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28/04/2001 - 03h13

Levantamento aponta para cassação de senadores

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CAROLINA VILA-NOVA e ROBERTO COSSO, da Folha de S.Paulo, em Brasília

Levantamento feito pela Folha entre os senadores mostra que a tendência é de cassação do mandato dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), o que deve complicar a situação do atual presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA).

A reportagem ouviu 60 dos 81 senadores, entre os dias 26 e 27. Trinta aceitaram preencher cédulas sobre o desfecho que defendem para os dois colegas. Outros trinta se recusaram a informar a opinião, sob a alegação de que o processo ainda está em curso.

Houve 14 votos pela cassação de ACM e 15 pela de Arruda. Três senadores defenderam a suspensão dos mandatos dos dois e outros quatro, a aplicação de uma advertência contra eles. Houve apenas um voto pela absolvição de ACM e nenhum pela de Arruda. Ao todo, sete senadores deixaram em branco as questões.

A Folha apurou que a maioria dos senadores que se recusaram a preencher o formulário, no qual não seriam identificados, pretende votar pela cassação dos dois senadores. Alguns deles, sob o compromisso de não terem seus nomes revelados, chegaram a fazer discursos inflamados pela cassação dos mandatos.

Apesar de os formulários serem anônimos, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) escreveu e assinou uma declaração para justificar seu voto em branco, segundo a qual "não se pode definir a pena antes de ouvir os depoimentos dos senadores ao Conselho de Ética". Outros petistas adotaram o mesmo procedimento.

A bancada do PSB -partido do senador Roberto Saturnino, relator do processo contra ACM e Arruda- decidiu que não faria declarações públicas de voto antes da manifestação do relator. Mas, informalmente, alguns senadores do partido dizem ser inevitável o apoio da bancada à cassação dos dois acusados.

Entre os senadores que se recusaram a "votar" no levantamento estão Pedro Simon (PMDB-RS), Roberto Requião (PMDB-PR), José Eduardo Dutra (PT-SE) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Eles estão entre os maiores opositores de ACM no Senado e fizeram alguns dos mais contundentes discursos contra o senador, em seu depoimento da última quinta-feira.

Vinte e um senadores não foram ouvidos pela reportagem.
Ontem, havia 12 incomunicáveis no interior de seus Estados, 2 em viagem pelo exterior e 2 em tratamento de saúde. Outros cinco senadores não puderam atender à reportagem por estarem ocupados com os trabalhos do Conselho de Ética -entre eles, ACM, Arruda e Saturnino.

O senador Roberto Freire (PPS-PE) é um dos que não foram ouvidos. Ele estava no Chile até ontem e não respondeu aos recados deixados pela Folha no hotel em que estava hospedado. Sua assessoria, porém, divulgou uma nota assinada por ele, como presidente nacional de seu partido, na qual o senador defende "a instauração de processo de cassação" dos senadores ACM e Arruda.

A terceira questão apresentada aos senadores foi: "A eventual cassação dos dois senadores [ACM e Arruda] torna inevitável o mesmo desfecho para o senador Jader Barbalho?". Catorze senadores responderam "sim" à pergunta. Houve dez respostas "não" e seis cédulas em branco.
 

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