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01/05/2001 - 04h56

Relator da Comissão de Ética vê pressão para cassar ACM e Arruda

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ANTONIO CARLOS DE FARIA
da Folha de S.Paulo

O senador Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), relator do processo que apura a violação do painel eletrônico do Senado, está sentindo a pressão popular em favor da cassação dos envolvidos no caso. "É impressionante o interesse da população em que haja uma decisão rigorosa", afirmou.

Ontem pela manhã, ao caminhar pelo calçadão da praia do Leblon (zona sul do Rio), Saturnino foi interpelado por várias pessoas, que lhe disseram esperar a cassação dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF).

"Todos querem falar sobre o assunto. Só na semana passada recebi cerca de 900 e-mails pedindo a cassação", disse o senador, que espera a acareação de quinta-feira no Conselho de Ética do Senado para esclarecer contradições que aponta nos depoimentos.

A pressão constatada pelo senador nas ruas do Rio é confirmada por pesquisa do Datafolha entre os paulistanos, dos quais 84% se dizem favoráveis a que ACM e Arruda sejam punidos, 58% pedem a cassação do senador baiano e 56% a do senador de Brasília.

Na acareação, devem depor juntos ACM, Arruda e Regina Borges, ex-diretora do Prodasen, o serviço de informática do Senado. A primeira dúvida é quanto ao grau de envolvimento de ACM no caso. O senador baiano nega ter ordenado a quebra do sigilo do painel, enquanto Arruda diz que agiu em conjunto com ACM.

A outra contradição é entre Regina e Arruda. Ela afirma ter recebido uma ordem para quebrar o sigilo e o senador fala que apenas fez uma consulta nesse sentido.

Por fim, há interesse em saber mais detalhes das conversas entre ACM e Regina, principalmente no telefonema do senador para ela após a votação que cassou o ex-senador Luiz Estevão, acusado de envolvimento no desvio de verbas públicas na construção do prédio do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

O Conselho de Ética já sabe que o telefonema durou 34 segundos. "Foi uma conversa curta, na qual ele afirmou que disse a ela que não se preocupasse. Isso é muito estranho, porque ele deveria ter dito exatamente o contrário, para que ela se preocupasse, afinal havia cometido um ato irregular", afirmou Saturnino.

Para o relator, não deve ter efeito atenuante o fato de o senador José Roberto Arruda ter dito que se arrependeu "sinceramente" de ter contado versões diferentes nas vezes em que falou sobre o assunto no Senado. Saturnino espera que seu relatório seja votado na próxima semana.

  • Leia mais sobre a quebra de sigilo
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