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21/04/2001
-
03h18
EDUARDO SCOLESE e JAIRO MARQUES, da Agência Folha
O Acre entrou na lista dos Estados que contêm projetos fraudulentos com a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). O prejuízo chega a pelo menos R$ 150 milhões, segundo uma primeira avaliação feita pelo Ministério Público Federal e que conta apenas com valores de um projeto.
Dos 38 projetos beneficiados pela Sudam no Acre, 9 já foram considerados irregulares e outros 6, cancelados. A Procuradoria e a Polícia Federal reuniram provas para investigar três dos projetos na capital do Estado, Rio Branco, datados dos anos 80: Alcobrás -Álcool Brasileiro S.A., Cila (Companhia Industrial de Laticínios do Acre) e Agropecuária Vale do Rio Acre S.A.
Em relação à Alcobrás e à Cila, a PF já instaurou inquéritos policiais para investigar as irregularidades que constam de documentação entregue pela Procuradoria da República.
José Alves Pereira Neto, ex-diretor-presidente da Alcobrás (aprovada em outubro de 1986 e maior projeto da Sudam até hoje no Estado) deve ter sua prisão preventiva pedida nos próximos dias. Esse é o caso que soma R$ 150 milhões de desvio. O projeto nunca foi concluído.
A Justiça Federal no Acre irá analisar o caso e entregá-lo ao delegado da PF no Acre Celso Mantovani, que ontem não foi localizado pela Agência Folha.
O Ministério Público Federal propôs uma ação civil pública de indisponibilidade de bens dos proprietários e diretores dos três projetos. Segundo o órgão, os projetos apresentaram inúmeras pendências e irregularidades na aplicação dos recursos.
De acordo com o procurador da República Marcus Vinícius de Aguiar Macedo, "as verbas financiadas estavam sendo aplicadas fora da base física dos empreendimentos, o que veio a redundar nos cancelamentos dos projetos".
"Com o auxílio dos policiais federais, vamos dar prosseguimento às investigações. Estamos apenas no início dos trabalhos e muita coisa ainda deve ser apurada".
Aprovada em março de 1989 e cancelada em outubro de 1998, a destinação de verbas à empresa Cila é outra investigada. A empresa iria produzir leite, manteiga, queijo, requeijão e doce de leite.
No caso da Cila, segundo avaliação feita pelos procuradores, existe a prática de crime contra a administração pública e o sistema financeiro nacional.
Outra suspeita é a empresa Agropecuária Vale do Rio Acre S.A., que, conforme a investigação do órgão, ofereceu em sua prestação de contas notas fiscais consideradas irregulares.
O projeto teve financiamento aprovado em 1982. Em um período inferior a um ano, a empresa apresentou pelo menos 20 notas fiscais originárias de uma única firma, cujo dono já havia morrido. O total em notas emitidas atingiu cerca de R$ 1,2 milhão.
A suspeita da Procuradoria da República é a de que tenha havido triangulações comerciais entre a Empreiteira Teles, a Agropecuária Papagaio S.A. e a Agropecuária Vale do Rio Acre S.A.
O procurador Aguiar Macedo pediu a quebra do sigilo bancário de Wajdi Ibrahim El Haouli, responsável pela Teles e pela Papagaio. As supostas notas frias teriam sido utilizadas para acobertar a saída de dinheiro da Vale do Rio Acre e para garantir a liberação de parcelas do financiamento.
Leia mais sobre a crise no governo
Sudam tem pelo menos R$ 150 mi de prejuízo com projetos no Acre
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O Acre entrou na lista dos Estados que contêm projetos fraudulentos com a Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia). O prejuízo chega a pelo menos R$ 150 milhões, segundo uma primeira avaliação feita pelo Ministério Público Federal e que conta apenas com valores de um projeto.
Dos 38 projetos beneficiados pela Sudam no Acre, 9 já foram considerados irregulares e outros 6, cancelados. A Procuradoria e a Polícia Federal reuniram provas para investigar três dos projetos na capital do Estado, Rio Branco, datados dos anos 80: Alcobrás -Álcool Brasileiro S.A., Cila (Companhia Industrial de Laticínios do Acre) e Agropecuária Vale do Rio Acre S.A.
Em relação à Alcobrás e à Cila, a PF já instaurou inquéritos policiais para investigar as irregularidades que constam de documentação entregue pela Procuradoria da República.
José Alves Pereira Neto, ex-diretor-presidente da Alcobrás (aprovada em outubro de 1986 e maior projeto da Sudam até hoje no Estado) deve ter sua prisão preventiva pedida nos próximos dias. Esse é o caso que soma R$ 150 milhões de desvio. O projeto nunca foi concluído.
A Justiça Federal no Acre irá analisar o caso e entregá-lo ao delegado da PF no Acre Celso Mantovani, que ontem não foi localizado pela Agência Folha.
O Ministério Público Federal propôs uma ação civil pública de indisponibilidade de bens dos proprietários e diretores dos três projetos. Segundo o órgão, os projetos apresentaram inúmeras pendências e irregularidades na aplicação dos recursos.
De acordo com o procurador da República Marcus Vinícius de Aguiar Macedo, "as verbas financiadas estavam sendo aplicadas fora da base física dos empreendimentos, o que veio a redundar nos cancelamentos dos projetos".
"Com o auxílio dos policiais federais, vamos dar prosseguimento às investigações. Estamos apenas no início dos trabalhos e muita coisa ainda deve ser apurada".
Aprovada em março de 1989 e cancelada em outubro de 1998, a destinação de verbas à empresa Cila é outra investigada. A empresa iria produzir leite, manteiga, queijo, requeijão e doce de leite.
No caso da Cila, segundo avaliação feita pelos procuradores, existe a prática de crime contra a administração pública e o sistema financeiro nacional.
Outra suspeita é a empresa Agropecuária Vale do Rio Acre S.A., que, conforme a investigação do órgão, ofereceu em sua prestação de contas notas fiscais consideradas irregulares.
O projeto teve financiamento aprovado em 1982. Em um período inferior a um ano, a empresa apresentou pelo menos 20 notas fiscais originárias de uma única firma, cujo dono já havia morrido. O total em notas emitidas atingiu cerca de R$ 1,2 milhão.
A suspeita da Procuradoria da República é a de que tenha havido triangulações comerciais entre a Empreiteira Teles, a Agropecuária Papagaio S.A. e a Agropecuária Vale do Rio Acre S.A.
O procurador Aguiar Macedo pediu a quebra do sigilo bancário de Wajdi Ibrahim El Haouli, responsável pela Teles e pela Papagaio. As supostas notas frias teriam sido utilizadas para acobertar a saída de dinheiro da Vale do Rio Acre e para garantir a liberação de parcelas do financiamento.
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