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30/04/2001 - 17h56

"Já conto como serão os votos do Conselho de Ética", afirma ACM

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LUIZ FRANCISCO
da Agência Folha, em Salvador

A três dias da acareação com o senador José Roberto Arruda (sem partido-DF) e com Regina Borges (ex-diretora do Prodasen), o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) disse hoje que está "fazendo contas" das tendências de voto dos integrantes da Comissão de Ética do Senado.

"Estou examinando a opinião de cada senador para fazer contas, embora cada um tenha sua independência para votar, e eu não possa dizer qual será o resultado", disse o senador baiano, ao receber no final desta manhã, no Palácio de Ondina (residência oficial do governo), a solidariedade de artistas, escritores e jogadores de futebol.

Acusado de participação na violação do painel do Senado Federal, Antonio Carlos Magalhães pode ser cassado. A Comissão de Ética do Senado é formada por 16 senadores. O presidente Ramez Tabet (PMDB-MS) só vota em caso de empate.

Para se livrar da ameaça de cassação, ACM precisa de oito votos. Se a proposta de cassação for aprovada, o plenário do Senado decide sobre a questão em votação por maioria.

"Tenho esperança de que não vou sofrer nenhuma punição. Na acareação, vai ficar provado que não dei nenhuma ordem para o senador Arruda e para a dona Regina Borges violarem o painel", declarou.

Na reunião, ACM disse também que o presidente Fernando Henrique Cardoso fez muito bem em ficar "isento do problema".

"Os ministros e todos os integrantes da Comissão de Ética também deveriam tomar a mesma atitude", afirmou ACM.

O senador chegou ao Palácio de Ondina às 11h30. Em seguida, recebeu a visita da cantora Gal Costa, da escritora Zélia Gattai e da comissão técnica e jogadores do Bahia. Os jogadores doaram ao senador uma medalha comemorativa à conquista do Campeonato do Nordeste.

ACM colocou a medalha no peito e agradeceu aos jogadores pela conquista do título. "Sou torcedor do Vitória, mas o que vocês fizeram dentro de campo engrandece o futebol da Bahia."

A mãe dos cantores Caetano Veloso e Maria Bethânia, dona Canô, enviou flores e um cartão para o senador.

"Receba o abraço solidário. Estou fazendo preces para Nossa Senhora da Purificação", escreveu dona Canô.

ACM também carregava uma fotografia de irmã Dulce (religiosa baiana em processo de beatificação).

Antonio Carlos Magalhães afirmou que alguns senadores e deputados estão utilizando a violação do painel de votação para aparecer. "Eles pensam que é um palanque político, mas não é. Tudo vai desaparecer rapidamente quando o povo souber toda a verdade, e a mídia ficar mais isenta."

ACM disse também que ignora uma eventual negociação entre interlocutores do PFL e do PMDB para "abafar" a crise no Senado. "Ignoro qualquer tipo de acordo."

Aparentando tranquilidade, o ex-presidente do Senado voltou a afirmar que não será cassado.

"É evidente que eu fui muito incômodo a muita gente ao apontar casos de corrupção e falhas graves no governo. Agora, querem abafar a voz da Bahia", afirmou.

Antonio Carlos Magalhães disse também que vai permanecer em Salvador até o início da tarde de amanhã, quando segue para Brasília.

"Vou repetir na acareação tudo o que falei na Comissão de Ética. Não preciso me preparar para o depoimento, já que estou falando a verdade."

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