Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
21/04/2001 - 03h28

Ex-diretora do Prodasen foi fundamental em CPI do Orçamento

Publicidade

LISANDRA PARAGUASSÚ, da Folha de S.Paulo, em Brasília

A ex-diretora do Prodasen Regina Célia Peres Borges, 52, passou o dia fora. Se tivesse ficado em casa, veria que muita gente resolveu lhe mostrar solidariedade. Na tarde de ontem, pelo menos quatro buquês de flores chegaram à casa no Lago Sul [bairro de classe alta de Brasília".

Nascida na região do Triângulo Mineiro, Regina foi para Brasília fazer faculdade. Estudou informática no Ceub (faculdade privada de Brasília) e entrou no Prodasen para fazer um estágio. Foi efetivada em 1975, aos 26 anos, como analista de informática legislativa.

Casada há cinco anos com o colega de trabalho Ivar Alves Ferreira, Regina teve antes um casamento com o juiz do trabalho aposentado Paulo Fernando Borges, com quem teve três filhos.

A primeira vez que ocupou o cargo de diretora-executiva foi em 1991, quando o ex-senador Mauro Benevides, então presidente do Senado, a nomeou. Antes, havia sido coordenadora de recursos humanos e gerente de contas do Prodasen -ou seja, atendia os gabinetes dos senadores em questões de informática.

"Era uma funcionária muito competente e que tinha muito prestígio tanto no setor quanto com os funcionários", diz o ex-deputado Sigmaringa Seixas, que trabalhou com Regina durante as CPIs do PC e do Orçamento.

"Anões do Orçamento"
Na CPI do Orçamento, Regina era considerada peça fundamental para o trabalho dos senadores. Foi ela quem conseguiu demonstrar que deputados (os chamados "anões do Orçamento") haviam alterado emendas depois que elas saíram do Prodasen -ou seja, mostrou como eram feitas as fraudes.

A fama de Regina no Senado vai além da competência: era vista como cordial, sempre de bom humor e muito positiva. Os colegas no Prodasen a consideram séria, honesta, obstinada e extremamente trabalhadora. A
ponto de cumprir sempre as ordens recebidas. Em qualquer situação.

Regina não tinha uma atuação política no Congresso, mas mantinha laços políticos em Brasília. Era filiada, desde 1994, ao PSDB, para onde foi levada pela deputada Maria de Lourdes Abadia. Em 1995, Regina deixou por algum tempo o Prodasen para trabalhar com a deputada no setor de informática da sua campanha ao governo do Distrito Federal.

A informática não era o único interesse profissional da ex-diretora do Prodasen. Durante a campanha, Abadia descobriu que a técnica do Prodasen se interessava muito por temas sociais.

Dez anos antes, em 1984, Regina saiu por um ano do Senado para trabalhar no Projeto Rondon. Participou de uma pesquisa nacional sobre aleitamento materno. Na volta, fez uma especialização em Ciências Sociais na Universidade de Brasília.

Depois da campanha de Abadia, Regina voltou ao governo federal. Em 1997 voltou à direção do Prodasen, nomeada por Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA).

No Prodasen, Regina virou assunto proibido. Amigos querem protegê-la. Conhecidos preferem fingir que não sabem de nada.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página