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23/04/2001 - 03h50

Depoimento de Regina Célia leva ACM a mudar sua defesa

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da Folha de S.Paulo, em Brasília

O depoimento da ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges forçou o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) a mudar a estratégia para se defender da acusação de que teria ordenado a violação do painel do Senado.

A riqueza de detalhes com que Regina narrou as razões que a levaram a
violar o painel fez ACM desistir de tentar desmoralizá-la. Poderia consagrar-lhe a posição de vítima, cunhada no Conselho de Ética. O senador destacou quatro pontos do depoimento de Regina para tentar se descolar da posição de "mandante" da violação.

1. Dirá que em nenhum momento Regina Célia Borges declarou ter recebido dele qualquer ordem para executar a fraude.

2. Negará a autoria da ligação em que, segundo a ex-diretora do Prodasen, ele teria agradecido o serviço prestado. Seu principal argumento será a forma reticente com que a ex-diretora do Prodasen descreveu o episódio, no qual ACM teria utilizado o termo "valeu" para lhe agradecer.

3. Caracterizará como incompatível a experiência profissional de Regina, que é funcionária do Prodasen há 26 anos, com a obediência incondicional ao que teria sido a ordem de um senador (ACM) transmitida por outro (Arruda), sem verificar os fatos.

No depoimento, Regina disse que confiava na suposta origem da ordem porque entregaria a lista ao pefelista. ACM dirá que a ex-diretora, como ela mesma declarou, entregou a lista a Domingos Lamoglia, um assessor de Arruda.

4. Lembrará as relações políticas de Regina, que é filiada ao PSDB (partido de Arruda) desde 1994. Outro fator será dizer que Regina afirmou ser contra o voto secreto.

5. Regina disse disse que sofreu pressão psicológica para cumprir a ordem. ACM levantará a seguinte questão: como é possível ter havido pressão psicológica, se a ordem supostamente teria sido dada por volta das 21h e foi cumprida até a manhã do dia seguinte?

6. Contará duas histórias que demonstrariam que Regina estava instruída a não executar ordens que não tivessem sido dadas diretamente por ele.

Uma delas refere-se à contratação de um filho da delegada Débora Menezes pelo Prodasen. A contratação foi feita, segundo ele, porque Regina entendeu que era feita a pedido dele, porque Débora era namorada de Rubens Galerani, seu amigo pessoal e ex-representante do governo da Bahia em Brasília.

ACM relata que exigiu a demissão do contratado assim que soube do ocorrido e disse ter instruído Regina a não mais inferir quais seriam seus desejos.

ACM tentará manter o governo fora do caso. Teme que o presidente Fernando Henrique Cardoso possa usar o momento para resolver suas
diferenças com ele.
(ANDRÉA MICHAEL e WILLIAM FRANÇA)
 

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