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10/05/2001 - 03h52

Caso TRT: Laranja admite à PF ter permitido que conta fosse usada

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da Folha de S.Paulo

Um suposto laranja do esquema de desvio de verbas da obra do Fórum Trabalhista de São Paulo admitiu ontem à Polícia Federal que, em troca de quatro salários mínimos, assinou cheques em branco e permitiu que sua conta fosse movimentada por terceiros.

Comerciante alagoano de 49 anos, que declarou mal saber ler e escrever,
Antonio Melo de Araújo foi apontado em rastreamento do Banco Central como o principal beneficiário do dinheiro proveniente de contas do grupo Monteiro de Barros, dono da construtora Incal, responsável pela obra do fórum. Sozinho, Araújo teria recebido, entre 1993 e 1994, o total de US$ 2,081 milhões em uma conta do banco Garavelo, liquidado pelo BC em 1994.

Ao todo, o grupo Monteiro de Barros recebeu cerca de R$ 92 milhões do dinheiro destinado à construção do fórum. Segundo o Ministério Público Federal, grande parte foi pulverizada por meio de uma rede de doleiros e de contas fantasmas. Ontem Araújo, acompanhado de um advogado, disse que trabalhou entre os anos 80 e 90 como motorista de uma empresa de informática chamada Adespro, que funcionou, entre 86 e 90, em uma casa no bairro do Pacaembu (zona oeste de SP). Em 1992, um escritório da PF mudou-se para o mesmo endereço.

Como "mensageiro" entre a empresa e o banco, Araújo teria mantido contato durante muitos anos com um dos diretores do banco Garavelo, chamado "Nivaldo" ou "Rivaldo". Ele teria pedido a Araújo que abrisse uma conta em seu nome, pois precisava fazer algumas movimentações financeiras por meio da instituição.
Dizendo que, na época, não sabia dos valores que passariam pela conta,

Araújo teria então assinado talões de cheque e uma nota promissória em branco. Com a nota promissória assinada, em 1995 o banco acusou Araújo de ter contraído em 1994 uma dívida de R$ 7 milhões, em valores atuais.

O comerciante justificou-se, dizendo que, por ser uma pessoa de posses reduzidas, assinou em branco todos os papéis que lhe foram entregues, pois receberia por isso o dobro do seu salário. Araújo disse que não sabia que os cheques seriam usados para desviar dinheiro da obra do fórum. Afirmou também nunca ter visto os envolvidos no desvio.

O dono da construtora Incal, Fábio Monteiro de Barros Filho, cumpre prisão preventiva na PF. A Justiça Federal concedeu ontem prisão domiciliar ao outro dono da construtora, José Eduardo Teixeira Ferraz, que estava preso, para tratar de problemas de saúde.
 

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