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01/05/2001
-
07h02
FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo
A estratégia desenhada pelos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) é deixar para a última hora possível a decisão sobre uma eventual renúncia.
Do ponto de vista regimental, ambos podem renunciar enquanto não houver um processo de cassação formalmente aberto.
O processo só pode ser instaurado após o parecer do relator do caso no Conselho de Ética, Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ).
Saturnino deve apresentar seu parecer até o dia 15. Até lá, ACM e Arruda acreditam, cada um a seu modo, que possam mudar a aparente decisão quase consolidada no Senado de cassá-los.
Pelo menos até ontem, estava certo que ACM e Arruda descartavam renunciar antes da acareação marcada para quinta, quando se encontrarão com a ex-diretora do Prodasen Regina Borges.
Arruda sabe que se renunciar antes da acareação pode facilitar a vida de ACM. Mas ele próprio, Arruda, pouco teria a ganhar.
A avaliação do senador, segundo a Folha apurou, é que sua situação dificilmente ficaria pior do que já está. Por isso, não há razão para tomar uma atitude radical.
No entender de Arruda, há a possibilidade de que a acareação não seja tão ruim. Ele aposta na capacidade de se impor perante Regina, uma funcionária que poderá se intimidar na sessão.
No caso de ACM, o baiano espera que as contradições de toda a história da violação do painel do Senado recaiam sobre Arruda.
ACM acredita que a maior dúvida na cabeça de seus colegas é se ele mandou ou não Arruda ordenar a violação do painel eletrônico do Senado em 28 de junho do ano passado, quando foi cassado o então senador Luiz Estevão.
Essa discussão ficará então entre Arruda e Regina. A ex-diretora do Prodasen já declarou que não havia falado com ACM antes da violação do painel, tendo discutido todos os detalhes com Arruda.
ACM também acredita, segundo a Folha apurou, que o tempo pode ajudá-lo. "Aos poucos saberão diferenciar a participação de cada um nesse episódio", tem dito a interlocutores. Ele acha que se saiu bem em seu depoimento no conselho, na semana passada. Agora, espera potencializar seu desempenho pela comparação com Arruda e Regina.
Uma das maiores dificuldades de ACM e Arruda, na avaliação de ambos, é que pelo menos dez dos 16 membros do Conselho de Ética do Senado devem ser candidatos a alguma coisa nas eleições de 2002. A pressão eleitoral torna mais distante um acordo que amenize ou elimine as punições.
Se tudo der errado e o clima favorável à cassação persistir até a véspera do início da abertura formal do processo, os dois senadores podem renunciar ao mandato.
No caso de Arruda, manteria seus direitos políticos e concorreria a deputado federal no ano que vem. ACM teria a opção de se candidatar ao governo da Bahia ou até tentar voltar ao Senado.
Leia mais sobre a quebra de sigilo
Eventual renúncia de ACM e Arruda será decidida na última hora
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da Folha de S.Paulo
A estratégia desenhada pelos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) é deixar para a última hora possível a decisão sobre uma eventual renúncia.
Do ponto de vista regimental, ambos podem renunciar enquanto não houver um processo de cassação formalmente aberto.
O processo só pode ser instaurado após o parecer do relator do caso no Conselho de Ética, Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ).
Saturnino deve apresentar seu parecer até o dia 15. Até lá, ACM e Arruda acreditam, cada um a seu modo, que possam mudar a aparente decisão quase consolidada no Senado de cassá-los.
Pelo menos até ontem, estava certo que ACM e Arruda descartavam renunciar antes da acareação marcada para quinta, quando se encontrarão com a ex-diretora do Prodasen Regina Borges.
Arruda sabe que se renunciar antes da acareação pode facilitar a vida de ACM. Mas ele próprio, Arruda, pouco teria a ganhar.
A avaliação do senador, segundo a Folha apurou, é que sua situação dificilmente ficaria pior do que já está. Por isso, não há razão para tomar uma atitude radical.
No entender de Arruda, há a possibilidade de que a acareação não seja tão ruim. Ele aposta na capacidade de se impor perante Regina, uma funcionária que poderá se intimidar na sessão.
No caso de ACM, o baiano espera que as contradições de toda a história da violação do painel do Senado recaiam sobre Arruda.
ACM acredita que a maior dúvida na cabeça de seus colegas é se ele mandou ou não Arruda ordenar a violação do painel eletrônico do Senado em 28 de junho do ano passado, quando foi cassado o então senador Luiz Estevão.
Essa discussão ficará então entre Arruda e Regina. A ex-diretora do Prodasen já declarou que não havia falado com ACM antes da violação do painel, tendo discutido todos os detalhes com Arruda.
ACM também acredita, segundo a Folha apurou, que o tempo pode ajudá-lo. "Aos poucos saberão diferenciar a participação de cada um nesse episódio", tem dito a interlocutores. Ele acha que se saiu bem em seu depoimento no conselho, na semana passada. Agora, espera potencializar seu desempenho pela comparação com Arruda e Regina.
Uma das maiores dificuldades de ACM e Arruda, na avaliação de ambos, é que pelo menos dez dos 16 membros do Conselho de Ética do Senado devem ser candidatos a alguma coisa nas eleições de 2002. A pressão eleitoral torna mais distante um acordo que amenize ou elimine as punições.
Se tudo der errado e o clima favorável à cassação persistir até a véspera do início da abertura formal do processo, os dois senadores podem renunciar ao mandato.
No caso de Arruda, manteria seus direitos políticos e concorreria a deputado federal no ano que vem. ACM teria a opção de se candidatar ao governo da Bahia ou até tentar voltar ao Senado.
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