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24/04/2001 - 18h37

Para Itamar Franco, FHC teme revelações de Arruda

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RANIER BRAGON
da Agência Folha, em Belo Horizonte

O governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB), afirmou hoje que o presidente Fernando Henrique Cardoso, ao classificar o pronunciamento de ontem do senador José Roberto Arruda (PSDB-DF) como "corajoso e digno", poderia estar temendo possíveis revelações comprometedoras de seu ex-líder.

Itamar cita o trecho da fala de Arruda em que o senador diz que serviu ao governo federal "com lealdade, até em situações de natureza muito mais graves do que esta [quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado]" e questiona: "Qual acordo terá sido feito entre o senador e o presidente, ou por meio de seus representantes? Será o medo dessa insinuação que terá levado à declaração do porta-voz?".

O governador _virtual candidato à Presidência da República, em 2002_ referiu-se ao fato de o comentário de FHC sobre a fala de seu ex-líder no Senado ter sido feito por meio do porta-voz da Presidência, Georges Lamazière. As declarações de Itamar foram divulgadas em uma nota distribuída a imprensa.

Ontem, o ex-presidente já havia criticado a opinião de FHC sobre o pronunciamento de Arruda, dizendo que o elogio do presidente buscava "mascarar um ato ignóbil".

Na nota de hoje, Itamar dá a entender que acha o caso de Arruda mais grave do que o de outros congressistas cassados por falta de decoro parlamentar. Em tom de ironia, ele diz que o Congresso deveria "pedir desculpas" públicas pela cassação do ex-deputado Edmundo Barreto Pinto (PTB-DF), em 1949, devido a ele ter posado de cueca e paletó para a revista "O Cruzeiro" três anos antes.

O governador disse ainda estar preocupado com o fato de que estaria caindo em esquecimento o pronunciamento da semana passada do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), em que disse que a corrupção não está no Nordeste, mas no Sudeste, especificamente em São Paulo.

A nota não traz, entretanto, nenhuma menção à ameaça que Itamar fez no último dia 9 de entrar na Justiça contra o presidente do Senado caso ele não abandonasse em 15 dias a presidência do PMDB, já que o estatuto do partido não permitiria o acúmulo dos cargos.

O prazo venceu hoje e Jader não renunciou a nenhuma das duas presidências que ocupa. Itamar disse à Agência Folha, por meio de sua assessoria, que já tem a petição preparada, mas que ainda está em dúvida sobre o tribunal ao qual recorrerá _o STF (Superior Tribunal de Justiça) ou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

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