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20/04/2001 - 03h41

Cúpula tucana não vê saída para Arruda

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da Folha de S.Paulo

A crise que atinge o PSDB, partido do presidente Fernando Henrique Cardoso, contaminou a festa de casamento da filha do ministro José Serra (Saúde), Verônica, com Alexandre Bourgeois. O comentário mais frequente ouvido na cerimônia, realizada ontem em São Paulo, foi que não há saída para o ex-líder do governo, José Roberto Arruda (PSDB-DF), acusado de ter participado da violação do painel do Senado.

O secretário-geral do PSDB, Márcio Fortes, contava a tucanos na fila de cumprimentos aos recém-casados que está pedindo a amigos que convençam Arruda a se licenciar do partido. "Arruda mentiu deslavadamente", afirmou Fortes sobre a explicação dada pelo ex-líder do governo no Senado, anteontem.

Na avaliação de Fortes, o depoimento de Regina Célia Borges, ex-diretora do Prodasen (serviço de processamento de dados do Senado), foi "convincente demais".

O presidente da Câmara, Aécio Neves (MG), confidenciou ao governador do Ceará, Tasso Jereissati, ainda dentro da igreja: "Não vejo saída. Não vejo quem possa liderar esse processo". Referia-se ao possível cordão de isolamento político para salvar Arruda da cassação. A perda de mandato pode atingir também Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

A cerimônia de casamento da filha de Serra foi realizada por d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, na Igreja Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Sumaré (zona oeste). Estavam convidados cerca de 1.800 pessoas. A igreja, que estava lotada, comporta cerca de 800 pessoas. A cerimônia, marcada para as 20h, começou com mais de uma hora de atraso. Serra e a noiva entraram na igreja às 21h15. A cerimônia durou 25 minutos.

Situação difícil
Apesar da festa, tucanos não escondiam a apreensão com o clima provocada no Congresso. O líder do governo no Congresso, Arthur Virgílio (PSDB-AM), estava abatido e definiu como "deprimente" o período da tarde de ontem em Brasília, durante o depoimento de Regina Célia.

"Estou muito triste. Muito triste", repetia. Segundo relato do líder, a situação de Arruda, de quem é amigo, "é muito difícil". "O senador Antonio Carlos recebeu um apoio formal do PFL, só formal. E o Arruda cometeu um erro tático, deixando que ela falasse primeiro", avaliou.

O secretário de Ciência e Tecnologia do governo de São Paulo, José Aníbal, repetia a amigos uma frase que dizia ter ouvido ontem à tarde: "Ela (Regina) matou o Arruda e fulminou o ACM".

O deputado José Genoino, único representante do alto escalão do PT presente à festa, era o único à vontade para fazer piada: "No céu de Brasília hoje só tem torpedo, míssil Exocet. Não tem festa que abafe essa crise", disse.

Cúpula tucana
O casamento reuniu a cúpula do tucanato, além de alguns poucos líderes peemedebistas e nomes menos expressivos do PFL . Compareceram os seguintes ministros: Pedro Parente (Casa Civil), Paulo Renato Souza (Educação), Aloysio Nunes Ferreira (secretário-geral da Presidência), Pimenta da Veiga (Comunicações) Martus Tavares (Planejamento), José Gregori (Justiça) e Ronaldo Sardenberg (Ciência e Tecnologia), além do presidente da Petrobras, Henri Philippe Reichstul.

A primeira-dama, Ruth Cardoso, foi à cerimônia sem o presidente Fernando Henrique Cardoso, que está em Quebec, participando da Cúpula das Américas.

Os governadores presentes eram apenas tucanos: Geraldo Alckmin, de São Paulo, Marconi Perillo (Goiás), Albano Franco (Sergipe), além de Tasso.

Do Congresso, estavam o senador José Sarney (PMDB-AP), o líder do governo na Câmara, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), o ex-presidente da Câmara Michel Temer, o líder peemedebista Geddel Vieira Lima, principal inimigo de ACM na Bahia, e os deputados Carlos Eduardo Moreira Ferreira e Heráclito Fortes, do PFL.

As ausências mais notadas foram a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, e de seu ex-marido, senador Eduardo Suplicy. Lila Covas, viúva do governador Mário Covas, morto no mês passado, também não foi à festa.
 

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