Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/04/2001 - 02h52

Arruda preserva governo ao tentar reduzir punição

Publicidade

KENNEDY ALENCAR, da Folha de S.Paulo, em Brasília

O senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) seguiu ontem um roteiro tucano para se antecipar a ACM, proteger o governo e tentar diminuir a eventual punição por violar o sigilo do painel da Casa.

Em troca, freou-se a articulação no PSDB para expulsá-lo. Arruda também deverá ter, na medida do possível, um guarda-chuva político do partido. Precisará, porém, preservar o presidente Fernando Henrique Cardoso e o governo de envolvimento com o escândalo.

Desde a quinta passada, com o depoimento de Regina Borges, ficou insustentável para Arruda manter a versão de que nada sabia da violação.
Arruda decidiu confessar a culpa para se antecipar ao assessor Domingos Lamoglia, que sinalizou que contaria versão semelhante à de Regina.

Por orientação de tucanos, Arruda avaliou que tinha uma única saída: tentar igualar sua situação à de Regina. Adotou estratégia de defesa na linha "errei, confesso, mas não sou o cabeça". O maior interessado na violação seria Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Arruda foi convencido por tucanos a se desgrudar de ACM, sob o argumento de que o senador pefelista acabaria jogando a culpa nele a fim de se preservar.

A princípio, Arruda resistiu a abandonar ACM, mas cedeu.
Depois de se "igualar" a Regina, o movimento seguinte de Arruda foi resgatar parte do apoio político que perdera. Nos últimos dias, deu telefonemas desesperados a tucanos, dizendo-se traído pelos comentários de membros da cúpula do PSDB no casamento da filha do ministro da Saúde, José Serra, na quinta-feira passada.

Na cerimônia, os tucanos foram unânimes em decretar sua morte política, mas se dividiram em um ponto. Havia os que desejavam abandoná-lo e os que temiam queimar alguém que conhece segredos de governo.

Prevaleceu o medo no PSDB de que, no desespero, Arruda atacasse FHC. Ontem, o Planalto respirou aliviado quando ele, indiretamente, deixou claro não ter avisado o presidente da lista. Preservar FHC foi uma reação à tentativa dos aliados de ACM de propagar o suposto conhecimento de FHC a respeito da lista com os votos da cassação. Para ACM, envolver FHC ajudaria a evitar a cassação. Arruda desistiu, por ora, de complicar a vida do governo.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página