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19/06/2000 - 08h37

Racha no PT causa briga em convenção

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PEDRO DANTAS

da Folha de S.Paulo

O racha entre as correntes do PT do Rio redundou em palavrões, pancadaria e correria na convenção municipal do partido, que definiu os candidatos à Câmara Municipal e a política de alianças para as eleições municipais.

A vice-governadora Benedita da Silva, candidata à prefeitura, foi acusada por opositores internos de transformar o PT numa "legenda de aluguel".

A briga entre o vice-presidente do diretório municipal e militante da corrente Articulação, William Campos, e o dirigente da corrente Opção Popular Juarez Barroso deixou uma militante ferida e suspendeu a convenção por 15 minutos no momento em que era votada a política de alianças.

A confusão começou na votação que definia o tempo dos candidatos no programa eleitoral gratuito. Barroso interpelou Campos sobre um acordo anterior e foi xingado pelo vice-presidente do diretório. O deputado federal Carlos Santana, presidente do diretório regional, tentou apartar a briga e acabou agravando o empurra-empurra.

Quando tudo parecia resolvido, Barroso voltou a atingir Campos com um chute na barriga. Na confusão, uma militante foi ferida na testa. "Não vou dar meu nome, a imprensa está louca para mostrar isso", disse ela.

A corrente Articulação, de Benedita da Silva, tinha a maioria dos convencionais e aprovou todas as propostas na convenção. "Foi a pior convenção da história do PT do Rio", declarou o ex-deputado federal Wladimir Palmeira, que em abril perdeu as prévias petistas para Benedita.
Segundo ele, os partidários da vice-governadora estão "arruinando o partido".

O descontentamento dos "petistas históricos", como se qualificam os fundadores do partido no Rio, começou quando o grupo de independentes intitulado Núcleo Carlos Lamarca viu rejeitada a proposta de discussão da conjuntura nacional.

"Não se discute mais política no PT. Predomina agora a militância de aluguel e o voto de cabresto, pois a Articulação está fazendo ressurgir o velho chaguismo no Rio", afirmou o secretário-geral do núcleo, Élcio Sandes, referindo-se ao ex-governador peemedebista Chagas Freitas, notabilizado por políticas clientelistas.

A segunda polêmica do dia veio na homologação dos candidatos a vereador. Militantes tentaram impedir a candidatura do pastor Edmílson Dias Pereira, irmão do pastor Everaldo Dias, coordenador do projeto Cheque-Cidadão, do governo do Estado, acusado de favorecer igrejas evangélicas.
"Não tenho vínculo com o projeto.

A corrente Refazendo disse que ganhamos a prévia para prefeito por causa de filiações conquistadas com o Cheque-Cidadão, mas é mentira. Vejo discriminação de parte do PT com os evangélicos, que já são 30% da população", afirmou Edmílson.

Dois outros candidatos apoiados por Benedita tiveram suas candidaturas aprovadas sob protestos das correntes opostas à vice-governadora. Pedro Luís de Oliveira Cabral, o "Cacareco", e Jorge Babú, ambos da zona oeste, foram acusados respectivamente de ter antecedentes criminais e de integrar grupos de extermínio.

"Já tirei até atestado de bons antecedentes. Sou muito povão, só reivindico trabalho social nas sete ocupações que comandei em Campo Grande", declarou "Cacareco" à Folha. Jorge Babú, proprietário de uma agência de automóveis, disse que desconhecia as denúncias e sabia apenas "do bochicho".


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