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27/04/2001
-
03h34
ANDRÉA MICHAEL e KENNEDY ALENCAR, da Folha de S.Paulo, em Brasília
O depoimento lido por Antonio Carlos Magalhães no Conselho de Ética foi alterado em suas principais linhas em reunião com advogados e assessores, que durou até a madrugada de ontem.
À noite, ACM soube que a central telefônica do Senado registrara telefonema de 34 segundos para a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges, feita do gabinete da Presidência do Senado ao final do dia em que Luiz Estevão foi cassado. O conteúdo do telefonema é um dos pontos mais frágeis da versão que apresentou.
Mas o momento mais complicado da noite foi quando os advogados Arthur Castilho, Márcio Thomaz Bastos e Luiz Vicente Cernicchiaro, insistiram em que o senador tinha de admitir -até para si mesmo- que havia cometido um erro.
Os advogados avaliaram que, diante das circunstâncias, a confissão do erro seria fundamental para atenuar o julgamento político. O pefelista demorou duas horas para se convencer de que não teria como fugir disso.
Abatido pela noite que passou insone da terça para a quarta, ACM tentou se recuperar para o depoimento com seis horas ininterruptas de sono.
Doses diárias de insulina mantiveram sob controle a principal preocupação com sua saúde, um desequilíbrio do nível de glicose no sangue.
Nos momentos que antecederam o depoimento, ACM tentou fazer um pacto com o PMDB de Jader Barbalho, seu inimigo. O PMDB recusou.
Os pefelistas queriam que os peemedebistas ajudassem a propalar uma versão positiva do depoimento de ACM. A idéia era jogar a maior parcela de responsabilidade sobre José Roberto Arruda (sem partido-DF), tornando mais amena a participação de ACM na violação do painel.
Em um segundo momento, os pefelistas queriam que os peemedebistas aceitassem fazer um pacto para preservar ACM e o presidente do Senado, Jader Barbalho, de uma eventual cassação.
Os deputados José Carlos Aleluia e Paulo Magalhães, ambos do PFL baiano, foram os emissários de ACM. Os dois procuraram insistentemente nos últimos dois dias os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), entre outros.
Paulo Magalhães, sobrinho de ACM, telefonou e foi ao gabinete de Renan com a idéia de armistício. Aleluia se encontrou com Geddel. Os peemedebistas responderam que não tinham interesse no acordo.
Argumentaram que a pressão da opinião pública e as revelações sobre o escândalo da violação do sigilo do painel de votação do Senado impediriam qualquer tentativa de acordo.
Para os peemedebistas, o caso de Jader é diferente dos de ACM e Arruda. Segundo o partido, não há condição política para um entendimento com o PFL.
Depoimento foi alterado durante a madrugada
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O depoimento lido por Antonio Carlos Magalhães no Conselho de Ética foi alterado em suas principais linhas em reunião com advogados e assessores, que durou até a madrugada de ontem.
À noite, ACM soube que a central telefônica do Senado registrara telefonema de 34 segundos para a ex-diretora do Prodasen Regina Célia Borges, feita do gabinete da Presidência do Senado ao final do dia em que Luiz Estevão foi cassado. O conteúdo do telefonema é um dos pontos mais frágeis da versão que apresentou.
Mas o momento mais complicado da noite foi quando os advogados Arthur Castilho, Márcio Thomaz Bastos e Luiz Vicente Cernicchiaro, insistiram em que o senador tinha de admitir -até para si mesmo- que havia cometido um erro.
Os advogados avaliaram que, diante das circunstâncias, a confissão do erro seria fundamental para atenuar o julgamento político. O pefelista demorou duas horas para se convencer de que não teria como fugir disso.
Abatido pela noite que passou insone da terça para a quarta, ACM tentou se recuperar para o depoimento com seis horas ininterruptas de sono.
Doses diárias de insulina mantiveram sob controle a principal preocupação com sua saúde, um desequilíbrio do nível de glicose no sangue.
Nos momentos que antecederam o depoimento, ACM tentou fazer um pacto com o PMDB de Jader Barbalho, seu inimigo. O PMDB recusou.
Os pefelistas queriam que os peemedebistas ajudassem a propalar uma versão positiva do depoimento de ACM. A idéia era jogar a maior parcela de responsabilidade sobre José Roberto Arruda (sem partido-DF), tornando mais amena a participação de ACM na violação do painel.
Em um segundo momento, os pefelistas queriam que os peemedebistas aceitassem fazer um pacto para preservar ACM e o presidente do Senado, Jader Barbalho, de uma eventual cassação.
Os deputados José Carlos Aleluia e Paulo Magalhães, ambos do PFL baiano, foram os emissários de ACM. Os dois procuraram insistentemente nos últimos dois dias os líderes do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), entre outros.
Paulo Magalhães, sobrinho de ACM, telefonou e foi ao gabinete de Renan com a idéia de armistício. Aleluia se encontrou com Geddel. Os peemedebistas responderam que não tinham interesse no acordo.
Argumentaram que a pressão da opinião pública e as revelações sobre o escândalo da violação do sigilo do painel de votação do Senado impediriam qualquer tentativa de acordo.
Para os peemedebistas, o caso de Jader é diferente dos de ACM e Arruda. Segundo o partido, não há condição política para um entendimento com o PFL.
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