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21/04/2001
-
03h30
CLÓVIS ROSSI, da Folha de S.Paulo, em Québec
O presidente Fernando Henrique Cardoso não quer a instalação de uma CPI conjunta no Congresso, mas não vai pagar qualquer preço para evitá-la.
Foi essa a sensação que transmitiu no vôo entre Brasília e Québec, anteontem, para participar da Cúpula das Américas.
Em particular, FHC deixou claro que não vai atender qualquer reivindicação do que um de seus interlocutores chamou de bancada "PL/evangélicos".
O PL avisou que só na terça anuncia a decisão de sua bancada de assinar ou não o pedido de CPI: uma decisão favorável poderia em tese fornecer o número mínimo de deputados pró-CPI depois que o quórum foi atingido no Senado.
Entre os interlocutores de FHC no avião, aponta-se a coincidência: o líder do PT no Senado, senador José Eduardo Dutra (SE), marcou para quarta, um dia após o prazo fixado pelo PL, o limite para a busca de assinaturas da CPI conjunta.
A explicação para o fato de o presidente, desta vez, não se mostrar disposto a fazer de tudo para evitar uma CPI é simples: embora o foco da crise esteja voltado para os parlamentares, FHC está incomodado com o rótulo de "não rouba, mas deixa roubar", que foi primeiro usado por Ciro Gomes e depois reciclado por ACM.
A quebra de sigilo foi o assunto que ocupou todas as conversas no vôo até Québec. No hotel em que está a comitiva, as rodinhas que se formavam discutiam não a Cúpula, mas o episódio ACM/Arruda.
Aloizio Mercadante (PT-SP) cobrava que, além de ACM e Arruda, fosse cassado o mandato de Jader Barbalho: "A quebra do sigilo é grave, mas é também muito grave servir-se de cargo público para obter vantagem". Seus interlocutores não conseguiam discordar. No máximo, Ronaldo Caiado (PFL-GO) dizia que, desde que se conhece por gente, ouve falar de corrupção na Sudam.
Leia mais sobre a crise no governo
FHC não pagará qualquer preço para barrar CPI
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O presidente Fernando Henrique Cardoso não quer a instalação de uma CPI conjunta no Congresso, mas não vai pagar qualquer preço para evitá-la.
Foi essa a sensação que transmitiu no vôo entre Brasília e Québec, anteontem, para participar da Cúpula das Américas.
Em particular, FHC deixou claro que não vai atender qualquer reivindicação do que um de seus interlocutores chamou de bancada "PL/evangélicos".
O PL avisou que só na terça anuncia a decisão de sua bancada de assinar ou não o pedido de CPI: uma decisão favorável poderia em tese fornecer o número mínimo de deputados pró-CPI depois que o quórum foi atingido no Senado.
Entre os interlocutores de FHC no avião, aponta-se a coincidência: o líder do PT no Senado, senador José Eduardo Dutra (SE), marcou para quarta, um dia após o prazo fixado pelo PL, o limite para a busca de assinaturas da CPI conjunta.
A explicação para o fato de o presidente, desta vez, não se mostrar disposto a fazer de tudo para evitar uma CPI é simples: embora o foco da crise esteja voltado para os parlamentares, FHC está incomodado com o rótulo de "não rouba, mas deixa roubar", que foi primeiro usado por Ciro Gomes e depois reciclado por ACM.
A quebra de sigilo foi o assunto que ocupou todas as conversas no vôo até Québec. No hotel em que está a comitiva, as rodinhas que se formavam discutiam não a Cúpula, mas o episódio ACM/Arruda.
Aloizio Mercadante (PT-SP) cobrava que, além de ACM e Arruda, fosse cassado o mandato de Jader Barbalho: "A quebra do sigilo é grave, mas é também muito grave servir-se de cargo público para obter vantagem". Seus interlocutores não conseguiam discordar. No máximo, Ronaldo Caiado (PFL-GO) dizia que, desde que se conhece por gente, ouve falar de corrupção na Sudam.
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