos, oito declarações escritas e dois testemunhos verbais, atestando que estava em locais públicos na noite anterior à cassação do então senador Luiz Estevão (PMDB-DF), há um ponto frágil na reconstituição da agenda de Arruda.
O senador sustenta que saiu de uma reunião com funcionários da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) na 502 Sul, por volta de 19h, e seguiu direto para o TSE, onde começava no mesmo horário a solenidade de posse do ministro Fernando Neves.
Ele disse que chegou atrasado, entre 19h e 19h30, e que ficou lá até depois das 22h, seguindo então para jantar no restaurante Piantella com o jornalista Ricardo Noblat, do "Correio Braziliense".
A Folha refez ontem os percursos citados por Arruda e experimentou possíveis outros percursos, constatando a possibilidade de ele ter ido a seu apartamento no intervalo entre a reunião na quadra 502 Sul e a posse no TSE.
A única "prova" que Arruda tem de que foi direto para o TSE é o depoimento de um funcionário seu, Breno Cury.
O percurso da 502 Sul até a porta do prédio do senador (o bloco D da quadra 114 Sul) foi feito em oito minutos, pelo pior caminho (a via W-3) e num horário de trânsito mais intenso (14h). São apenas 5 km de distância.
O prédio do senador fica a 7 km de distância do TSE. Percorrido em horário de trânsito intenso, o percurso foi feito em 15 minutos.
Do TSE até o restaurante Piantella foram gastos apenas quatro minutos. Entretanto, se Arruda recebeu mesmo em sua casa naquela noite a ex-diretora do Prodasen, o encontro não deve ter ocorrido depois das 22h.
Regina Borges disse ter sido chamada em casa por volta de 20h ou 21h. Depois de ir ao apartamento do senador, ela disse que foi à sua casa, conversou com seu marido e ambos foram para o prédio do funcionário do Prodasen Heitor Ledur. Tiveram de aguardar algum tempo em um restaurante próximo e depois debaixo do bloco até ele voltar da Festa dos Estados, o que ocorreu por volta de 23h30.
Para que tudo isso acontecesse, seria necessário que o encontro com Arruda tivesse ocorrido antes das 22h. Nesse horário, Arruda disse estar com o senador Pedro Piva (PSDB-SP), que também estava na posse e confirmou essa parte do álibi. Resta saber a que horas Arruda chegou ao TSE.
Leia a versão de Arruda:
Senador Arruda dá versão diferente de ex-diretora
Álibi de Arruda para noite de 27 de junho é questionável
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É questionável o álibi apresentado no plenário do Senado pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) para se defender da acusação de ter pedido à ex-diretora do Prodasen Regina Borges a violação do painel eletrônico.
Apesar de ter apresentado duas fotos, oito declarações escritas e dois testemunhos verbais, atestando que estava em locais públicos na noite anterior à cassação do então senador Luiz Estevão (PMDB-DF), há um ponto frágil na reconstituição da agenda de Arruda.
O senador sustenta que saiu de uma reunião com funcionários da Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital) na 502 Sul, por volta de 19h, e seguiu direto para o TSE, onde começava no mesmo horário a solenidade de posse do ministro Fernando Neves.
Ele disse que chegou atrasado, entre 19h e 19h30, e que ficou lá até depois das 22h, seguindo então para jantar no restaurante Piantella com o jornalista Ricardo Noblat, do "Correio Braziliense".
A Folha refez ontem os percursos citados por Arruda e experimentou possíveis outros percursos, constatando a possibilidade de ele ter ido a seu apartamento no intervalo entre a reunião na quadra 502 Sul e a posse no TSE.
A única "prova" que Arruda tem de que foi direto para o TSE é o depoimento de um funcionário seu, Breno Cury.
O percurso da 502 Sul até a porta do prédio do senador (o bloco D da quadra 114 Sul) foi feito em oito minutos, pelo pior caminho (a via W-3) e num horário de trânsito mais intenso (14h). São apenas 5 km de distância.
O prédio do senador fica a 7 km de distância do TSE. Percorrido em horário de trânsito intenso, o percurso foi feito em 15 minutos.
Do TSE até o restaurante Piantella foram gastos apenas quatro minutos. Entretanto, se Arruda recebeu mesmo em sua casa naquela noite a ex-diretora do Prodasen, o encontro não deve ter ocorrido depois das 22h.
Regina Borges disse ter sido chamada em casa por volta de 20h ou 21h. Depois de ir ao apartamento do senador, ela disse que foi à sua casa, conversou com seu marido e ambos foram para o prédio do funcionário do Prodasen Heitor Ledur. Tiveram de aguardar algum tempo em um restaurante próximo e depois debaixo do bloco até ele voltar da Festa dos Estados, o que ocorreu por volta de 23h30.
Para que tudo isso acontecesse, seria necessário que o encontro com Arruda tivesse ocorrido antes das 22h. Nesse horário, Arruda disse estar com o senador Pedro Piva (PSDB-SP), que também estava na posse e confirmou essa parte do álibi. Resta saber a que horas Arruda chegou ao TSE.
Leia a versão de Arruda:
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