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12/05/2001
-
03h28
VERA MAGALHÃES
RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Com a inviabilização da CPI da corrupção, os pefelistas baianos já dão como certa a contrapartida dos aliados governistas no Senado para livrar o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) da cassação. O primeiro teste será na apresentação do parecer de Saturnino Braga (PSB-RJ) no Conselho de Ética, na quarta-feira.
Pelos cálculos dos aliados de ACM, pelo menos 8 dos 16 membros do conselho são contra a cassação para punir a violação do painel eletrônico. Eles esperam contar com os cinco pefelistas, Lauro Campos (sem partido-DF), Lúcio Alcântara (PSDB-CE) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), também envolvido na fraude. Alcântara é ligado ao governador Tasso Jereissati (CE), antigo aliado de ACM. Lauro Campos diz considerar a cassação uma pena muito rigorosa.
Como há entendimentos entre as cúpulas partidárias, inclusive do PMDB, tudo caminha para que a cassação seja trocada por uma suspensão temporária dos dois senadores. A maioria dos cinco membros do PMDB no conselho seguirá a orientação do presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), que se beneficiará com o esfriamento dos ânimos.
O acordo é discutido claramente apenas por alguns dirigentes partidários, mas a senha já é dada de forma indireta aos integrantes do conselho. "Política se faz no olhar", diz um líder governista.
Uma delas foi a ordem de ACM para que cinco de seus aliados na Câmara retirassem as assinaturas do requerimento da CPI.
O fato de Arruda permanecer no conselho, apesar de estar sendo julgado, também não é fruto de mero voluntarismo do ex-tucano. O assunto foi discutido entre os negociadores do acordo como estratégia para impedir um voto certo pela cassação, o de Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
O presidente do conselho, Ramez Tebet (PMDB-MS), é visto como um complicador para o entendimento. Ele já manifestou sua tendência pela cassação.
Por isso os carlistas comemoraram a possibilidade de o peemedebista assumir o Ministério da Integração Nacional. Tebet nega o convite e diz que só aceitaria após cumprir a "missão" no conselho.
Para evitar que a opinião pública relacione o sepultamento da CPI à operação para salvar os senadores, a idéia é prorrogar o processo até depois do recesso, para ser votado por novos membros do conselho -cujo mandato termina em junho. "O acordo está claro", disse o petista José Eduardo Dutra (SE).
Carlistas têm certeza de que ACM escapa de cassação
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RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Com a inviabilização da CPI da corrupção, os pefelistas baianos já dão como certa a contrapartida dos aliados governistas no Senado para livrar o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) da cassação. O primeiro teste será na apresentação do parecer de Saturnino Braga (PSB-RJ) no Conselho de Ética, na quarta-feira.
Pelos cálculos dos aliados de ACM, pelo menos 8 dos 16 membros do conselho são contra a cassação para punir a violação do painel eletrônico. Eles esperam contar com os cinco pefelistas, Lauro Campos (sem partido-DF), Lúcio Alcântara (PSDB-CE) e José Roberto Arruda (sem partido-DF), também envolvido na fraude. Alcântara é ligado ao governador Tasso Jereissati (CE), antigo aliado de ACM. Lauro Campos diz considerar a cassação uma pena muito rigorosa.
Como há entendimentos entre as cúpulas partidárias, inclusive do PMDB, tudo caminha para que a cassação seja trocada por uma suspensão temporária dos dois senadores. A maioria dos cinco membros do PMDB no conselho seguirá a orientação do presidente do Senado, Jader Barbalho (PA), que se beneficiará com o esfriamento dos ânimos.
O acordo é discutido claramente apenas por alguns dirigentes partidários, mas a senha já é dada de forma indireta aos integrantes do conselho. "Política se faz no olhar", diz um líder governista.
Uma delas foi a ordem de ACM para que cinco de seus aliados na Câmara retirassem as assinaturas do requerimento da CPI.
O fato de Arruda permanecer no conselho, apesar de estar sendo julgado, também não é fruto de mero voluntarismo do ex-tucano. O assunto foi discutido entre os negociadores do acordo como estratégia para impedir um voto certo pela cassação, o de Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
O presidente do conselho, Ramez Tebet (PMDB-MS), é visto como um complicador para o entendimento. Ele já manifestou sua tendência pela cassação.
Por isso os carlistas comemoraram a possibilidade de o peemedebista assumir o Ministério da Integração Nacional. Tebet nega o convite e diz que só aceitaria após cumprir a "missão" no conselho.
Para evitar que a opinião pública relacione o sepultamento da CPI à operação para salvar os senadores, a idéia é prorrogar o processo até depois do recesso, para ser votado por novos membros do conselho -cujo mandato termina em junho. "O acordo está claro", disse o petista José Eduardo Dutra (SE).
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