Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
24/04/2001 - 15h51

Confissão de Arruda divide posições entre os políticos

Publicidade

RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília

O senado está dividido sobre a possibilidade de cassação do ex-líder do governo no Senado José Roberto Arruda (PSDB). O discurso feito ontem pelo senador tucano sensibilizou apenas parte congressista da Casa.

O presidente do Conselho de Ética do Senado, Ramez Tebet (PMDB-MS), afirmou que a confissão pública feita por Arruda pode atenuar sua situação no caso. Tebet porém afirmou que a confissão "é uma prova muito forte".

Até líderes da oposição, como o senador Paulo Hartung (PPS-ES), disseram que ficaram sensibilizado com o pronunciamento de Arruda.

O líder do governo no Congresso, deputado Arthur Virgílio (PSDB-AM), que assistiu a sessão de ontem à tarde no Senado, foi o mais direto na defesa do colega tucano. "Se eu fosse senador, votaria contra a cassação", disse Virgílio.

Já o corregedor do Senado, Romeu Tuma (PFL-SP), preferiu fazer uma análise técnica, de delegado de polícia que foi, sobre a atitude de Arruda. "A confissão é um atenuante previsto no Código Penal, mas ainda teremos que ouvi-lo, assim como Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) no Conselho de Ética", disse Tuma.

Entre os vários senadores ouvidos pela Folha Online hoje, as opiniões favoráveis a uma punição rígida para Arruda foram em maio número. O primeiro-secretário do Senado, Carlos Wilson (PPS-PE), foi veemente: "mentir para Senado no exercício do mandato é motivo suficiente para cassação".

Nei Suassuna (PMDB-PB) disse que a situação de Arruda e ACM se complicou. "Ambos contraíram uma virose muito violenta e que precisa de uma cura rápida porque o senado está paralisado", afirmou Suassuna.

A senadora Emília Fernandes (PT-RS) foi a mais direta ao definir o que merece José Roberto Arruda: "Ele errou e perdeu a confiança dos senadores e dos funcionários do Senado. Ele merece a punição máxima: a cassação".

Fora do Senado, as opiniões também estão divididas. O presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), que é do mesmo partido de Arruda, não quis opinar. O também tucano, ministro Paulo Renato de Souza (Educação), disse hoje que o PSDB deve ouvir pessoalmente Arruda antes de tomar uma decisão sobre sua saída ou permanência no partido. "Não se pode julgá-lo apenas a partir das declarações que deu no Senado", afirmou o ministro.

A bancada tucana na Câmara está defendendo a abertura de um inquérito disciplinar para apurar a atitude de Arruda. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), disse hoje que vai apresentar um pedido de expulsão de Arruda do partido.

Já o ministro José Gregori (Justiça) classificou a atitude de Arruda de "falha moral dupla e grave". Para Gregori, o senador deve ser punido, mas "o ato de reconhecer o erro pode beneficiá-lo".

Depois de José Roberto Arruda, agora falta ACM. Ontem no Maranhão, o senador nem confessou nem negou sua participação na violação do painel. Um ACM titubeante _fato raríssimo na vida do senador baiano_ exitou ao comentar a confissão de Arruda. Ele porém foi firme ao responder que não teme a cassação do mandato. "Não!", declarou o senador.

O presidente nacional do PFL, Jorge Bornhausen (SC) não quis se manifestar hoje sobre a violação do painel. Ele disse que vai aguardar a decisão do Conselho de Ética para se posicionar. Apesar de toda a repercussão em torno do caso, ACM ainda não apareceu no Congresso. Dezenas de jornalistas estão de plantão aguardando uma possível declaração do Senador.

O silêncio neste caso, após a confissão de Arruda, pode prejudicar ACM no julgamento a que estará sujeito no Conselho de Ética.

  • Leia mais sobre a quebra de sigilo
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página