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23/04/2001
-
21h19
da Folha Online
A confissão de culpa do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), feita hoje no plenário do Senado, chegou a sensibilizar alguns congressistas, mas não afastou o risco de cassação de seu mandato.
Não houve consenso nas opiniões. Para alguns senadores, Arruda piorou sua situação ao confirmar que mentiu na semana passada, em discurso feito da tribuna da Casa.
A cassação foi abertamente defendida por Amir Lando (PMDB-RO). Ele duvidou da versão de que Arruda não havia solicitado a lista a Regina, mas apenas feito uma consulta sobre a possibilidade de quebra de sigilo. Para Lando, se o ex-líder não tivesse pedido a lista, não a teria aceito depois.
"É uma falha gravíssima, que pode ensejar a cassação", afirmou. Mas ele deu a senha do corporativismo: "A Casa é política e pode haver clemência".
Jefferson Péres (PDT-AM) disse ter "pena" de Arruda, pelo "calvário" que está vivendo. Mas não viu nenhum atenuante na confissão. Para Péres, Arruda "crucificou" a ex-diretora do Prodasen Regina Borges no outro discurso, colocando-se como vítima, e causou mais constrangimento ontem, mostrando ter mentido.
Para o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Ramez Tebet (PMDB-MS), o quadro ainda não está definido e pode mudar com novos fatos.
"É uma caixa de surpresa", afirmou. O senador, que evita antecipar julgamento, lembrou que a confissão é uma prova muito forte e "não há mais dúvida sobre a autoria do delito".
Defesa
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), foi ao plenário do Senado e defendeu o senador Arruda.
Virgílio tentou amenizar a prática confessada por Arruda, dizendo que ele não é acusado de roubo ou corrupção e sim de um "momento de fraqueza".
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), disse que a confissão do senador Arruda poderá atenuar uma possível penalidade a que ele está sujeito pelo seu envolvimento na quebra do sigilo do painel eletrônico de votação da Casa.
Para o senador, ainda resta uma dúvida após o discurso de Arruda. "O senador [Arruda] disse que Regina Borges agiu espontaneamente ao retirar a lista do painel e ela afirmou que recebeu ordens de Arruda. Queremos saber quem diz a verdade", disse Tuma.
O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), evitou emitir "qualquer juízo de valor" sobre o discurso no qual o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) admitiu participação na violação do painel eletrônico do Senado.
O senador peemedebista disse ter certeza de que o episódio será totalmente esclarecido. "A questão é de natureza política e está entregue ao Conselho de Ética", disse ele.
Apoio do Planalto
O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "corajoso e digno" o pronunciamento feito hoje no plenário do Senado pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), em que reconheceu a sua participação na violação do painel eletrônico da Casa.
O presidente assistiu pela TV o discurso de Arruda. "O caminho da verdade é o único que permite ao político recuperar a sua credibilidade perante a opinião pública e seus companheiros", disse o presidente. As declarações foram divulgadas pelo porta-voz da República, Georges Lamazière.
Leia mais sobre a quebra de sigilo
Depoimento de Arruda sensibiliza governistas, mas não afasta cassação
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A confissão de culpa do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), feita hoje no plenário do Senado, chegou a sensibilizar alguns congressistas, mas não afastou o risco de cassação de seu mandato.
Não houve consenso nas opiniões. Para alguns senadores, Arruda piorou sua situação ao confirmar que mentiu na semana passada, em discurso feito da tribuna da Casa.
A cassação foi abertamente defendida por Amir Lando (PMDB-RO). Ele duvidou da versão de que Arruda não havia solicitado a lista a Regina, mas apenas feito uma consulta sobre a possibilidade de quebra de sigilo. Para Lando, se o ex-líder não tivesse pedido a lista, não a teria aceito depois.
"É uma falha gravíssima, que pode ensejar a cassação", afirmou. Mas ele deu a senha do corporativismo: "A Casa é política e pode haver clemência".
Jefferson Péres (PDT-AM) disse ter "pena" de Arruda, pelo "calvário" que está vivendo. Mas não viu nenhum atenuante na confissão. Para Péres, Arruda "crucificou" a ex-diretora do Prodasen Regina Borges no outro discurso, colocando-se como vítima, e causou mais constrangimento ontem, mostrando ter mentido.
Para o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Ramez Tebet (PMDB-MS), o quadro ainda não está definido e pode mudar com novos fatos.
"É uma caixa de surpresa", afirmou. O senador, que evita antecipar julgamento, lembrou que a confissão é uma prova muito forte e "não há mais dúvida sobre a autoria do delito".
Defesa
O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), foi ao plenário do Senado e defendeu o senador Arruda.
Virgílio tentou amenizar a prática confessada por Arruda, dizendo que ele não é acusado de roubo ou corrupção e sim de um "momento de fraqueza".
O corregedor-geral do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), disse que a confissão do senador Arruda poderá atenuar uma possível penalidade a que ele está sujeito pelo seu envolvimento na quebra do sigilo do painel eletrônico de votação da Casa.
Para o senador, ainda resta uma dúvida após o discurso de Arruda. "O senador [Arruda] disse que Regina Borges agiu espontaneamente ao retirar a lista do painel e ela afirmou que recebeu ordens de Arruda. Queremos saber quem diz a verdade", disse Tuma.
O presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), evitou emitir "qualquer juízo de valor" sobre o discurso no qual o senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) admitiu participação na violação do painel eletrônico do Senado.
O senador peemedebista disse ter certeza de que o episódio será totalmente esclarecido. "A questão é de natureza política e está entregue ao Conselho de Ética", disse ele.
Apoio do Planalto
O presidente Fernando Henrique Cardoso considerou "corajoso e digno" o pronunciamento feito hoje no plenário do Senado pelo senador José Roberto Arruda (PSDB-DF), em que reconheceu a sua participação na violação do painel eletrônico da Casa.
O presidente assistiu pela TV o discurso de Arruda. "O caminho da verdade é o único que permite ao político recuperar a sua credibilidade perante a opinião pública e seus companheiros", disse o presidente. As declarações foram divulgadas pelo porta-voz da República, Georges Lamazière.
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