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24/04/2001
-
02h56
OTÁVIO CABRAL, da Folha de S.Paulo, em São Luís
O senador Antonio Carlos Magalhães voltou a negar ontem que tenha pedido a lista de como votaram os senadores na cassação do senador Luiz Estevão a José Roberto Arruda. ACM, porém, não negou que tenha visto a lista.
O senador foi dúbio. Questionado se havia recebido a lista da ex-diretora do Prodasen Regina Borges, negou enfaticamente: "Não recebi a lista da doutora Regina". Sobre se ele havia visto a lista, respondeu: "Aí já é outra coisa".
ACM fez as declarações em São Luís (MA), na reunião do PFL, após o discurso de Arruda que confirmou a violação do painel.
Ele disse que o depoimento de Arruda "não foi exato". "[Arruda" não pode
ter dito que eu pedi a lista. Isso não é verdade." ACM negou ter telefonado a Regina para agradecer pela lista, como ela e Arruda disseram. "Não fiz telefonema algum a ela. Posso provar".
ACM prometeu revelar toda a verdade sobre sua participação no episódio em depoimento ao Conselho de Ética, na quinta. "Vou utilizar o depoimento dela para mostrar as contradições do caso", disse. "Vai ficar tudo esclarecido, não apenas parte da história".
Ele disse que falou três vezes por telefone com Arruda desde sábado. Mesmo assim, teria ficado surpreso com o depoimento.
Sorrindo, chegou por volta das 15h30 à sede do governo maranhense. Almoçou na mesa em que estavam a governadora Roseana Sarney (MA), o vice-presidente da República, Marco Maciel, e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
Depois do almoço, foi ao hotel Sofitel para a reunião da Executiva do PFL. ACM disse não temer um processo de cassação.
Críticas
ACM foi isolado pela cúpula do PFL na reunião. A suposta participação do senador na violação do painel gerou pesadas críticas.
Embora Bornhausen tenha discursado reafirmando sua confiança, ACM não conseguiu uma nota de apoio, como queria.
Dos seis governadores do PFL, só o baiano César Borges (afilhado político de ACM) e José Bianco (RO) deram apoio ao senador.
Borges tentou articular uma nota: "Nós não viemos aqui em busca de apoio, mas se sair uma nota, é claro que é bom, necessário e útil", sugeriu, sem sucesso.
Os outros quatro governadores preferiram se afastar de ACM, temendo que as denúncias comprometam o PFL. A anfitriã, Roseana Sarney (MA), foi contrária a discutir a crise no Senado, como queria a ala baiana do PFL.
As críticas mais contundentes foram de Amazonino Mendes (AM). "Se fosse senador, iria refletir com consciência jurídica, não teria constrangimento de agir com independência", disse.
O paranaense Jaime Lerner disse estar "constrangido": "O partido tem que sentir o que o povo quer, e o povo não quer mais corrupção, não quer mais assistir a esse desfile de coisas ruins".
Siqueira Campos (TO) se negou a discutir a crise, pois não considera o tema relevante: "Não desperdiço meu tempo com isso [acusações contra ACM".
ACM não quis comentar as críticas dos governadores.
ACM insinua que viu lista; PFL isola baiano
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O senador Antonio Carlos Magalhães voltou a negar ontem que tenha pedido a lista de como votaram os senadores na cassação do senador Luiz Estevão a José Roberto Arruda. ACM, porém, não negou que tenha visto a lista.
O senador foi dúbio. Questionado se havia recebido a lista da ex-diretora do Prodasen Regina Borges, negou enfaticamente: "Não recebi a lista da doutora Regina". Sobre se ele havia visto a lista, respondeu: "Aí já é outra coisa".
ACM fez as declarações em São Luís (MA), na reunião do PFL, após o discurso de Arruda que confirmou a violação do painel.
Ele disse que o depoimento de Arruda "não foi exato". "[Arruda" não pode
ter dito que eu pedi a lista. Isso não é verdade." ACM negou ter telefonado a Regina para agradecer pela lista, como ela e Arruda disseram. "Não fiz telefonema algum a ela. Posso provar".
ACM prometeu revelar toda a verdade sobre sua participação no episódio em depoimento ao Conselho de Ética, na quinta. "Vou utilizar o depoimento dela para mostrar as contradições do caso", disse. "Vai ficar tudo esclarecido, não apenas parte da história".
Ele disse que falou três vezes por telefone com Arruda desde sábado. Mesmo assim, teria ficado surpreso com o depoimento.
Sorrindo, chegou por volta das 15h30 à sede do governo maranhense. Almoçou na mesa em que estavam a governadora Roseana Sarney (MA), o vice-presidente da República, Marco Maciel, e o presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC).
Depois do almoço, foi ao hotel Sofitel para a reunião da Executiva do PFL. ACM disse não temer um processo de cassação.
Críticas
ACM foi isolado pela cúpula do PFL na reunião. A suposta participação do senador na violação do painel gerou pesadas críticas.
Embora Bornhausen tenha discursado reafirmando sua confiança, ACM não conseguiu uma nota de apoio, como queria.
Dos seis governadores do PFL, só o baiano César Borges (afilhado político de ACM) e José Bianco (RO) deram apoio ao senador.
Borges tentou articular uma nota: "Nós não viemos aqui em busca de apoio, mas se sair uma nota, é claro que é bom, necessário e útil", sugeriu, sem sucesso.
Os outros quatro governadores preferiram se afastar de ACM, temendo que as denúncias comprometam o PFL. A anfitriã, Roseana Sarney (MA), foi contrária a discutir a crise no Senado, como queria a ala baiana do PFL.
As críticas mais contundentes foram de Amazonino Mendes (AM). "Se fosse senador, iria refletir com consciência jurídica, não teria constrangimento de agir com independência", disse.
O paranaense Jaime Lerner disse estar "constrangido": "O partido tem que sentir o que o povo quer, e o povo não quer mais corrupção, não quer mais assistir a esse desfile de coisas ruins".
Siqueira Campos (TO) se negou a discutir a crise, pois não considera o tema relevante: "Não desperdiço meu tempo com isso [acusações contra ACM".
ACM não quis comentar as críticas dos governadores.
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