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20/04/2001 - 03h36

Isolado, ACM transfere culpa para tucano

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O ex-presidente do Senado Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) passou a tarde de ontem trancado em seu gabinete, sem uma estratégia definida sobre o que fazer daqui em diante. Por intermédio de interlocutores, ele transferiu a responsabilidade da fraude do painel eletrônico para o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) e desqualificou a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges.

ACM trancou-se em seu gabinete quando começou o depoimento de Regina, ao qual acompanhou pela TV, ao lado de assessores e do deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). Só deixou o Congresso às 21h15: "Não falo, não falo.
Só no meu depoimento". ACM confirmou que, chamado, irá depor no Conselho de Ética.

O ACM de ontem era o retrato de um homem isolado politicamente. A
Executiva Nacional do PFL divulgou nota oficial de solidariedade ao senador baiano. Mas o texto da nota é curto e não chega a defendê-lo.
Afirma apenas que o partido é contra prejulgamentos e que "confia no depoimento" do senador sobre a violação do painel eletrônico.

O ex-presidente do Senado disse que só vai falar sobre o depoimento da ex-diretora do Prodasen no "momento oportuno". Antes do depoimento de Regina Célia, ele chegou a dizer que não tinha estratégia de defesa.

"Minha estratégia é nenhuma. Vou apenas continuar a afirmar que nunca pedi nada ao senador José Roberto Arruda nem à ex-diretora do Prodasen", afirmou. Ele disse também estar seguro de que nunca telefonou para a casa de Regina Célia e de que as investigações não evoluirão para um processo de cassação.

FHC
Ontem, o senador baiano criticou o presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse que o Congresso precisa "arrumar a casa". "O presidente acha que, atacando o Congresso, melhora o seu ibope na opinião pública. Por isso agiu assim. Muitos acham que atacando o presidente melhoram o seu ibope", afirmou ACM.

No final da manhã, ao sair do plenário do Senado -onde assistira aos debates entre os senadores, inclusive à troca de palavras ásperas entre Arruda e Eduardo Suplicy (PT-SP)-, ACM prometeu apresentar dois atos assinados por Regina Célia que ele desautorizou. "Eu não entendo. Se ela mesma disse que eu nunca tinha falado essas coisas antes, como acreditou na palavra de outra pessoa?", questionou ACM, referindo-se ao primeiro depoimento dado pela ex-diretora.

Um dos atos da ex-diretora desautorizados pelo senador baiano seria a nomeação de um filho de uma delegada de Brasília. Segundo ACM, Regina Célia pretendia atender a pedido do ex-representante do governo da Bahia em Brasília Rubens Galerani -oficialmente rompido com ACM. O senador conta que a ex-diretora teria chorado quando determinou que ela nunca mais repetisse ato dessa natureza.
 

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