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18/05/2001
-
02h45
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pretende esperar mais alguns dias e só renunciar ao mandato horas antes da abertura de processo contra ele. Publicamente, ACM segue negando a renúncia: "Eu não poderia admitir isso agora. Vou até o fim no Conselho. Se perder? Perder é da vida", declarou.
ACM ainda conta com o sucesso de uma operação desencadeada ontem: os pefelistas tentam salvar o mandato do senador baiano em troca do compromisso de não engrossar o novo pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção no Senado. A oposição colhe assinaturas de apoio para a CPI e poderia garantir sua instalação com o apoio dos carlistas.
ACM telefonou ontem para o governador da Bahia, César Borges, e pediu para evitar qualquer "tipo de aporrinhação". Referia-se à forma dura como a polícia baiana reprimiu uma manifestação de estudantes em Salvador.
A preocupação de ACM é perder, nesses confrontos, parte do apoio popular que detinha antes do caso do painel. Uma pesquisa encomendada pelo PFL dava ao senador, entre 7 e 9 de abril, 75% de preferência para assumir o governo do Estado em 2002.
Entre amigos, ACM sempre lamenta o que considera seu pecado capital: ir ao encontro dos procuradores da República, em fevereiro, quando revelou a existência da lista com os votos da cassação do mandato do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF).
Em público, diz não ter decepções nem amarguras, apenas "um sofrimento natural que um problema desses causa, sobretudo pela injustiça", acrescentando que o justo, em seu caso, é "ser absolvido". Acha "muito" até uma suspensão de mandato. "Se tem algum responsável, foi quem mexeu no painel sem ordem do presidente. E foram cinco pessoas".
Enquanto PFL e ACM tocam o trabalho político, os advogados tentam reforçar com argumentos técnicos por que a pena de cassação não se aplicaria ao pefelista.
Está descartada a possibilidade de questionar no Supremo Tribunal Federal a aprovação no Conselho de Ética de uma votação aberta para o relatório de Saturnino, que condena ACM e José Roberto Arruda (sem partido-DF).
Os advogados estão concentrados na elaboração de um novo memorial, desta vez destinado aos integrantes do conselho -o primeiro foi para Saturnino. Vão insistir que há uma desproporção entre o fato de "receber e ler" uma lista e o pedido da pena máxima, a cassação do mandato.
ACM espera último minuto para renúncia
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da Folha de S.Paulo
O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) pretende esperar mais alguns dias e só renunciar ao mandato horas antes da abertura de processo contra ele. Publicamente, ACM segue negando a renúncia: "Eu não poderia admitir isso agora. Vou até o fim no Conselho. Se perder? Perder é da vida", declarou.
ACM ainda conta com o sucesso de uma operação desencadeada ontem: os pefelistas tentam salvar o mandato do senador baiano em troca do compromisso de não engrossar o novo pedido de abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção no Senado. A oposição colhe assinaturas de apoio para a CPI e poderia garantir sua instalação com o apoio dos carlistas.
ACM telefonou ontem para o governador da Bahia, César Borges, e pediu para evitar qualquer "tipo de aporrinhação". Referia-se à forma dura como a polícia baiana reprimiu uma manifestação de estudantes em Salvador.
A preocupação de ACM é perder, nesses confrontos, parte do apoio popular que detinha antes do caso do painel. Uma pesquisa encomendada pelo PFL dava ao senador, entre 7 e 9 de abril, 75% de preferência para assumir o governo do Estado em 2002.
Entre amigos, ACM sempre lamenta o que considera seu pecado capital: ir ao encontro dos procuradores da República, em fevereiro, quando revelou a existência da lista com os votos da cassação do mandato do ex-senador Luiz Estevão (PMDB-DF).
Em público, diz não ter decepções nem amarguras, apenas "um sofrimento natural que um problema desses causa, sobretudo pela injustiça", acrescentando que o justo, em seu caso, é "ser absolvido". Acha "muito" até uma suspensão de mandato. "Se tem algum responsável, foi quem mexeu no painel sem ordem do presidente. E foram cinco pessoas".
Enquanto PFL e ACM tocam o trabalho político, os advogados tentam reforçar com argumentos técnicos por que a pena de cassação não se aplicaria ao pefelista.
Está descartada a possibilidade de questionar no Supremo Tribunal Federal a aprovação no Conselho de Ética de uma votação aberta para o relatório de Saturnino, que condena ACM e José Roberto Arruda (sem partido-DF).
Os advogados estão concentrados na elaboração de um novo memorial, desta vez destinado aos integrantes do conselho -o primeiro foi para Saturnino. Vão insistir que há uma desproporção entre o fato de "receber e ler" uma lista e o pedido da pena máxima, a cassação do mandato.
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