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16/05/2001
-
03h27
ROBERTO COSSO
da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), disse ontem que a governabilidade do Brasil, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, é sustentada pela corrupção na política.
Ele participou do seminário "Ilícitos do Colarinho Branco", promovido pela Escola de Magistratura Federal, pela OAB-RS e pela PUC-RS, em Porto Alegre.
Para ele, "a busca de envolvimento pessoal do presidente em atos de corrupção", que estaria sendo feita pela oposição, "é irrelevante". "O importante é saber se as reformas promovidas pelo governo seriam possíveis sem a corrupção. Sustento que não".
Segundo o petista, todas as grandes reformas feitas pelo governo FHC só foram aprovadas com atos de corrupção ou permissão para práticas corruptas.
Ele diz que, sem a corrupção, FHC não seria o presidente hoje, já que alguns dos votos de deputados a favor da emenda que permitiu a reeleição foram comprados, como a Folha revelou em 97.
A privatização da Telebrás, a maior desestatização promovida pelo governo, também teria sido marcada pela corrupção, segundo Tarso. Em 99, foi revelado o conteúdo de gravações telefônicas clandestinas, que sugerem a participação de FHC numa operação para favorecer empresas no leilão.
Tarso diz que a formação da base governista no Congresso se deu com a distribuição do controle de órgãos federais que propiciaram a exploração da corrupção, como a Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), que era controlada pelo senador Jarder Barbalho (PMDB-PA).
O último exemplo dado por Tarso é a liberação de R$ 77 milhões, ocorrida na semana passada, para projetos de deputados em troca da retirada das assinaturas deles do requerimento de instalação da CPI da corrupção.
"Ao conseguir o arquivamento da CPI, o presidente FHC perdeu uma grande oportunidade de selar sua biografia", disse Tarso. "O problema do país é mais grave do que os jornais mostram".
Tarso almoçou com o juiz espanhol Baltasar Garzón, responsável pelo pedido de extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet ao Reino Unido. Falaram sobre a corrupção política. Para eles, o financiamento privado de campanhas incentiva a corrupção.
Garzón aceitou convite para participar da próxima edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em janeiro próximo.
Para petista, corrupção mantém governo FHC
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da Folha de S.Paulo, em Porto Alegre
O prefeito de Porto Alegre, Tarso Genro (PT), disse ontem que a governabilidade do Brasil, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, é sustentada pela corrupção na política.
Ele participou do seminário "Ilícitos do Colarinho Branco", promovido pela Escola de Magistratura Federal, pela OAB-RS e pela PUC-RS, em Porto Alegre.
Para ele, "a busca de envolvimento pessoal do presidente em atos de corrupção", que estaria sendo feita pela oposição, "é irrelevante". "O importante é saber se as reformas promovidas pelo governo seriam possíveis sem a corrupção. Sustento que não".
Segundo o petista, todas as grandes reformas feitas pelo governo FHC só foram aprovadas com atos de corrupção ou permissão para práticas corruptas.
Ele diz que, sem a corrupção, FHC não seria o presidente hoje, já que alguns dos votos de deputados a favor da emenda que permitiu a reeleição foram comprados, como a Folha revelou em 97.
A privatização da Telebrás, a maior desestatização promovida pelo governo, também teria sido marcada pela corrupção, segundo Tarso. Em 99, foi revelado o conteúdo de gravações telefônicas clandestinas, que sugerem a participação de FHC numa operação para favorecer empresas no leilão.
Tarso diz que a formação da base governista no Congresso se deu com a distribuição do controle de órgãos federais que propiciaram a exploração da corrupção, como a Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), que era controlada pelo senador Jarder Barbalho (PMDB-PA).
O último exemplo dado por Tarso é a liberação de R$ 77 milhões, ocorrida na semana passada, para projetos de deputados em troca da retirada das assinaturas deles do requerimento de instalação da CPI da corrupção.
"Ao conseguir o arquivamento da CPI, o presidente FHC perdeu uma grande oportunidade de selar sua biografia", disse Tarso. "O problema do país é mais grave do que os jornais mostram".
Tarso almoçou com o juiz espanhol Baltasar Garzón, responsável pelo pedido de extradição do ex-ditador chileno Augusto Pinochet ao Reino Unido. Falaram sobre a corrupção política. Para eles, o financiamento privado de campanhas incentiva a corrupção.
Garzón aceitou convite para participar da próxima edição do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, em janeiro próximo.
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